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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA
Menotti del Picchia (2)

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Um dos expoentes da cultura brasileira no contexto da Semana de Arte Moderna de 1922, Paulo Menotti del Picchia freqüentou a cidade de Santos, publicando artigos regulares no jornal santista A Tribuna, sobre temas da cidade e região. Um museu com suas obras em março de 1987 na cidade paulista de Itapira, dentro do Parque Juca Mulato: é a Casa de Menotti del Picchia, de cujo site na Internet foram extraídas as informações a seguir:
 


Menotti del Picchia, discursando em plenário
Foto: acervo da Casa de Menotti del Picchia, de Itapira/SP

Cronologia - Vida e Obra

por Jácomo Mandatto
Diretor da Casa de Menotti Del Picchia

Jornalista, poeta, romancista, contista, ensaísta, teatrólogo, historiador e pioneiro da indústria cinematográfica brasileira, Menotti Del Picchia é uma das maiores expressões da vida cultural paulista, com destacada atuação em todas as áreas por onde trafegou, entre as quais a Semana de Arte Moderna em 1922, da qual foi um dos líderes.

1892 - Nasce Paulo Menotti Del Picchia, a 20 de março, numa casa da Ladeira São João, em São Paulo. Filho de Luís Del Picchia e Corina Del Corso Del Picchia, ambos toscanos, região da Itália central. Teve cinco irmãos: Carolina, José, Liberal, Luís e Raineri.

1897 - Mudança para Itapira, interior do Estado.

1900 - É matriculado no Grupo Escolar "Dr. Júlio Mesquita", em Itapira.

1903 - Conhece o escritor Coelho Neto, que visitou Itapira na Festa das Árvores. Termina o curso primário.

1904 - Inicia o curso ginasial no "Culto à Ciência", em Campinas. A 25 de dezembro publica seu primeiro trabalho, a crônica "Natal", no jornal Cidade de Itapira (primeira fase).

1906 - Transfere-se para o Ginásio Diocesano "São José", de Pouso Alegre (MG).

1907 - Publica seus primeiros poemas em O Estudo, folha literária do Ginásio de Pouso Alegre.

1908 - Em julho, funda e dirige o jornalzinho O Mandu, órgão dos alunos externos do Ginásio São José, de Pouso Alegre, do qual circularam poucos números.

1909 - Solenidade de formatura em Ciências e Letras, em Pouso Alegre, a 25 de janeiro. Matricula-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Em fins de abril publica no jornal Cidade de Itapira (segunda fase) uma Croniqueta Paulistana, a primeira que escreve em São Paulo, relatando a sua entrada para a Faculdade do Largo São Francisco. Mantém-se em São Paulo com um emprego que lhe arranjou o bispo d. Nery, no Seminário Episcopal (hoje Museu de Arte), onde faz a escrita da casa.

1910 - Conhece, na Faculdade, durante uma conferência, o poeta Olavo Bilac. A 10 de julho, com 49 anos, falece sua mãe, em Itapira.

1912 - Casa-se a 20 de março, dia de seu vigésimo aniversário, com a fazendeira itapirense Francisca da Cunha Rocha Sales, conhecida como Pitutica, filha de José Gomes da Cunha Sales e Francisca Avelina da Cunha Rocha Sales. A 15 de dezembro nasce o primeiro filho do casal: Ulpiano.

1913 - Publica seu primeiro livro: Poemas do Vício e da Virtude. Conclui o curso de Direito, sendo o segundo aluno da turma.

1914 - Nasce, a 4 de janeiro, o segundo filho: Hélio Celso. Passa a advogar em Itapira e região.

1915 - A 14 de março nasce a filha Wanda Elza. Funda em Itapira, a 2 de julho, o jornal O Grito. No dia 14 de julho são batizados de uma só vez os três filhos de Menotti e Francisca.

1916 - A partir do nº 28, de 7 de janeiro, o jornal O Grito tem seu nome mudado para Tribuna Itapirense. A 4 de abril nasce outra filha: Maria Astyris.

1917 - Publica os poemas Moisés e Juca Mulato, este editado em Itapira, numa edição de 500 exemplares.

1918 - Está escrevendo o poema Angústia de D. João e o romance Laís. Nasce mais uma filha: Myriam Semíramis, a 1º de março. Recebe convite para trabalhar no Correio Paulistano, em São Paulo. Muda-se, sozinho, para a Capital. Não consegue o lugar que lhe fora prometido no jornal. É convidado para redatoriar A Tribuna, de Santos. Nessa cidade, convive com Ribeiro Couto, Afonso Schmidt, Galeão Coutinho, Vicente de Carvalho, Martins Fontes, Valdomiro Silveira, Paulo Gonçalves e Ibrahim Nobre.

