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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - HISTÓRIA - BIBLIOTECA NM
A História Econômica de Cubatão (13)

Com o título: "Entre estatais e transnacionais: o Pólo Industrial de Cubatão", esta tese de doutorado foi defendida em janeiro de 2003 no Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) pelo professor-doutor Joaquim Miguel Couto, de Cubatão, que autorizou sua transcrição em Novo Milênio. O tema continua:

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ENTRE ESTATAIS E TRANSNACIONAIS: O PÓLO INDUSTRIAL DE CUBATÃO

Prof. Joaquim Miguel Couto

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Capítulo III

A primeira siderúrgica marítima brasileira e o complexo de fertilizantes de Piaçagüera (os anos 60 e 70)

3.3 - As pequenas e médias indústrias satélites

Visando desfrutar de vantagens locacionais, várias indústrias de pequeno e médio porte se instalaram em Cubatão, durante os anos sessenta e setenta. Tinham a intenção de aproveitar os subprodutos das grandes indústrias (RPBC, Copebrás, Cosipa, Carbocloro e Ultrafértil) como matéria-prima ou fornecer a estas empresas insumos básicos de sua linha de produção. Foram nove indústrias que se instalaram em Cubatão com esse objetivo: Clorogil/Rhodia, Cimento Santa Rita, Engeclor, Engebasa, Gespa, Liquid Carbonic, Liquid Química, Hidromar e Petrocoque.


Instalações da Cia. Brasileira de Estireno em Cubatão
Foto: Cubatão Ontem e Hoje, um Marco do Desenvolvimento,
editora Hallison Publicidade Ltda., S.Paulo/SP, 1970

A Carbocloro foi a indústria que mais atraiu empresas ao seu redor (três). A primeira delas foi a Clorogil S/A - Indústria Química, constituída em 1965 pela associação da Progil - Socyeté Anonyme (indústria francesa) com a própria Carbocloro. Suas principais matérias-primas eram o cloro e a soda cáustica, fornecidos pela Carbocloro, via tubulação. Iniciou suas operações em 1966, produzindo solventes e fungicidas clorados: pentaclorofenol, pentaclorofenato de sódio e ácido clorídrico. Os fungicidas eram produzidos a partir do cloro, fenol e soda cáustica. O fungicida pentaclorofenato de sódio era o perigoso e conhecido pó da China.

Até 1974, foi uma indústria de porte pequeno, com área construída de apenas 14.000 m², quinze funcionários e produção em torno de 1.000 a 1.500 toneladas/ano. Contudo, nesse ano, com a inauguração da nova unidade de tetracloreto de carbono e percloroetileno, a Clorogil passou a ser uma indústria de porte médio, com área construída de 45.000 m², cerca de 200 empregados e capacidade de produção de 60.000 toneladas/ano. Em 1976, a Rhodia, pertencente ao Grupo Rhône-Poulenc (empresa estatal francesa), comprou a Progil. A partir de então, a Clorogil passou a chamar-se Rhodia S/A.

À época de sua aquisição pela Rhodia, a Clorogil começou a apresentar problemas de intoxicação de seus operários: em 1975, dois trabalhadores da empresa morreram por intoxicação aguda ao pentaclorofenato. As duas mortes causaram clamor popular e repercutiram na imprensa. Em 1978, diante da pressão da sociedade e dos trabalhadores da empresa, a Rhodia fechou a fábrica de pentaclorofenato. Continuou a produzir somente o tetracloreto de carbono, o percloroetileno e o ácido clorídrico.

Em junho de 1993, depois de encontrado um lixão de quinze mil toneladas de resíduos químicos quase puros, dentro da fábrica da Rhodia, o Ministério Público interditou a indústria, em caráter preventivo, pois o lixão transformava a fábrica num local incompatível com a vida humana. Nesse mesmo ano, o Grupo Rhône-Poulenc foi privatizado pelo governo francês. No início de 2002, a Rhodia divulgou um comunicado informando que não mais iria retomar a produção da fábrica de Cubatão, decidindo pelo desmonte da unidade [48].

A segunda indústria vinculada do ponto de vista técnico à Carbocloro é a pequena Engeclor Indústria Química S/A. Instalada também ao lado da Carbocloro, numa área de 8.000 m², a empresa iniciou suas operações em 1 de abril de 1971. Pertencente à Companhia Brasileira de Participações (Cobrapar), holding do Grupo Ultra (empresa privada nacional), a finalidade da indústria era a produção de cloreto de amônio.

