CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA
Alberto Leal
Alberto Antônio Leal nasceu em Santos em
1908, falecendo em 1948. Segundo Afrânio Coutinho e J. Galante de Sousa, na Enciclopédia da Literatura Brasileira (São Paulo: Global; Rio de
Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Academia Brasileira de Letras, 2001: 2v) foi romancista, novelista, teatrólogo, cronista e radialista.
No gênero teatral, publicou As sacrificadas (1937) e Diógenes de Saias (editado pelo Depto. de Cultura de São Paulo em 1937). Mas
destacou-se com o romance Cais de Santos, (Edições Guanabara, Rio de Janeiro, 1939), e ainda Palmares (sem mais
referências, possivelmente o mesmo O Menino de Palmares) e Velho Romance, ambos não datados, além de Retrato de Luciano (publicado
pela Editora Saraiva em 1949, em 1952 e em 1960). Também escreveu Contos da Terra Paulista, sobre história do Brasil (editora Guairá, sem data).
Com a esposa Isa Silveira Leal, escreveu A Guerra dos Teimosos (Ed. Brasiliense, S. Paulo/SP, 1974), O
Menino de Palmares (Ed. Brasiliense, S. Paulo/SP, em 1968, 1977 e 1985 - recebeu o prêmio Jabuti de literatura).
Isa nasceu em Santos/SP em 20/2/1910, filha de Valdomiro Silveira (criador da literatura regional no Brasil), estreou
na literatura em 1956 com o romance A Rainha do Rádio (embora desde 1948 fosse responsável pela redação de programas de rádio para as emissoras
Tupi e Difusora); atuou como jornalista por mais de 20 anos na Folha de S.Paulo, tendo ainda atuado em revista e televisão e como tradutora de
autores importantes como Pearl S. Buck, André Gide e William Shakespeare; escreveu também os livros Glorinha (que recebeu o prêmio Jabuti, sendo
reeditado várias vezes), O Único Amor de Ana Maria (também recebeu o prêmio Jabuti) e O Pescador Vai ao Mar (premiado como melhor livro de
poesias de 1987 pela AAPC - Associação Paulista de Críticos de Arte); faleceu em 5/4/1988 na capital paulista.
Segundo o falecido jornalista e pesquisador Olao Rodrigues (Veja Santos!, 2ª edição, Santos, 1975, página 28),
Alberto Antônio Leal foi também médico, sendo filho de Alberto Fernandes Leal (farmacêutico e vereador em Santos, homenageado em 1929 com a denominação
de uma rua no Centro de Santos) e de Leonil Leal, tendo ainda os irmãos Vitalico e Judite. Seu tio, Alfredo Leal, também foi farmacêutico em
Santos.
Imagem: capas de livros do autor (O Menino de Palmares,
1985, e Contos da Terra Paulista, s/data)
Em
verbete sobre o escritor, assim registram Eli Behar e Deborah Schranck Peleias em sua obra Vultos do Brasil, pág. 106:
LEAL, ALBERTO - Escritor brasileiro. Nasceu em Santos, onde fez o curso de Humanidades,
tendo, depois, se formado em Medicina em 1932, profissão que exerceu em sua cidade natal, em Presidente Venceslau e em São Paulo.
Quando estudante já demonstrava talento literário, tendo publicado vários contos muito apreciados,
que se encontram em vários jornais e revistas cariocas. Em Santos foi redator de O Diário, onde publicou
crônicas semanais durante talvez mais de um ano.
Tendo o Departamento de Cultura de São Paulo instituído um prêmio de comédia, Alberto Leal
conseguiu abarcá-lo em 1936, com seu magnífico trabalho Diógenes de Saias, que Procópio Ferreira encenou na capital de São Paulo, no Teatro
Boa Vista. Mário de Andrade, que àquela época dirigia o Departamento de Cultura, não poupou elogios ao trabalho do jovem escritor. Em 1937,
juntamente com seu amigo e companheiro Ricardo Vaz Guimarães, seu colega de Medicina, ganhou novamente um dos prêmios de teatro naquele
Departamento, já então com uma peça considerada pela crítica, As Sacrificadas, que gira em torno do problema secular do divórcio.
Em 1939 lança Cais de Santos, obra que se esgotou com rapidez extraordinária. Oduvaldo
Viana o convida para trabalhar como radialista em São Paulo, e não se faz esperar o seu ingresso na Rádio Panamericana, como redator de 1944 a 1945.
Aprecia esta nova modalidade de aproveitamento de sua invejável capacidade, tanto que passa em seguida para as Emissoras Associadas. Em 1947, ganha
o prêmio de teatro Apolônia Pinto, instituído pela Revista da Semana.
Escreve um pouco de tudo, este espírito modelado no trabalho não conhece descanso, são trabalhos
científicos, sobre Medicina, História, Agricultura, Apicultura, Sericultura e tanta coisa mais, visando acima de tudo unir o útil ao agradável. Seu
dinamismo não permitia perder-se em quimeras, porém, de vez em quando, deixa-se guiar pelas musas e a literatura, e a arte dominava seu espírito
pragmático, contudo não de todo, pois as suas obras revelam-no a cada passo; Retrato de Luciano, que em seu conteúdo nada mais é que um
conselho à educação errada que os pais, muitas vezes, dão aos filhos, mimando-os e acariciando-os demasiado. |
|