1919 - Aparece a segunda edição de Juca Mulato, que reproduz artigo de Júlio Dantas, publicado em Portugal. Nesta edição Menotti anuncia seis livros em preparo: os romances O Paradoxo, A Professora e Laís, e as peças Suprema Conquista, Covarde e O Íncubo. Conhece Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Descobre, com Oswald, o escultor Vitor Brecheret.

1920 - Retorna a São Paulo depois de permanecer por dois anos em Santos. Diretor de redação do jornal A Gazeta. Torna-se redator do Correio Paulistano, assinando artigos com o seu nome e com os pseudônimos Hélios e Aristófanes. Com seu irmão José, monta uma empresa cinematográfica, a Independência Filme, e produzem os primeiros filmes falados no Brasil: Alvorada de Glória, Acabaram-se os Otários e O Campeão de Futebol. Funda, com Oswald de Andrade, a revista literária Papel e Tinta. Publica seu primeiro romance: Flama e Argila, provavelmente o anunciado com o título O Paradoxo. (Em 1927 seria lançada a segunda edição de Flama e Argila com o título mudado para A Tragédia de Zilda. Posteriormente, o romance seria reeditado com seu nome primitivo.) Instala uma fábrica de relógio para torres de igrejas. Publica Máscaras.

1921 - No dia 9 de janeiro é homenageado com um banquete no restaurante Trianon, pela publicação de Máscaras, sendo saudado, entre outros, por Oswald de andrade. Recebe sua máscara em bronze, obra de Brecheret. Mário de Andrade está presente. Era o prenúncio do Modernismo, ainda chamado de Futurismo. Publica os romances Laís e A Suprema Façanha (primeiro título de Dente de Ouro), além de O Pão de Moloch, crônicas. Sai a terceira edição de Juca Mulato. Sua família já reside em São Paulo. É encenada no Teatro Municipal de São Paulo a sua peça Suprema Conquista, pela Companhia Dramática Nacional. É o porta-voz do presidente do Estado, Washington Luís. Conhece Rodrigues de Abreu e Plínio Salgado.

1922 - A 1º de janeiro nasce a filha Sulamita Célia. Em fevereiro é um dos líderes da Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo. A segunda noitada, a 15 desse mês, é comandada por Menotti, que também pronuncia uma conferência. Publica o poema A Angústia de D. João, a novela A Mulher que Pecou e o romance O Homem e a Morte. Sai a segunda edição de Máscaras. Conhece Joaquim Inojosa, difusor do Modernismo em Pernambuco. Conhece Tarsila do Amaral, que chegara de Paris em junho desse ano, e é formado o "Grupo dos Cinco", com Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Anita Malfati e Tarsila.

1923 - É publicado o livro São Paulo e seus homens de letras - Menotti Del Picchia e sua obra, de Moacir Chagas, com ataques a Menotti. Publica o livro de crônicas O Nariz de Cleópatra e reedita o romance A Suprema Façanha, com o título mudado para Dente de Ouro.

1924 - Publica O Crime Daquela Noite, contos.

1925 - Publica Chuva de Pedra, poesia.

1926 - É eleito deputado estadual para substituir Luís Pereira de Campos Vergueiro, que passou para o Senado, sendo empossado a 12 de julho. Sai a quarta edição de Laís.

1927 - É lançada a terceira edição de Moisés. Publica Poemas de Amor, A Tragédia de Zilda (nome anterior de Flama e Argila), O Curupira e o Carão (de parceria com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado), e Por amor ao Brasil. Nasce, a 5 de novembro, seu sétimo e último filho: Mário Fúlvio.

1928 - É reeleito deputado estadual, a 28 de fevereiro. Publica: Amores de Dulcinéia, República dos Estados Unidos do Brasil, O Tesouro de Cavendish (de parceria com Alfredo Ellis Jr.) e O Momento Literário Brasileiro.

1929 - É eleito para a Academia Paulista de Letras, a primeiro de maio, sendo empossado na Cadeira nº 40 a 31 de julho. Publica o Manifesto do Verde-Amarelismo, a 17 de maio, no Correio Paulistano, com Plínio Salgado e Cassiano Ricardo.

1930 - Perde seu mandato de deputado. Publica o romance A República 3000 que, em 1933, teria sua segunda edição com o título mudado para A Filha do Inca.

1931 - Publica: A Crise da Democracia.

1932 - Secretário do governador Pedro de Toledo. Participa da Revolução Constitucionalista. Publica o ensaio A Revolução Paulista e o romance A Tormenta. Trabalha nos jornais Diário de São Paulo e Diário da Noite a convite de Assis Chateaubriand. Dirige a revista A Cigarra. Publica as revistas São Paulo e Nossa Revista. Seu pai morre em Itapira, a 22 de dezembro.

1933 - É preso com Assis Chateaubriand pela polícia política de Vargas. Publica Jesus, A Filha do Inca, O Despertar de São Paulo, Poesias, Pelo Divórcio e Viagens de João Peralta e Pé-de-Moleque no País das Formigas.

