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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - HISTÓRIA - BIBLIOTECA NM
A História Econômica de Cubatão (11)

Com o título: "Entre estatais e transnacionais: o Pólo Industrial de Cubatão", esta tese de doutorado foi defendida em janeiro de 2003 no Instituto de Economia da Universidade de Campinas (Unicamp) pelo professor-doutor Joaquim Miguel Couto, de Cubatão, que autorizou sua transcrição em Novo Milênio. O tema continua:

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ENTRE ESTATAIS E TRANSNACIONAIS: O PÓLO INDUSTRIAL DE CUBATÃO

Prof. Joaquim Miguel Couto

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Capítulo III

A primeira siderúrgica marítima brasileira e o complexo de fertilizantes de Piaçagüera (os anos 60 e 70)

3.1 - Companhia Siderúrgica Paulista: Cosipa

Se nos anos cinqüenta, Cubatão foi marcada pela construção da maior obra do país (a refinaria de petróleo), já no início dos anos sessenta o mesmo não foi diferente: estava em ritmo acelerado a construção da primeira siderúrgica marítima brasileira: a Companhia Siderúrgica Paulista - Cosipa.

Esta obra, tamanha sua envergadura, superava até as obras anteriores da construção da Refinaria Presidente Bernardes. Não era pouca coisa: milhares de operários, centenas de máquinas, um movimento descomunal. A sua construção abalou não só o município de Cubatão, mas toda a região da Baixada Santista [1]. Enquanto o país passava por um período de baixo crescimento, na primeira metade dos anos sessenta, Cubatão crescia com a construção da Cosipa [2].


Instalações da Cosipa em Cubatão
Foto: Cosipa, cerca de 1990

A história dessa grande obra nos remete ao início dos anos cinqüenta. Nessa época, era flagrante a falta de oferta de aço em todo o mundo. Os Estados Unidos estavam incapacitados de ampliar a sua produção para atender a demanda mundial. Propõe, então, que outros países latino-americanos ingressassem nesse ramo industrial. O Brasil, por sua vez, já dominava esse tipo de indústria, graças à Usina de Volta Redonda, uma das maiores do mundo, que começou a produzir em 1946 [3].Possuindo a melhor e a maior reserva de minério de ferro do mundo, o Brasil acabava tendo uma vantagem comparativa que lhe impunha uma vocação natural para a produção do aço.

Diante dessa dificuldade de atender a demanda mundial e dado o conhecimento adquirido em Volta Redonda, um grupo de engenheiros paulistas se propõem a construir uma siderúrgica marítima. Segundo Plínio de Queiroz (citado por Uchôa, 1999:14), a idéia de construir uma usina siderúrgica em São Paulo, mais precisamente no Bairro de Piaçagüera (em Cubatão), surgiu num encontro de engenheiros na Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, em 21 de abril de 1951 [4]. Nesse mesmo dia, escolheu-se o nome da futura usina (Cosipa) [5].

No ano seguinte, Plínio de Queiroz abriu uma "Lista de Subscrição" para formar um fundo visando custear os estudos de prospecção da siderúrgica. Em junho de 1952, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) terminava os trabalhos de sondagem em Piaçagüera. Contando apenas com o apoio da iniciativa privada, os empreendedores obtiveram capital para constituir, em 23 de novembro de 1953, a Companhia Siderúrgica Paulista, tendo como seu primeiro presidente o engenheiro Plínio de Queiroz.

Apesar dos avanços, somente em 23 de maio de 1956, a Diretoria da empresa autorizou a compra de um terreno de quatro milhões de metros quadrados, em Piaçagüera, de propriedade de Adelino da Rocha Brites, para a construção da futura usina (Ibid., p.16) [6].

A escolha de Piaçagüera/Cubatão para abrigar a primeira grande siderúrgica do Estado de São Paulo, ainda naquele mês de abril de 1951, deveu-se à propaganda que o município de Cubatão recebeu com a instalação da refinaria de petróleo, onde eram enaltecidas as suas vantagens de localização. No entanto, a Refinaria em si não era uma força de atração capaz de seduzir uma usina siderúrgica [7].