O cloreto de amônio é um sal cristalino de alta pureza, utilizado na fabricação de pilhas secas, em banhos de estampagem, na introdução de componentes de fluxos de solda e na galvanização, servindo ainda como matéria-prima na fabricação de inúmeros produtos químicos. O cloreto de amônio é produzido com amônia anidra gasosa e mais cloreto de hidrogênio gasoso, através do processo de síntese direta. À época de sua instalação, atendia todo o mercado interno, pois era a primeira empresa brasileira a produzir esse tipo de produto [49]. Nos anos 90, a empresa foi adquirida pela Oxiteno S/A - Indústria e Comércio.

A terceira indústria dependente da Carbocloro é a também pequena Hidromar Produtos Químicos Ltda. Empresa de capital nacional, iniciou suas operações em 1974, produzindo hipoclorito de sódio e cloro gás, utilizando como matéria-prima cloro e soda cáustica líquida fornecida pela Carbocloro (via tubulação). Sua produção média anual de hipoclorito de sódio está em cerca de 4.800 toneladas (agosto de 2002) e a produção é escoada por carretas.

Em 1994, a Hidromar abriu uma segunda unidade em Nova Santa Rita/RS e, em 1998, uma terceira em Curitiba/PR, tornando o mercado das regiões Sul e Sudeste, em seus principais clientes. A empresa também comercializa cloro líquido (adquirido da Carbocloro) e presta serviços de treinamentos, manutenção e pintura de carretas e cilindros de cloro e fornecimento de peças, equipamentos e instalações para armazenamento e utilização de cloro. Seus principais clientes são as empresas de saneamento básico, públicas ou privadas.

Mais recentemente mudou sua denominação para Hidromar Indústria Química Ltda. Possui 50 funcionários em Cubatão (entre operacional e administrativo) e emprega 10 funcionários terceirizados. A sede da empresa fica na própria fábrica de Cubatão, onde é comercializada sua produção.

Já a Cimento Santa Rita instalou sua fábrica bem próxima à Cosipa, sua principal fornecedora de matéria-prima. Enquanto a siderúrgica está localizada no lado esquerdo do Rio Mogi, a Santa Rita está instalada no lado direito do mesmo rio, numa distância de 2 km da siderúrgica. A exemplo da própria Cosipa, a Santa Rita teve que estaquear toda a sua área construída, pois o terreno era todo de mangue. Pertencente ao grupo transnacional Argeda, seus equipamentos foram comprados, em grande parte, nos Estados Unidos. Iniciou sua produção em 18/11/1968, através do Moinho I, com capacidade de produção de 220 toneladas/ano de cimento.

Suas dimensões foram projetadas em função da capacidade de fornecimento de escória de alto-forno pela Cosipa (cerca de 12 mil toneladas/mês, praticamente toda a escória produzida pela siderúrgica), matéria-prima básica da indústria de cimento tipo Portland de alto-forno [50].

Utiliza ainda duas outras matérias-primas, o clinquer e o gesso (Goldenstein, 1972:192/196). Em 1979, dado o aumento de escória fornecida pela Cosipa, a Santa Rita construiu o Moinho II, praticamente dobrando sua capacidade de produção de cimento [51].

Em 1986, o poderoso grupo nacional Votorantim comprou a Santa Rita. Há cerca de dois anos, após um processo de reestruturação interna, a Votorantin reuniu várias de suas fábricas de cimento numa única empresa, a Cimento Rio Branco S/A, passando a fábrica de Cubatão a ser denominada de Moagem Cubatão.

Em outubro de 2002, possuía 60 funcionários diretos e cerca de 14 contratados (vigilância e refeitório, basicamente). Nos últimos três anos, sua produção média foi de 350 mil toneladas/ano de cimento, embora tenha capacidade de produzir até 400 mil toneladas/ano. A escória continua sendo fornecida pela Cosipa através de caminhões, enquanto o clinquer vem de Sorocaba ou Paraná (ambas indústrias da Votorantim); já o gesso é fornecido pela Copebrás.

A Moagem Cubatão abastece a região do litoral paulista (de Peruíbe até São Sebastião) e, eventualmente, a região do Grande ABC. A comercialização da produção é feita em São Paulo, nos escritórios do grupo controlador. Já a distribuição da produção é feita por caminhões enviados pelos próprios clientes. Para os clientes pequenos, que não possuem caminhão ou transportadora contratada, a Moagem utiliza caminhões terceirizados para atendê-los. No início dos anos 90, a empresa ainda utilizava a ferrovia para distribuir sua produção, pois fornecia cimento para Mato Grosso do Sul e Paraná (Itaipu). No entanto, devido aos problemas de atraso do sistema ferroviário, a empresa passou a trabalhar somente com caminhões.

