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CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA - O "Vulcão"
Martins Fontes (6)

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Um resumo biográfico foi publicado na seção Literatura do Almanaque de Santos para 1959 (Santos/SP, 1ª edição, 1959 - exemplar no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio - SHEC), página 74, além de um soneto (página 78):
 
BIOGRAFIAS - Martins Fontes

Martins Fontes nasceu e faleceu em Santos, respectivamente, a 23/6/1894 e 25/6/1937.

Os versos de Martins Fontes estão, por assim dizer, impregnados na própria vida da cidade e não deixarão de fremir na ressonância da nossa literatura. Martins Fontes foi um dos mais insignes filhos desta cidade e salientou-se pelo acendrado amor que sempre dedicou à sua terra, tornando-se uma figura inesquecível pela fulgurância do seu espírito e pela bondade do seu coração amantíssimo.

Bom filho, bom médico, bom irmão, bom amigo e grande poeta, Martins Fontes está indissoluvelmente ligado à cidade de Santos. Conferencista emérito, prosador inigualável, Martins Fontes traduziu nos seus versos a exuberância do seu temperamento artístico, sendo a sua poética variada e rica pelo seu vocabulário.

Seu livro de versos Verão é considerado sua obra-prima, tendo deixado ainda inúmeras obras tais como Paulistânia, Nos Jardins de Augusto Comte, Poesias etc.

Seu sepultamento foi uma das maiores provas do sentimento de Santos pela perda de seu ilustre filho, constituindo uma das maiores manifestações de apreço consagradas a um santista.


Foto publicada com o poema, na página 78 do Almanaque de Santos para 1959

Na mesma edição, foi publicado na página 78 este seu poema:

Religião

Creio que Deus foi inspirado

Pelo ideal de um grande amor

E como um poeta apaixonado

Fez a mulher e fez a flor.

 

Fez, completando a obra divina,

Para ser justo em seu mister,

Do lírio, a alma feminina,

Da rosa, a carne da mulher.

 

Vivem na terra confundidas,

Essas imagens ideais,

Ambas formosas e queridas

Mas tão diversas, sendo iguais.

 

Mas nem o lírio nem a rosa

Têm esse encanto singular,

Essa expressão maravilhosa

Que há num sorriso ou num olhar.

 

Oh! a mulher é incomparável,

Não tem um símile sequer,

É indefinível e é adorável

É mais que a flor, porque é mulher

 

Ela é suprema inspiradora,

Ela é a suprema inspiração

E criatura e criadora

Ela é maior que a criação!

 

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