Segundo Seabra (1965:125/126), existem quatro possibilidades de localização de uma siderúrgica: próxima ao minério de ferro, junto ao carvão, entre o minério de ferro e o carvão, e junto ao mercado consumidor. Todas estas quatro categorias apresentam aspectos positivos e negativos, que cabe a cada empresa aproveitar os positivos e tentar anular os negativos. A Cosipa optou pela proximidade do mercado consumidor [8].

Além disso, seus fundadores buscaram um meio de transporte mais rentável do que o rodoviário e o ferroviário para transportar o minério de ferro e o carvão (necessários à produção do aço) [9].

Por essa razão a Cosipa seria uma siderúrgica marítima: receberia sua matéria-prima num porto instalado dentro da própria usina [10]. A região de porto mais próxima à Grande São Paulo era a Baixada Santista.

A pergunta seguinte era: onde instalar a siderúrgica na Baixada Santista? A cidade de Santos, com seu grande cais, não tinha mais áreas disponíveis para a implantação de uma indústria de grande porte, nem água doce em abundância necessária a uma usina siderúrgica. Já Guarujá, não tinha ligação por terra com São Paulo (pois a Rodovia Piaçagüera/Guarujá, que ligaria Guarujá à Via Anchieta, foi inaugurada somente em 1961).

Assim, o único local na Baixada Santista que possuía terras em abundância (e a baixo preço), ao lado do mar, próxima à usina Henry Borden [11]. e a Via Anchieta, e com água doce em grande quantidade, era a região de Piaçaguera/Cubatão [12].

Como pontos negativos estavam o custo de construção de uma usina em terreno de mangue, sindicatos fortes e salários relativamente mais elevados (Ibid., p.145). Dentre esses fatores, o problema do solo foi o maior desafio, encarecendo demasiadamente a construção da usina [13].

As obras de construção da Cosipa tiveram início em 1958, com os serviços de terraplenagem e estaqueamento em Piaçagüera. Nessa época, a Cosipa já contava com uma eficiente infra-estrutura administrativa, formada pelos escritórios de São Paulo, de Oakland (Califórnia/EUA) e do Rio de Janeiro, além da Coordenação de Campo em Piaçaguera (Uchôa, 1999:37).

Em 1959, foi construída a ponte sobre o Rio Mogi, com 55 metros de extensão, que facilitou o acesso às áreas da empresa. Em 4 de março de 1959, o presidente da República, Juscelino Kubitschek, vem a Piaçagüera, com o governador do Estado, Carvalho Pinto, para a inauguração oficial das obras de construção da usina [14].

A Cosipa utilizava até 1962, em parte, seus próprios trabalhadores na construção e montagem da usina; depois disso, passou a contratar somente as empreiteiras (Damiani, 1984:40) [15]. No final desse ano, iniciou o treinamento de 300 engenheiros para a operação da usina, em contrato com a CSN.

Em fevereiro de 1963, existiam 16 mil homens trabalhando na construção da siderúrgica e era prevista a necessidade de 15 mil operários quando a usina estivesse funcionando a plena capacidade (Seabra, 1965:107) [16]. No dia 13 de junho de 1963, a Cosipa homenageou o Patriarca da Independência, dando à usina siderúrgica a denominação de "José Bonifácio de Andrade e Silva", naquela que era a data de seu nascimento.

O início das inaugurações principiou a 18 de dezembro de 1963, com a entrega da Laminação a Quente pelo presidente da República, João Belchior Goulart, e completada com a Laminação a Frio, a 15 de outubro de 1964, por ocasião da visita do presidente da França, Charles de Gaulle [17].

Nesse mesmo ano, a Cosipa registrou a primeira exportação, com o embarque de 5.295 toneladas de chapas para a Argentina e o Uruguai. Em 28 de outubro de 1965, o General Edmundo de Macedo Soares (patrono da siderurgia no Brasil) inaugurou o Alto-Forno 1, unidade central de qualquer siderúrgica. O Alto-Forno 1 era considerado o maior do Brasil e o segundo da América Latina, capaz de produzir 1.650 toneladas por dia de ferro gusa (recorde latino-americano na época).

Em 3 de novembro, entraram em funcionamento os Conversores da Aciaria e, finalmente, em 21 de dezembro, as Bias de Coque. Com estas inaugurações, a Cosipa tornou-se uma siderúrgica integrada, pois passava a ter as três etapas produtivas do setor: transformação do minério em gusa, transformação da gusa em aço, transformação do aço em produtos planos (Ibid., p.108) [18].