Outra empresa privada nacional, fundada em 1971, foi a pequena Engebasa - Mecânica e Usinagem S/A. Iniciou suas atividades em abril de 1973, numa área construída de 840 m², na Rodovia Piaçagüera, próxima à Cosipa. Sua produção é voltada para peças metálicas sob encomenda (calderaria). Atua também nos serviços de manutenção de equipamentos industriais (principalmente no setor siderúrgico), soldas e revestimentos especiais, alívio de tensões e montagem industrial [52].

Quanto à Gespa - Gesso Paulista S/A, construiu sua fábrica ao lado de sua principal supridora de matérias-primas, a Copebrás, de quem era subsidiária. Entrou em operação em 1976, produzindo gesso granulado tipo CR (usado na fabricação do cimento) e o gesso FEP (para mistura em fertilizantes), através do subproduto das rochas utilizadas na fabricação do ácido fosfórico da Copebrás. Por mês, a fábrica vem produzindo 14 mil toneladas de gesso CR e 7 mil toneladas de gesso FEP. Em janeiro de 2002, com a decisão do grupo japonês, Taiheiyo, de vender sua participação na Gespa, a Copebrás assumiu o controle total da empresa, incorporando a Gespa como uma nova planta produtiva, denominada Unidade de Sulfato de Cálcio [53].

Em 1970, foi a vez da Liquid Carbonic Indústrias S/A entrar em operação. Com sede no Rio de Janeiro e filiais em outros estados brasileiros, a Liquid Carbonic pertencia ao grupo Houston Natural Gas. Sua instalação em Cubatão visou produzir gás carbônico liquefeito e gelo seco a partir de matéria-prima fornecida pela Ultrafértil [54].

Em abril de 2002, a Liquid Carbonic foi extinta, sendo a White Martins Gases Industriais Ltda. a sua sucessora em todos os direitos e obrigações [55]. Em 2002, a White Martins tinha 24 empregados em Cubatão e seus principais clientes eram as empresas de refrigerantes, indústrias químicas, siderúrgicas (Cosipa) e metalúrgicas.


Em 1970, a Liquid Carbonic inaugurava suas instalações em Cubatão
Foto: Cubatão Ontem e Hoje, um Marco do Desenvolvimento,
editora Hallison Publicidade Ltda., S.Paulo/SP, 1970

Outra pequena indústria ligada ao grupo Houston Natural Gas era a Liquid Química S/A. Localizada próxima à Refinaria Presidente Bernardes, na Rodovia Piaçagüera, iniciou suas operações em 1972. Desde aquela época vem produzindo ácido benzóico, benzoato de sódio moído, aldeído benzóico, benzoplast 300, benzoplast 320, ácido benzóico farmacêutico e benzoato de sódio granulado [56].

Coube, contudo, a iniciativa estatal a construção da maior empresa satélite de Cubatão: a Petrocoque S/A - Indústria e Comércio. Fundada em 28 fevereiro de 1972, tinha a finalidade pioneira de produzir coque de petróleo calcinado, através do fornecimento exclusivo de sua matéria-prima básica (o coque verde) pela Refinaria de Cubatão [57].

A empresa foi constituída por quatro grandes grupos: a Petrobras Química S/A - Petroquisa (com 35% do capital), a Universal S/A - Comércio e Empreendimentos (24,9%), a Aluminium Company of Canada Ltda. - Alcan (25,1%) e a Companhia Brasileira de Alumínio - CBA (15%). A Petrocoque foi a primeira associação da Petrobras (através de sua subsidiária, Petroquisa) com uma empresa estrangeira, pois tanto a engenharia básica como o know-how da usina seriam fornecidos pela Alcan, empresa transnacional canadense (CNP, setembro/outubro, 1974).

A construção da indústria iniciou-se em fins de 1973, depois de adquirir um terreno de 40.200 m² pertencente a Union Carbide do Brasil, localizado bem ao lado da Refinaria Presidente Bernardes [58]. Dessa forma, o coque verde seria transportado por uma pequena linha férrea que uniria a refinaria à Petrocoque, de pouco mais de um quilômetro. Em março de 1975, iniciou a operação experimental da Unidade Calcinadora I e, em agosto, passou a operar em condições normais de escala industrial.

A inauguração oficial da Petrocoque ocorreu em 28 de novembro de 1975, com a presença do Ministro das Minas e Energia, Shigeaki Ueki. O custo total da implantação da empresa foi de Cr$ 4 milhões. Sua capacidade nominal de produção era de 130.000 toneladas anuais de coque calcinado, o que garantia o atendimento das necessidades brasileiras previstas até 1980 (CNP, julho/agosto, 1976) [59].