1935 - É encenado o poema sacro Jesus, no Teatro Municipal de São Paulo, a 18 de abril, em versão italiana de Ferruccio Rubbiani. Teve outras apresentações posteriores. Publica: Soluções Nacionais.

1936 - Publica: Kalum, o Mistério do Sertão.

1937 - Funda o movimento Bandeira, com Cassiano Ricardo e Cândido Mota Filho, com quem dirige o jornal Anhangüera, o órgão desse movimento. A revista Novela, de Buenos Aires, publica o romance Dente de Ouro (Diente de Oro). Máscaras atinge 16 edições. Publica: Ensaio de Exposição do Pensamento Bandeirante.

1938 - Publica: Cumunká.

1940 - Publica o romance Salomé às suas custas. Candidata-se à vaga de Luís Guimarães Filho na Academia Brasileira de Letras, mas retira-se do pleito em favor do poeta Manuel Bandeira.

1942 - Em versão castelhana de Alberto Linhares, é publicado na Argentina o romance Salomé. A Editora A Noite publica a segunda edição brasileira de Salomé. Recebe o Grande Prêmio da Academia Brasileira de Letras com Salomé. Diretor do jornal A Noite, de São Paulo.

1943 - Concorre à vaga de Xavier Marques na Academia Brasileira de Letras, sendo eleito a primeiro de abril. Toma posse da cadeira nº 28 a 20 de dezembro, sendo saudado por Cassiano Ricardo.

1946 - A Editora A Noite inicia a publicação de suas Obras Completas.

1947 - Em julho, participa, como delegado brasileiro, do Congresso de Escritores e Livreiros da América Latina, em Buenos Aires.

1949 - Viagem à Europa.

1950 - Ingressa no Partido Trabalhista Brasileiro. Elege-se deputado federal por São Paulo.

1951 - É dado o nome de Juca Mulato a um Parque de Itapira, local onde escrevera partes do seu célebre poema.

1954 - É reeleito deputado federal.

1955 - Sua peça A Fronteira é encenada no Rio de Janeiro, por Eva Todor e sua companhia.

1956-1958 - A Livraria Martins Editora publica as suas Obras Completas, em 13 volumes.

1958 - Primeiro suplente de deputado federal.

1959 - Edição Especial de Juca Mulato publicada pela revista Leitura, com capa de Portinari. É comemorado o seu jubileu literário com grandes homenagens no Rio de Janeiro e São Paulo. Recebe o título de Cidadão Carioca e o de Cidadão Jundiaiense. Publica: Sob o Signo da Polimnia.

1960 - Assume o cargo de deputado federal com a morte de Coutinho Cavalcanti.

1961 - Viagem aos Estados Unidos.

1962 - Inauguração do seu busto em Itapira, a primeiro de abril, obra de Luís Morrone. Recebe o título de Cidadão Itapirense. Concorre às eleições deste ano mas não se reelege, encerrando sua carreira política.

1966 - Realiza-se em Itapira a I Semana Juca Mulato, criada por Jácomo Mandatto.

1967 - É comemorado em todo o País o cinqüentenário do poema Juca Mulato. Morre sua esposa Pitutica. Cidadão Emérito de São Paulo.

1968 - Casa-se com Antonieta Rudge Miller. Publica O Deus sem Rosto. É eleito Intelectual do Ano.

1969 - Recebe a 20 de março, no auditório da Folha de São Paulo, o troféu Juca Pato.

1970 - Publica a primeira etapa de A Longa Viagem, memórias. É homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo.

1972 - Publica a segunda etapa de A Longa Viagem.

1974 - É publicada a Seleta em Prosa e Verso, organizada por Paulo Ronái. A 13 de julho, morre Antonieta Rudge Miller, sua segunda esposa.

1978 - A 20 de março é inaugurada a Praça Juca Mulato, no Ibirapuera, em São Paulo. Publica Entardecer, coletânea em prosa e verso.

1979 - Recebe o Prêmio Brasília, pelo conjunto de sua obra.

1982 - Recebe o troféu Francisco Matarazzo Sobrinho, a 23 de março. A Câmara de Pouso Alegre concede ao escritor o título de Cidadão Pouso-alegrense, em agosto. É eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros.

1983 - É inaugurada em Itapira a Praça Poeta Menotti Del Picchia.

1984 - A Paulistur concede ao poeta diploma de honra e a medalha Cidade de São Paulo. Recebe o Prêmio Moinho santista, de Poesia.

1987 - É inaugurada em Itapira, a 29 de março, a Casa de Menotti Del Picchia, que guarda o acervo do escritor. Está localizada no Parque Juca Mulato.

1988 - Falece em São Paulo, na madrugada de 23 de agosto, aos 96 anos. Seu corpo foi velado na Academia Paulista de Letras e sepultado no Cemitério São Paulo.


Menotti e a esposa Antonieta
Foto: acervo da Casa de Menotti del Picchia, de Itapira/SP

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