O engenheiro Prado Uchôa (citado por Andrade, 1975:265) não poupou elogios à usina da Cosipa e ressaltava o seu pioneirismo: foi a primeira siderúrgica brasileira a produzir aço estabilizado, em substituição ao aço acalmado com alumínio; foi a pioneira na fabricação de aços ao cromo em conversores LD; fabricou, pela primeira vez no Brasil, chapas largas ao cobre (resistentes à corrosão e a baixas temperaturas) para estruturas submarinas [19].

Esperava-se, por uma maioria entusiasmada, que a Cosipa pudesse atrair novas indústrias para Cubatão, a exemplo da Refinaria Presidente Bernardes. Três motivos motivavam essa grande expectativa:

a) os fretes eram elevados, dado o baixo valor agregado dos produtos de uma siderúrgica, induzindo à implantação de indústrias metalúrgicas, de equipamentos pesados e construção naval, próximas à siderúrgica;

b) proximidade com o Porto de Santos para escoar a produção;

c) os subprodutos da siderúrgica eram matérias-primas para outras indústrias, principalmente para as indústrias químicas (pelos subprodutos da destilação do carvão na coqueria) e a indústria do cimento (pelas escórias dos altos-fornos) [20].


Complexo Portuário da Cosipa em Cubatão
Foto: Cosipa, cerca de 1990

Por outro lado, como grande fator não atrativo, teríamos a proximidade do Planalto à Baixada Santista, que poderia evitar um deslocamento das plantas industriais para Cubatão (Seabra, 1965:155/156). Para decepção de todos, somente uma empresa se instalou ao lado da Cosipa para aproveitar seus subprodutos, a indústria de cimento Santa Rita, em 1969. Apenas no final da década de 90, teve início a instalação de pequenas metalúrgicas nas áreas internas da siderúrgica [21].

A Cosipa, devido a proximidade dos centros urbanos, não teve a necessidade de construir vilas operárias, como ocorreu na CSN, Acesita, Belgo-Mineira e Usiminas [22]. Isto representou uma grande economia de capitais para a empresa. Em compensação, teve que desenvolver um enorme esquema de transporte (rodoviário, ferroviário e marítimo) capaz de transportar seus empregados por toda a Baixada Santista e Grande São Paulo [23].

Projetada para ser uma siderúrgica marítima, e com isso se beneficiar do baixo preço do transporte naval, a Cosipa não contava com um obstáculo de peso nos seus planos: a Cia. Docas de Santos, contrária à construção de um terminal marítimo fora do Porto de Santos e de seu domínio. O resultado dessa disputa política foi que a Cosipa entrou em operação de forma integrada em 1965, sem contudo possuir um terminal marítimo. Como lembra Goldenstein (1972:79), isso iria contra a própria escolha do local de instalação da usina, feita em função dos custos de transporte, tanto de matérias-primas quanto dos produtos acabados.

A solução encontrada pela Cosipa foi transportar sua matéria-prima (minério de ferro e carvão, principalmente) através da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí: entre o Porto de Santos e a usina, e entre as jazidas de Minas Gerais e a usina (cujo percurso durava cerca de 8 dias), aumentando em muito o seu custo de produção. Como a estrada de ferro passava ao lado da siderúrgica, a Cosipa construiu um ramal interno diretamente ao seu Pátio de Minério. O transporte ferroviário era realizado em comboios enormes, de mais de 50 vagões, puxados por duas locomotivas, que todo dia cruzavam a Estação de Cubatão. Somente em 1964, há poucos meses de sua inauguração como siderúrgica integrada, foi que a Cosipa recebeu autorização para começar a construir o seu terminal marítimo [24].

O terminal foi construído num braço de mar que banha parte da área da usina. Esse braço de mar foi alargado e aumentado sua profundidade, visando a entrada dos navios e sua evolução. Tornou-se um canal, ligando o terminal ao Largo do Caneú (no Estuário de Santos). Assim, o terminal marítimo da Cosipa acabou sendo uma continuação natural do Porto de Santos, estando a uma distância de apenas 8,1 km. O terminal foi inaugurado em 1969 [25].