Em 1982, a indústria construiu a Unidade Calcinadora II, e em 1987 entrou em operação a Unidade Calcinadora III. Com essas ampliações, a Petrocoque aumentou sua capacidade nominal de produção para 600 mil toneladas/ano, numa área de 65.000 m² [60].

Nos anos 90, a Petroquisa colocou a Petrocoque na lista das empresas a serem privatizadas. No entanto, não apareceu nenhum interessado em disputar os 35% do capital da indústria que pertencia à Petroquisa. Dessa forma, a Petrocoque continua sendo uma das três indústrias do Pólo Industrial de Cubatão a ser considerada estatal, embora opere como uma empresa privada.

Atualmente, a Petrocoque está com sua Unidade Calcinadora I desativada, em função de problemas ambientais [61]. Já a Unidade II funcionou durante o primeiro semestre de 2002, mas por motivos de falta de mercado, foi desativada no segundo semestre, estando agora em manutenção. Tão logo a demanda cresça, a Unidade II estará pronta para voltar a funcionar.

Assim, neste segundo semestre (N.E.: de 2003), a Petrocoque só está operando com a unidade calcinadora mais moderna, a Unidade III, cuja capacidade nominal de produção é de 160 mil toneladas/ano. Esta Unidade III possui um incinerador, que queima as partículas residuais do processo de calcinamento, diminuindo a quantidade de material particulado lançado na atmosfera.

A produção da Petrocoque está toda automatizada, sendo operada numa única sala, mas que, segundo seus técnicos, ainda não está no mesmo nível da Refinaria Presidente Bernardes. Em 2000, a empresa produziu 270 mil toneladas, e em 2001, um pouco menos, 222 mil. A previsão para 2002 é produzir 195 mil toneladas. Os principais clientes estão localizados em São Paulo e Minas Gerais. Cerca de 90% da produção é vendida para fábricas de alumínio. Os próprios clientes é que retiram o coque calcinado na fábrica (através de carretas) [62].

Todo o setor administrativo da empresa está localizado na fábrica de Cubatão. A composição acionária atual da Petrocoque é a seguinte: Petroquisa (35% do capital), Alcan (25%), Universal (25%) e CBA (15%). Tanto a Alcan como a CBA são consumidoras do coque em suas fábricas de alumínio. O número de funcionários diretos é de 79 pessoas e 50 são terceirizados. A Petrocoque continua sendo a única indústria brasileira produtora de coque calcinado [63].


NOTAS:

[48] Produção da Rhodia (toneladas/ano): 1975: 17.071; 1976: 46.811; 1977: 56.173; 1978: 42.487; 1979: 45.571; 1982: 17.618; 1983: 16.376; 1984: 18.549; 1985: 60.000; 1986: 55.831. Número de funcionários: maio/1973: 15; dezembro/1975: 131; julho/1978: 203; 1986: 175 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988).

[49] Produção da Engeclor (toneladas/ano): 1971: 807; 1972: 2.814; 1973: 4.237; 1975: 6.676; 1976: 5.278; 1977: 5.735; 1978: 6.945; 1979: 7.936; 1982: 9.360; 1983: 5.992; 1984: 7.141; 1985: 5.476; 1986: 8.025. Número de funcionários: maio/1973: 32; julho/1974: 39; dezembro/1975: 38; julho/1978: 35; 1986: 28 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988). Atualmente, possui apenas 12 funcionários.

[50] O cimento Portland (CPIII), produzido em Cubatão, tem como característica básica uma maior resistência e impermeabilidade, sendo recomendado para baldrames, colunas, fundações e lajes. Foi utilizado na construção da Usina de Itaipu e no Porto de Santos. Atualmente está sendo consumido na construção da nova pista da Imigrantes.

A fábrica de Cubatão tem capacidade para atender as especificações técnicas de cada cliente para o CPIII, dependendo da escala de produção solicitada. Este cimento recebeu o nome de Portland por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às das rochas da ilha britânica de Portland.

[51] Produção da Santa Rita (toneladas/ano): 1971: 202.273; 1972: 208.427; 1973: 216.518; 1975: 220.689; 1976: 224.521; 1977: 203.466; 1978: 248.511; 1979: 402.110; 1982: 408.005; 1983: 427.818; 1984: 343.059; 1985: 348.268; 1986: 349.649; 1999: 346.000; 2000: 362.000; 2001: 338.000. Número de funcionários: dezembro/1975: 71; maio/1973: 95; julho/1978: 83; dezembro de 1986: 95 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988).

