Pagu é musa de nova revista cultural

Publicação é iniciativa das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo e traz artigos sobre gestores culturais, cultura hip-hop e outros

Da Redação

O centenário de nascimento de Patrícia Galvão, a Pagu, que terá extensa programação até o final deste ano em Santos e também em outras cidades do Estado, mereceu homenagens também das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo.

A jornalista, ilustradora, escritora, agitadora política e cultural, é a capa da recém-lançada revista Oficinas Culturais, que ficará à disposição do público a partir de julho em todas as unidades do Estado de São Paulo. Inclusive nas Oficinas Culturais Pagu, que funcionam na antiga Cadeia Velha, na Praça dos Andradas, no Centro.

A matéria de capa da primeira edição discute as várias facetas de Pagu, uma rebelde da vida  das artes, que foi musa do Movimento Modernista, militante política, viajou o mundo inteiro e, nas últimas décadas de vida, trabalhou em A Tribuna. Inclui também uma entrevista com a acadêmica Lúcia Maria Teixeira Furlani.

Lúcia, que pesquisa a vida de Pagu há mais de 22 anos e escreveu três livros sobre a artista e escritora, a define como um ícone de um período histórico. "Seu trabalho vale como um todo, representa uma época", diz Lúcia, que é também presidente do Instituto de Educação Superior Santa Cecília.

Novo perfil - O próprio cenário que motivou a criação da revista é fonte de discussão: a mudança do perfil do público consumidor de cultura, conforme explica o ex-diretor executivo da Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, Lorenzo Mammi.

"As práticas artísticas mudaram muito nos últimos anos e também mudaram os métodos e os processos pelos quais o conhecimento é transmitido. Esta revista é um instrumento dessa renovação: uma maneira de pensar em voz alta e também de pensar junto", argumenta Mammi.

Nessa linha, o gestor cultural Martin Grossmann fala, em entrevista, sobre a importância da formação de novos quadros na gestão cultura, questão fundamental para o bom gerenciamento da cultura.

Grossmann acha que os gestores culturais tenham, também, uma visão empresarial da cultura. Ele defende que a formação tradicional, compartimentada, não dá mais conta de formar um profissional preparado para atender à demanda sócio-cultural da atualidade.

Dentro da mesma linha, relacionada à gestão cultural, matéria da jornalista Elaine Bittencourt discute: não basta, apenas, sensibilidade artística para viabilizar um projeto cultural. É preciso também planejamento estratégico e boa administração. E, também, uma gestão mais eficiente dos recursos e uma mudança, mais do que necessária, na legislação.

A formação de novos gestores culturais será o tema de seminário que ocorrerá de 9 a 23 de julho em Campinas. São esperados mais de 500 gestores culturais, profissionais da área e universitários. O evento acontecerá no Teatro Bento Quirino.

A publicação traz, ainda, outros temas culturais relevantes como o espaço cada vez maior que a cultura hip-hop ganha nas cidades do interior do Estado de São Paulo. Iniciado nos Estados Unidos, o movimento, por aqui, conserva um forte viés de protesto que não é mais tão comum no país em que nasceu.

E, por fim, traz um calendário completo das atividades das oficinas culturais em todo o Estado, inclusive na região.

A revista Oficinas Culturais pode ser encontrada, também, na Internet, em versão integral em formato PDF, no site da Associação de Amigos das Oficinas Culturais: www.assaoc.org.br/destaques/2010/arquivos/revistaoc.pdf

Patrícia Galvão é homenageada no sarau 100 Anos Pagu Mulher, que será realizado na Cadeia Velha

Imagem: reprodução, publicada com a matéria

Em Santos, tem oficina e homenagem

A programação do mês de julho das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo é bastante ampla. Em Santos haverá, do dia 2 até o dia 30, Oficina de Contação de Histórias. Através da oralidade, esta oficina resgata a tradição da contação de história e ajuda a trabalhar a imaginação, ativar a memória, incentivar e fomentar a leitura e a promover o pensamento crítico nos alunos. O curso é ministrado por Fernando Lucio Ferreira da Silva Rino, que é ator, manipulador de títeres e diretor teatral.

As aulas ocorrerão às quartas e sextas-feiras, das 18h45 às 21h45, e podem participar jovens e adultos. São apenas 30 vagas. Também na Oficina Cultural Pagu acontece, no dia 8, o sarau 100 Anos Pagu Mulher, das 19 às 23 horas. A Oficina Cultural Pagu fica na Praça dos Andradas, 1, Centro, Santos. Informações pelo tel. 3219-2036.

Em Bertioga o curso será de acrobacias de circo, na Casa da Cultura, com aulas aos sábados, das 9 às 12 e das 13 às 16 horas, de 1 a 31 de julho. Programação completa em www.assaoc.org.br/oficinas/index-2010-regionais.php.