Mesmo com seu terminal, a Cosipa ainda não era uma empresa rentável: tinha problemas de economia de escala, o preço do aço era controlado pelo Governo Federal e a falta de mercado interno obrigava a siderúrgica a exportar parte de sua produção (a preços inferiores aos custos de produção) [26]. Era prioridade absoluta a construção do segundo alto-forno, principalmente em função das paradas de manutenção do único alto-forno existente.

Parte das soluções dos problemas vieram em janeiro de 1971, quando o presidente da República, Emílio G. Médici, lançou o Programa Siderúrgico Nacional, que estabeleceu as diretrizes que seriam seguidas pelas siderúrgicas brasileiras nos próximos anos. O Programa estipulava para a Cosipa o aumento de sua capacidade de produção para 1.000.000 toneladas/ano (Estágio I), 2.300.000 (Estágio II) e 3.500.000 (Estágio III) [27].

Em julho de 1975, ocorreu a transferência do controle acionário da Cosipa para a Siderbrás (Siderurgia Brasileira S/A), holding federal encarregada da política do aço [28]. No dia 24 julho de 1976, finalmente, foi inaugurado o tão sonhado Alto-Forno 2, com a presença do presidente da República, Ernesto Geisel [29].

Visando diversificar seu mercado consumidor, em agosto de 1978, a empresa iniciou uma nova política de exportação, embarcando em seu porto 10.260 toneladas de chapas grossas para os Estados Unidos, tornando, assim, o mercado externo cada vez mais importante para a empresa.

No ano de 1980, a Cosipa atingiu a marca histórica de 3.017.985 toneladas de aço produzidas. Outro marco da siderúrgica foi a inauguração da Aciaria II, em 18 de novembro de 1986, que aumentou a capacidade nominal de produção de aço líquido para 3,9 milhões de toneladas/ano [30].

Apesar do sucesso de suas expansões, em novembro de 1987, o grupo Siderbrás, numa decisão inédita, decretou intervenção na Cosipa, afastando a diretoria da empresa. Já em janeiro de 1988, a consultoria Price Waterhouse iniciou auditoria sobre a situação financeira e operacional da usina. A auditoria verificou um déficit operacional anual de mais de US$ 200 milhões.

No entanto, foi uma outra notícia, no começo da década de 90, que assustou toda a Baixada Santista: a Cosipa havia sido incluída no Plano de Desestatização do Governo Collor. O medo do desemprego em massa tomou conta de todos, desde a indústria em si até a rede de comércio e serviços de toda a Baixada. O pânico na região não era para menos: em 1990, a Cosipa empregava 15.924 funcionários e mais de 4.000 contratados pelas empreiteiras; seus salários, depois da Refinaria da Petrobras, eram os melhores de toda a região.

Mesmo com os enormes protestos sociais, em 20 de agosto de 1993, a Companhia Siderúrgica Cosipa, um dos maiores orgulhos da indústria paulista, foi privatizada na Bolsa de Valores de São Paulo. A receita da venda foi de US$ 585,7 milhões e a dívida, transferida para os compradores, estava na casa dos US$ 884,2 milhões. A dívida financeira da Cosipa era a maior entre as siderúrgicas privatizadas [31].

Após a privatização, os novos donos apontaram para três prioridades: recuperação do parque industrial, atualização tecnológica e resgate do crônico passivo ambiental da empresa. Essas prioridades fizeram parte do Plano de Modernização e Atualização Tecnológica da usina, iniciado em 1995, cujos investimentos somaram, até o seu término, em dezembro de 2001, cerca de US$ 1,1 bilhão (US$ 861 milhões em atualização tecnológica e US$ 240 milhões em controle ambiental) [32].

Esses investimentos contemplaram 89 projetos nas áreas de Redução, Laminação a Quente, Laminação a Frio, Aciaria, Utilidades e Controle Ambiental.  Visando a sua atualização tecnológica, a Cosipa fechou um contrato de assistência técnica e transferência de tecnologia com a Nippon Steel Coporation, siderúrgica japonesa, considerada uma das mais modernas do mundo.

No pico das obras, agosto de 2001, a Cosipa mantinha em seu campo mais de 8 mil trabalhadores de empresas contratadas, empregados unicamente nas obras de expansão, fora os cerca de 12.000 trabalhadores permanentes da usina, num total de mais de 20 mil homens. As maiores obras envolveram a modernização e ampliação do Alto-Forno 2 [33], e a construção de uma nova Aciaria [34].

