Clique aqui para voltar à página inicialESPECIAL: Revolução de 1932
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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 07/09/03 18:23:54

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A revolução em fotos (37)

Nestas páginas, são mostradas as fotos apresentadas pela primeira vez pela antiga revista O Mundo Ilustrado, do Rio de Janeiro, em edição especial comemorativa dos 22 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, publicada em 7 de julho de 1954, mantidas as legendas e os textos que acompanhavam essas imagens (a revista não citou os autores das fotos):

O general Klinger fiel aos ideais de 32

O general Bertoldo Klinger

Afirma o supremo comandante das forças constitucionalistas: o Brasil vive hoje os dias do 9 de julho de 1932

Quando excepcionais comemorações são programadas para evocar a Revolução Constitucionalista de 1932, quando o povo paulista vem para as ruas de sua capital, numa parada de civismo, cultuar a memória daqueles que tombaram em defesa da reconstitucionalização do País e enaltecer aqueles que mantêm acesos os ideais da arrancada de 9 de Julho, a expressão do pensamento do general Bertoldo Klinger é de suma oportunidade.

O bravo comandante-em-chefe das Forças Constitucionalistas que combateram em São Paulo e Mato Grosso recebeu o repórter em sua residência, no subúrbio de Piedade. Disse ele que o Brasil vive hoje dias idênticos aos que antecederam o movimento armado de 1932.

Nada a acrescentar... - O general Klinger declarou, enfaticamente, que nenhuma palavra tem a suprimir ou a acrescentar, àquelas que constituem um dos capítulos do seu livro Narrativas Autobiográficas, publicado no ano passado (N.E.: em 1953, portanto). Respeitando, inclusive, a sua singular ortografia, transcrevo o seu pensamento:

"As mezmas formózas promésas da campanha política scistematizada e encabesada pela Aliamsa Liberal, as cuaes aviam levado a Nasão à revolusão de outubro de 1930, agóra cada dia traidas, por asões e omissões do governo pseudo provizório emerjido désa revolução - foraom a caoza profunda, esensial, da reasão armada nacional, pró Comstituisão, ce eclodiu em S. Paulo, a 9 de julho de 1932.

"Esse traisão diuturna, ésa falta de palavra dese governo, inisialmente revestido - como jamaes nenhum outro dos antesesores, todos saídos das comspurcadas urnas eleitoraes de ilimitado crédito de comfiamsa nacional, éra perpetrada e agravada pelo inescrupuloszo dezvirtuamento dos poderes descrisionárias asumidos pelo governo, a darlhe a nítida estampa de absolutizmo aotocratico personalista e personalisimo. Tinha ese cunho todas as minúsias duma verdadeira dupla orjia, de perseguisões a ums e munifesêmsias a outros, persegisões, apenas motivadas pela asolada casa aos empregos e cargos e vagas, sob o lema ôte toi, que je m'y mette!; munifisêmsias, sem comsulta a nesesidades do serviso, nem a justos títulos de idoneidade prezumível ou de real merescimento.

"Repercutia sobremódo semelhante escandalozo rejime - o termo ce nos perdôe es emprego, ao arrepio da camsagrada definisão - no seio das clases armadas, nélas complétamente subvertidas as nosões fundamentaes, estruturaes, de disiplina rasional, digna, de respeito á ierarcia, e de onestidade profisional dedicasão ao exzersísio da profisão".

Falta de luz e ar - O general Bertoldo Klinger insiste sempre em deixar bem claro que continua fiel aos ideais que o levaram a desembainhar sua espada em defesa da legalidade, em defesa dos princípios democráticos que culminaram com o movimento de 9 de julho. Por isso reafirma que tem absoluta atualidade essa frase com a qual apreciou os acontecimentos de 1932:

"Culminava o mal, sob o negrume acabrunhante do horizonte, sob a falta angustiante de luz e ar - sem a perspectiva de breve retorno à limpidez e serenidade da atmosfera, dada a procrastinação, ora ostensiva, desafiante, ora mal disfarçada, do retorno  da subjugada Nação ao regime da Lei."