[52] Produção da Engebasa (toneladas/ano): 1973: 11; 1975: 144; 1976: 360; 1977: 480; 1978: 400; 1979: 600. Número de funcionários: julho/1974: 28; dezembro/1975: 29; julho/1978: 39; dezembro/1986: 62 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988).

[53] Produção da Gespa (toneladas/ano): 1976: 21.242; 1977: 113.638; 1978: 171.190; 1979: 209.061; 1982: 230.899; 1983: 169.055; 1984: 169.945; 1985: 140.235; 1986: 157.212. Número de funcionários: julho/1978: 36; dezembro de 1986: 48 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988).

[54] Produção da Liquid Carbonic (toneladas/ano): 1971: 8.820; 1972: 11.748; 1973: 16.922; 1975: 18.493; 1976: 10.931; 1977: 18.399; 1978: 21.700; 1979: 22.400; 1982: 27.170; 1983: 19.320; 1984: 39.170; 1985: 37.764; 1986: 52.574. Número de funcionários: maio/1973: 14; julho/1974: 11; dezembro/1975: 14; julho/1978: 17; dezembro/1986: 19 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988).

[55] A White Martins é controlada, desde 1992, pela Praxair Comércio e Participações Ltda., pertencente ao grupo norte-americano Praxair Inc.

[56] Produção da Liquid Química (toneladas/ano): 1982: 1.627; 1983: 1.820; 1984: 2.212; 1985: 3.100; 1986: 3.554. Número de funcionários: dezembro/1986: 35 (PMC, 1988).

[57] O coque de petróleo calcinado é uma variedade de carvão, definido como o carbono de mais alta pureza obtido através de processo industrial. Para produzir o coque de petróleo calcinado, a Petrocoque se utiliza de fornos rotativos que aquecem a matéria-prima, o coque verde, até uma temperatura de 1.200 ºC. Esse aquecimento é feito pela combustão dos materiais voláteis que o próprio coque verde libera.

O coque de petróleo calcinado é uma matéria-prima vital para a indústria do alumínio, pois para fabricar 100 toneladas de alumínio são necessárias 40 toneladas de coque. É também empregado na indústria aeroespacial, aeronáutica, automobilística, siderúrgica, embalagens, abrasivos, fertilizantes, eletrodos de grafite, etc. (Petrocoque, 1991: 07/08).

[58] A localização da Petrocoque é considerada estratégica pela própria empresa. Além de estar ao lado de sua principal fornecedora de matéria-prima, tem a sua disposição excelentes rodovias asfaltadas, ferrovias com bitolas largas e estreitas e o Porto de Santos. Tudo isso facilitou sua estratégia de fornecimento de coque calcinado para todo o país.

[59] A Petrocoque foi a primeira empresa a fabricar coque calcinado no país e no Hemisfério Sul. Até 1975, o Brasil importava toda a produção de coque de petróleo calcinado que consumia. Assim, o objetivo da Petrocoque "era suprir a demanda interna, substituindo a importação, e economizando divisas" (Petrocoque, 1991:02).

Para suprir de coque verde à Petrocoque, a Refinaria Presidente Bernardes instalou uma unidade produtora de coque de petróleo, em 1972. Além de produzir o coque calcinado, a Petrocoque fornece energia térmica (vapor) para a Carbocloro, RPBC e Estireno; em troca recebe água de caldeira dessas empresas.

[60] Produção da Petrocoque (toneladas/ano): 1975: 34.289; 1976: 61.817; 1977: 97.375; 1978: 86.839; 1979: 122.809; 1982: 402.424; 1983: 507.542; 1984: 623.563; 1985: 537.331; 1986: 504.851. O número de funcionários era relativamente pequeno nos anos 70, aumentando nos anos 80: dezembro/1975: 40 operários; julho/1978: 43; dezembro de 1986: 135 (PMC, 1973, 1976, 1982, 1988).

[61] O custo de atualização tecnológica e ambiental da Unidade I é orçada em cerca de R$ 7 milhões, inviável perante a baixa demanda atual de coque calcinado.

[62] Os Estados do Rio de Janeiro, Maranhão e Pará vem importando coque calcinado, na ordem de 300 mil toneladas/ano, por considerarem que atende melhor suas especificações técnicas.

[63] Em meados dos anos 90, a Petrocoque chegou a exportar 100 mil toneladas/ano de coque calcinado. Em 2002, deverá atingir somente a quantidade de 10 mil toneladas, vendida para os Estados Unidos.