A inauguração da nova Aciaria ocorreu em 14 de dezembro de 2001, com a presença do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin. Essa inauguração marcou a conclusão do Plano de Modernização da Cosipa, que capacitou a siderúrgica a produzir 4,5 milhões de toneladas de aço por ano. A empresa espera atingir a produção de 4 milhões de toneladas de aço líquido em 2002, e 4,5 milhões em 2003. Até hoje, a Cosipa é uma usina a coque, que produz laminados planos não-revestidos.

Em razão das obras de modernização e expansão da usina, que culminou com o fechamento da Aciaria I, em 1999, a Cosipa reduziu sua capacidade nominal de produção, nesses últimos três anos, para 2,7 milhões de toneladas/ano [35]. Contudo, parte do resultado de seus investimentos começaram a aparecer já em 2001: o faturamento bruto mensal da usina saltou de R$ 189,8 milhões, em agosto de 2000, para R$ 210,5 milhões, em maio de 2001.

O principal objetivo da empresa, após sua modernização, é conquistar uma maior fatia do mercado externo, principalmente com suas placas de laminados de aço, esperando exportar metade de sua produção anual [36].

Em 2002, mesmo com as medidas unilaterais dos Estados Unidos, restringindo a importação de aço, a Cosipa projeta exportar cerca de 1,385 milhões de toneladas para 25 países (na América do Norte, Central e do Sul, Europa, Ásia e Oceania). Nos últimos anos, a Cosipa comercializou 80% de sua produção no mercado interno. Em outubro de 2002, a siderúrgica possuía 5.700 funcionários próprios e cerca de 6.300 contratados pelas empreiteiras, num total de aproximadamente 12.000 trabalhadores [37].

Por fim, numa época marcada pelo racionamento de energia, deve-se registrar que a Cosipa é a maior consumidora de energia elétrica do Estado de São Paulo, com a média de 140 mil MW hora/mês, possuindo uma central própria de co-geração de energia que produz 20 mil MW [38].


Conversor da aciaria nº 2
Foto: Cosipa, cerca de 1990


NOTAS:

[1] O Plano de Metas assim comentava sobre a futura siderúrgica: "A Cosipa contempla a capacidade de produção de 383.000 toneladas anuais de lingotes de aço, que serão transformados em 10.000 toneladas por ano de tarugos de relaminação e 284.000 toneladas por ano dos seguintes produtos: chapas grossas: 50.000; bobinas a quente: 117.000; bobinas a frio: 117.000" (Brasil, 1958:123/124).

O Plano ainda previa que a siderúrgica deveria estar produzindo no ano de 1962, fato que não ocorreu. Podemos notar o tamanho da Cosipa pela magnitude de seu capital. Em 1972, apenas dez empresas tinham capital acima de Cr$ 500 milhões no Brasil. A Cosipa era uma delas. As outras eram Petrobras, Vale do Rio Doce, Usiminas, CSN, Matarazzo, Votorantim e mais duas transnacionais (Bandeira, 1975:186).

[2] Tamanho eram os investimentos realizados nessa época, que Cubatão não sofreu com a desaceleração econômica do país de meados dos anos sessenta: "Entre 1962 e 1967 a economia brasileira atravessou sua pior fase do pós-guerra no que se refere ao crescimento (...) É interessante assinalar que o investimento público (três esferas do governo e autarquias federais) não apresentou uma queda significativa entre 1962 e 1966, funcionando, neste sentido, como um fator de sustentação do investimento global" (Serra, 1998:100).

[3] Deve-se salientar que o Estado de São Paulo já produzia aço desde 1923, em pequenas quantidades, através da Companhia Eletro-Metalúrgica Brasileira, cuja usina integrada foi a primeira do país. Nas palavras de Jesus Soares Pereira (1975:157), "sem aço não se pode fazer nada em uma economia moderna".

[4] Já no livro Cosipa: 30 anos, de 1984, a história da empresa é contada de forma diferente: durante uma visita a Volta Redonda, de um grupo de engenheiros do Instituto de Engenharia de São Paulo, no dia 19 de outubro de 1951, Plínio de Queiroz propôs a instalação de uma siderúrgica no Estado de São Paulo. Para Mário Lopes Leão (citado por Andrade, 1975:262), a iniciativa de construir uma siderúrgica marítima em São Paulo partiu de Plínio de Queiroz e Martinho Prado Uchôa.

