CULTURA/ESPORTE NA BAIXADA SANTISTA -
Ribeiro Couto
Rui Ribeiro Couto (5)
O trecho inicial do poema Santos, de Rui
Ribeiro Couto, foi transcrito no livro Imagens de um Mundo Submerso, de Nelson Salasar Marques (volume II, Editora do Escritor - Luz e Silva
Editor, São Paulo/SP, 2000):
SANTOS (Primeira parte)
Nasci junto do porto, ouvindo o barulho dos embarques
Os pesados carretões de café
Sacudiam as ruas, faziam tremer o meu berço.
Cresci junto do porto, vendo a azáfama dos embarques.
O apito triste dos cargueiros que partiam
Deixava longas ressonâncias na minha rua.
Brinquei de pegador entre vagões das docas,
Os grãos de café, perdidos no lajedo,
Eram pedrinhas que eu atirava noutros meninos.
As grades de ferro dos armazéns, fechados à noite,
Faziam sonhar (tantas mercadorias!)
E me ensinavam a poesia do comércio.
Sou bem teu filho, ó, cidade marítima,
Tenho no sangue o instinto da partida,
O amor dos estrangeiros e das nações,
Ó, não me esqueças nunca, ó, cidade marítima,
Que eu te trago comigo por todos os climas
E o cheiro do café me dá tua presença.
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Esse mesmo trecho de poema também aparece na página 77 da seção Literatura do Almanaque de Santos para 1959
(Santos/SP, 1ª edição, 1959 - exemplar no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio - SHEC) -
notem-se algumas alterações em palavras, em comparação com o texto acima:
Imagem: reprodução da página 77 do Almanaque de Santos para 1959
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