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Orgone completa duas décadas de criatividade e alegria
Eugênio Martins Júnior
É diversão levada a sério. Anarquia consciente. Bagunça de
vanguarda. É inclusão, mas não a digital. Teatro, circo e ajuntamento. É a cara de Santos. Mostra a cidade para o Brasil há 20 anos que, aliás, se
completam neste domingo, dia 11.
Criado pela bailarina, atriz e psicóloga Cláudia Alonso, no início o grupo tinha a dança como
principal forma de expressão artística. Em 1993, o arte-educador Renato Di Renzo, convidado por Cláudia, assumiu a condução cênica com a proposta de
um trabalho em progresso e atores envolvidos no projeto de criação.
Esse é o grupo Orgone que está aí. Milita em várias frentes num trabalho consistente de pesquisa,
prestando serviço à qualidade de vida.
Para neutralizar o mau humor e a caretice, mercadorias abundantes no mercado, o Orgone expõe seus
produtos na bancada. Leva quem quer.
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O projeto Urbanus apresenta intervenções urbanas nos lugares da cidade que ninguém mais
vai, lá pelas bandas do Paquetá e do Centro não histórico. Segundo o diretor Renato Di Renzo, o trabalho "requalifica as relações sociai" entre os
moradores, os artistas e a cidade. "Eles não estão acostumados, acham maravilhosas as aparições do grupo. Certa vez um mendigo tirou dinherio do
chapéu dele para pôr no do ator".
O Traços e Troças conta a história do carnaval santista, promovendo um carnaval de
inclusão, aceitando a todos, fantasiados ou não.
O Café-Teatro Rolidei promove a anarquia todos os fins de semana. "Lutamos para que o
teatro não vire um filhote do cinema ou da TV. Nos nossos espetáculos procuramos colocar os atores no mesmo nível do público, para que este sinta a
respiração, o suor, a interpretação bem de perto. Esse é o nosso modo de fazer teatro", diz Di Renzo.
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No dia 14 serão homenageados pelos bacaninhas lá da Câmara e a partir de domingo, dia 11,
até o dia 2 de dezembro, sempre às 20h30, voltam a apresentar o espetáculo Redimeid Bluiz, no Rolidei.
Espelho da própria sociedade, a obra traduz o homem contemporâneo, suas máscaras sociais e a
necessidade de incorporar padrões para sobreviver, provocando a sensação constante de abandono e solidão. A peça ocorre num espaço comum, talvez um
cabaré ou um café, com as participações dos músicos Sol Martines, Cris Lima e Zero Beto interpretando temas blueseiros e jazzísticos.
Oportuna e contemporânea, Redimeid inclui o verdadeiro readymade, movimento
artístico de Marcel Duchamp; a música criada pelos negros nos cafundós dos Estados Unidos, o bom e velho blues; happening, arte dada,
expressionismo e os autores Arthur Miller, Tennessee Willians, Edward Albee, Robert Patrick e Bertold Brecht.
No dia 29 de novembro, às 20h30, mais uma homenagem. Desta vez do grupo Poetas Vivos, com o
espetáculo O Canto de Witman. Como o nome diz, trata-se de uma compilação de poemas do poeta Walt Witman, considerado o pai da poesia moderna
norte-americana. Com as participações de Jaíra Presa, Regina Alonso, AC Côrrea e Romualdo Simões.
O Café Rolidei fica no 3º andar do Teatro Municipal, na Av. Pinheiro Machado, 48, Vila Mathias.
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