[5] O Jornal-Cubatão, na sua edição de 15/11/1951, assim comentava a escolha de Cubatão para localizar a Cosipa: "A siderúrgica será de capacidade igual ou superior à de Volta Redonda, o que equivale a dizer que transformará o bairro de Piassaguera em uma autêntica e progressista cidade, haja vista o que sucedeu com Volta Redonda (...) Abrem-se, assim, novas perspectivas para o bairro de Pìassaguera, que deixará de ser apenas uma estação de manobras ferroviárias aliada a grande produção agrícola, para transformar-se num centro industrial de grandes proporções".

Algumas dessas perspectivas não se confirmaram: a Cosipa nunca ultrapassou a produção de Volta Redonda (CSN) e graças a um eficiente sistema de transportes (rodoviário, ferroviário e marítimo) evitou-se a criação de uma vila operária destinada aos empregados da siderúrgica.

[6] Atualmente a área da usina é de 12,5 milhões de m², resultado de novas aquisições ao longo dos anos e áreas conquistadas dentro do mangue. Ressalta Goldenstein (1972:168) que a Cosipa teve problemas de ordem financeira que atormentaram a empresa desde os seus primórdios.

A entrada de capital estatal na Cosipa só aconteceu em 10 de agosto de 1956, quando a empresa aumentou o seu capital para Cr$ 1 bilhão. Nessa data, o Governo Federal, via CSN, subscreveu Cr$ 120 milhões e o Governo Estadual outros Cr$ 119,7 milhões. A parcela complementar de aproximadamente Cr$ 760 milhões coube a alguns bancos sob a forma de underwritting a ser subscrita por particulares.

Esse tipo de associação na constituição do capital da Cosipa causou repercussão nacional: "O conhecimento [da associação] repercutiu no Estado e no País, por ser a primeira vez que os governos estadual e federal participam minoritariamente do capital de uma empresa privada" (Uchôa, 1999:34).

Em 1961, com graves problemas financeiros, o BNDE tornou-se acionista majoritário, com 58% das ações. Já em 1963, o capital da Cosipa era 90% de origem estatal, devido a quantia enorme de recursos necessários à construção da usina. Em 1970, o BNDE possuía 98,6% das ações da Cosipa, embora a companhia continuasse a ser uma empresa privada. Além disso, a Cosipa teve que recorrer a financiamentos estrangeiros (europeu e norte-americano) para poder importar seus equipamentos, devido a falta de divisas no país (Seabra, 1965:112/115).

[7] "Os estudos de localização da Cosipa propostos pelos relatórios técnicos disponíveis se diferencia de estudos gerais de localização industrial, porque já parte da hipótese de que o melhor local para se implantar uma siderúrgica é a Baixada Santista, colocada de maneira simplificada como Santos" (Silva, 1990:25).

Os fatores de localização são considerados apenas como "fatores circunstanciais de localização": infra-estrutura de transporte (rodoviária e ferroviária), ampla área com topografia favorável, água doce abundante, proximidade de uma hidrelétrica e uma refinaria (Ibid., p.34/35).

[8] "Na verdade, a localização da Cosipa na Baixada Santista responde inicialmente ao fato de ser o Estado de São Paulo o maior mercado consumidor de aço do Brasil. De 50 a 60% do aço consumido no Brasil o é no Estado de São Paulo" (Seabra, 1965:131).

Segundo Goldenstein (1972:73), no início de sua produção, a Cosipa necessitava de 3,7 toneladas de matéria-prima por tonelada de produto acabado, e como o transporte do produto acabado era bem mais caro que o custo do transporte de matéria-prima a granel, justificou-se a construção da usina perto do mercado consumidor do Planalto.

Para Seabra (1965:124), a indústria siderúrgica "em que é despendida através do governo, principalmente, uma elevada soma em dinheiro, em que há necessidade de conseguir-se capitais estrangeiros vultuosos, pelo menos para financiamento de compra de equipamentos, indústria que ocupa sempre papel estratégico no desenvolvimento econômico geral do país, a sua localização sempre tem sido objeto de discussões das mais prolongadas e calorosas, suscitando opiniões das mais variadas categorias de especialistas, homens públicos, industriais e políticos".

