Beatriz é um dos destaques da Off
Flip, programação paralela da Feira Literária Internacional de Paraty, uma das mais concorridas do País
Foto: Irandy Ribas (24/10/2007),
publicada com a matéria
FLIP
Beatriz Rota-Rossi na chamosa Paraty
A professora e artista plástica autografa a biografia de Alex
Vallauri, o pai do grafite
Da Redação
A
professora e artista plástica Beatriz Rota-Rossi resgata a trajetória do pai do grafite no Brasil
na biografia Alex Vallauri da Gravura ao Grafite, da Editora Unisanta. Lançada em outubro do ano passado, a obra é um dos destaques da
Off Flip, programação paralela da Feira Literária Internacional de Paraty. A noite de autógrafos acontece hoje, às 18 horas, no O Café.
"O espaço é da santista Mariema Faro e o convite para o lançamento em Paraty me deixou muito
contente. A resposta à publicação tem sido maravilhosa, apesar da falta de tempo para me dedicar ao trabalho de divulgação. Recebi dois convites
para lançamento em São Paulo", conta Beatriz, que leciona na Unisanta e está envolvida com novo livro.
A artista conhece intimamente o biografado, que era seu primo e, acima de tudo, seu amigo.
Trocaram correspondências e é por meio delas que Vallauri fala no livro. "Tinha muita informação, mais de 300 cartas enviadas por ele, muitas em
espanhol e italiano. Em algumas delas, fala sobre Picasso, Andy Warhol e outros grandes nomes que conheceu em suas andanças pelo mundo".
Além do baú de cartas, enviadas a ela e a outros amigos e parentes, a escritora pesquisou em
jornais e revistas e entrou em contato com galerias e museus nos Estados Unidos, onde o artista possui trabalhos expostos em Minnesota e Nova
Iorque.
Diversas vertentes - Dividida em duas partes, a obra aborda todas as vertentes do
artista, que foi também pintor, desenhista, cenógrafo e escreveu roteiros de curtas-metragens. Como gravador, Vallauri foi premiado em bienais
internacionais. "Ele é mais conhecido como grafiteiro, mas seu alicerce é feito na gravura".
A segunda parte começa em 1979, quando o grafite surge no Brasil. Pioneiro nesta arte no País,
Vallauri tinha enorme paixão pelo povo e por meio do grafite se comunicava com homens e mulheres nas ruas.
No final dos anos 70, um de seus trabalhos marcantes inseridos na paisagem urbana foi o grafite
de uma bota preta de salto alto. "Foi o seu primeiro estêncil, a primeira máscara que ele fez". A série se espalhou pela cidade, a partir da
utilização de tinta em bisnaga aerossol sobre uma matriz de papelão vazado, fixada sobre a parede.
O interesse de resgatar o passado de Vallauri foi compartilhado com a mãe do artista, tia de
Beatriz. "Vimos muitos erros publicados sobre ele. O livro tem a proposta de colocar bem claro e em ordem a vida de Vallauri. Falava-se muito
dele, mas muitas coisas são bobagens, que não condizem com a verdade. Uma delas é que a família veio fugida da Argentina, por questões
políticas".
A obra é uma homenagem a Vallauri, falecido em 1987, e também a outros precursores do grafite,
como Zaidler e Matuck. "Muitos se esquecem deles, mas eles foram os desbravadores". Atualmente, Beatriz finaliza um livro de contos. "São para
adultos, mas não são eróticos. Estou terminando as ilustrações", adianta".
SERVIÇO - Lançamento do livro Alex Vallauri da Gravura ao Grafite: dia 6 às 18 horas, no O
Café - Rua da Matriz, 237, Centro Histórico de Paraty. |