Neyde de Castro Veneziano Monteiro (Santos SP 1944). Teórica e diretora. Encenadora,
especialmente voltada para o teatro de revista brasileiro e as diversas manifestações populares. Iniciando-se no movimento amador de sua cidade
natal, Neyde conclui pós-graduação na Universidade de São Paulo - USP, lançando dois títulos indispensáveis à história do teatro musical, nos
quais enfoca o teatro de revista: O Teatro de Revista no Brasil: Dramaturgia e Convenções, em 1991, e Não Adianta Chorar: Teatro de
Revista Brasileiro, Oba!, em 1996.
Professora de teatro brasileiro na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, destaca-se pelos estudos ligados à área, o que inclui sua presença
constante em seminários, simpósios, festivais, além de colaborações ensaísticas nas mais importantes revistas e periódicos especializados. Seu
pós-doutorado, cumprido na Itália em 1999, enfoca o trabalho de Dario Fo.
Como encenadora, detêm um longo currículo. Estréia em 1984 com as realizações Balada Feroz, de sua autoria, e Procurando Firme, um
infanto-juvenil seu e de Ruth Rocha. Em 1985, está em O Noviço, de Martins Pena, e Jeremias, o Herói, de Oscar
von Pfuhl, novamente dedicada ao mesmo público. Apresenta no Rio de Janeiro O Teatro Maluco de Zé Fidélis, do próprio Fidélis e, em
amplo circuito nacional, Revistando o Teatro de Revista, texto seu em parceria com Perito Monteiro, em 1988. Para o grupo Fora do Sério, no
mesmo ano, monta Arlecchino, de Dario Fo, espetáculo voltado para a rua.
Em 1990, sua encenação de A Miúda Alegre, paródia da opereta clássica, novamente dela e de Monteiro, obtém boa receptividade. Os Sonhos
Mais Lindos, de Perito Monteiro, é criado em 1993. Ocupa o Teatro de Arena num projeto voltado para o teatro musical em 1994 e 1995, onde
remonta Procurando Firme e Deixa Qu’Eu Empurro, uma revista didática cheia de verve.
Para o Sesc São Paulo monta em 1997 o musical Piolim, sobre a vida do grande palhaço dos anos 20, em colaboração com o grupo Parlapatões,
Patifes & Paspalhões. No ano seguinte, é a vez de Geração Trianon, de Anamaria Nunes, novo debruçamento sobre os primórdios da renovação
cênica brasileira.
Um grande espetáculo realizado na praia de São Vicente, focado na chegada de Martim Afonso e na fundação da cidade, projeta-a nacionalmente, em
1999; no mesmo ano em que coloca em cena Marquesa de Santos, com seu grupo Gextus, na cidade de Santos.
Seu trabalho dedicado ao teatro de revista merece os seguintes comentários da professora e dramaturga Renata Pallottini: "A autora, que acumulou
experiência como atriz e, principalmente, como diretora, passa longe do anedótico pitoresco e foge das compilações jornalísticas de ídolos e
fichas técnicas de elenco. Em uma abordagem original, retira o Teatro de Revista da ótica histórica, optando por observá-lo a partir do texto até
o espetáculo teatral, dando-nos uma visão ampla sobre o Teatro de Revista Brasileiro e suas relações com a nossa sociedade. Neyde Veneziano
destaca, sobretudo, os aspectos dramatúrgicos e as encenações mais marcantes deste fenômeno teatral revisteiro que, já vindo carnavalizado para o
Brasil, aqui encontra seu cenário ideal".
Livros Publicados. As Grandes Vedetes do Brasil, 2010. | De pernas para o ar – Teatro de Revista em São Paulo, 2006. | A Cena de
Dario Fo – o exercício da imaginação, 2002. | Não adianta chorar – Teatro de Revista Brasileiro, oba!, 2002 | O Teatro de Revista no
Brasil – Dramaturgia e Convenções, 1991.