[9] "Cogitou-se na sua implantação no planalto, mais precisamente em Mogi das Cruzes, junto à Estrada de Ferro Central do Brasil. Feita a análise das alternativas por uma firma especializada, optou-se por uma área na Baixada, perto da EFSJ. Este estudo só considerou o porto em função do recebimento do carvão mineral, nacional e importado, prevendo o uso da ferrovia para o minério" (Goldenstein, 1972:180).

[10] A Cosipa sempre teve como exemplo as siderúrgicas marítimas do Japão, construídas em terrenos ganhos ao mar, visando receber matéria-prima importada através de portos de atracação dentro das usinas. Segundo Seabra (1965:137/146), o transporte do minério de ferro, do carvão mineral e do calcário por via marítima é muito mais barato que o ferroviário e muito mais aconselhável ao deslocamento de grandes tonelagens (que seriam necessárias ao funcionamento da usina).

Adverte o autor, no entanto, que tão logo a Cosipa começasse a produzir em grande quantidade, e transportando seus produtos para as montadoras em São Bernardo do Campo, tornaria rapidamente saturada a Via Anchieta, sendo necessário já se pensar em construir uma nova rodovia entre o Planalto e Cubatão.

Relata Peralta (1979:134) que "o Município não parou para ver a Cosipa chegar, nem se preparou para recebê-la, pois ela não foi planejada para ele mas sim para o Brasil (...) Piaçaguera antes da construção da Cosipa era uma vila com um grupo de casas de ferroviários. Existia a escola rural. No meio do bananal erguia-se a casa de Adelino Brites, proprietário das terras. A Cosipa comprou a fazenda, em seguida vieram os homens e as máquinas. Apareceram os primeiros barracões, depois a estrutura de cimento armado e por fim, tomaram forma as construções. Os habitantes de Piaçaguera não gostaram muito da ‘invasão’ de estranhos na pacata vila, transformando-a de modorrenta parada de estrada de ferro, numa movimentada estação. A produção de banana local era considerável; até 1958, a área da Cosipa ainda produzia banana".

[11] Segundo Seabra (1965:151/152), as fontes de energia eram uma questão fundamental na escolha da localização de uma indústria siderúrgica. Neste item, Cubatão era favorecidíssimo: contava com uma usina hidrelétrica e uma refinaria de petróleo. Estas duas supridoras de energia iriam complementar a gerada na termelétrica da própria siderúrgica, utilizando o gás que sairia do alto-forno e da coqueria.

[12] Em palestra proferida na Associação dos Geógrafos Brasileiros (27/10/1969), com o título Localização das usinas siderúrgicas, o engenheiro Mário Lopes Leão afirmava que "não há lugar no mundo que tenha todas as vantagens e nenhuma desvantagem para a localização de uma unidade industrial, com o tamanho e a complexidade de uma usina siderúrgica e de grande capacidade (...) no caso de Piaçaguera, é impressionante a enumeração das vantagens que apresenta" (Leão citado por Peralta, 1979:132/133).

O engenheiro enumera, então, sete vantagens de instalar a usina em Piaçagüera: 1 – proximidade do grande mercado da capital; 2 – concentração de meios de transporte; 3 – proximidade do Porto de Santos; 4 – condições para a construção de um cais próprio; 5 – cidade e núcleos residências próximos, que dispensa a construção de vilas operárias; 6 – suprimento de energia elétrica da Light, água dos rios e combustíveis da refinaria; 7 – pronto acesso a facilidades técnicas industriais, comerciais e bancárias de Santos e São Paulo (Peralta, 1979:133).

A própria Cosipa explica sua localização em Cubatão: "A área escolhida para sua implantação tinha localização estratégica, junto ao maior porto da América Latina, próxima do grande mercado consumidor brasileiro e com infra-estrutura de transporte adequada" (Cosipa, 1986:10).

João Gustavo Haenel, escrevendo em 1955 para a revista Digesto Econômico, elencou uma série de fatores positivos para a localização da siderúrgica em Cubatão:

1 – transporte do minério de ferro por ferrovia até Vitória e por navio até Santos;

2 – abundância de água: descarga das turbinas da Henry Borden;

3 – está junto ao maior porto nacional e a maior cidade industrial da América Latina (São Paulo);

4 – está junto a duas estradas de ferro (Santos-Jundiai e Mayrinque-Santos);

5 – está junto à melhor rodovia do país (Anchieta);

6 – está junto a um centro industrial populoso, em franco progresso (refinaria, indústrias químicas), podendo empregar mão-de-obra de Santos e subúrbios de S. Paulo;

7 – depois de construído o complexo de Furnas, entre outros, poderá disponibilizar a energia da usina Henry Borden para se ampliar na base da eletro-siderurgia.

Brasílio Machado Neto, escrevendo também para o Digesto Econômico, em 1956, diz que "pode-se, todavia, assegurar sem receio de contestação que a tendência da técnica moderna é no sentido da instalação, na orla marítima, de usinas siderúrgicas para produzir um milhão ou mais de toneladas" (Machado Neto, 1956:38). Este era o caso das siderúrgicas Fairless Plant, na Filadélfia (EUA) e a Cornigliano, na Itália.

O mesmo autor concorda com a escolha de Piaçagüera: "Desta forma, no meu modesto entender, agiram com acerto os técnicos brasileiros na escolha de Piaçagüera. Não houve, para tal preferência, espírito regionalista algum; ela obedeceu tão somente a princípios objetivos e à técnica moderna. Sobretudo, levou-se em consideração que Piaçagüera está localizada a poucos quilômetros do porto de Santos (...)" (Ibid., p.39). São Paulo, em 1956, representava 47% do consumo de aço no Brasil.

[13] Situada numa região de mangue, o solo era constituído de argila orgânica, mole, plástica e de baixa resistência. Praticamente construiu-se um chão artificial, apoiado sobre 130.000 estacas e dezenas de canais de drenagem (PMC, 1970b:59).

Segundo Damiani (1984:133), "Os preços baixos da terra, considerando-se as vantagens relativas de Cubatão, enquanto localização, contribuíram, possivelmente, a viabilizar os custos adicionais, da parte de algumas indústrias, na adequação dos sítios impróprios".

Para Branco (1984:55), "Os terrenos pantanosos do manguezal foram sendo progressivamente aterrados, em um processo criminoso, agressivo ao ambiente e caro, dadas as dificuldades de consolidação".

[14] Sobre o parque siderúrgico brasileiro, Juscelino Kubitschek escreveu em 1955: "Na opinião dos técnicos que me auxiliam, o projeto mais completo e mais maduro, que parece em condições de ser atacado, é o da usina de Piaçagüera, em Santos, estudada para uma capacidade nominal de 210 mil toneladas anuais (...)" (Oliveira, 1955:131).

Sobre o Plano de Metas de Juscelino, escreveu Lessa (1983:28): "Em termos mais sumários, o Plano postulava investimentos diretos do governo no setor de energia-transporte e em algumas atividades industriais básicas, notadamente siderurgia e refino de petróleo – para os quais o ânimo empresarial havia se revelado insuficiente (...)".

A Cosipa não iria fazer concorrência a nenhuma outra indústria: "É preciso salientar que a Cosipa vem complementar o parque siderúrgico nacional. Não concorrerá com qualquer usina existente e abrirá novas perspectivas para a indústria no Brasil, sobretudo a pesada, como, por exemplo, a indústria da construção naval, a de locomotivas, de automóveis e outras" (Machado Neto, 1956:41).

Ainda em 1959, a siderúrgica realizou compras nos Estados Unidos, França, Itália, Alemanha e Espanha. Em 26 de outubro de 1960, o decreto n.º 49.163, declarou a Cosipa empresa civil, considerada de interesse militar. Em 1961, a rodovia Cubatão-Piaçaguera foi aberta e foram feitas gestões junto ao DER para sua pavimentação. Neste mesmo ano, são adquiridas várias unidades do exterior, como a Coqueria, o Alto-Forno, a máquina de lingotar gusa e a fábrica de oxigênio.

Em 25 de outubro de 1961, a empresa United States Stell fez uma proposta para ingressar no capital da Cosipa, mas o BNDE não lhe deu resposta. Em dezembro do mesmo ano, a Stell desistiu do negócio devido à mudança de governo nos Estados Unidos e no Brasil.

Sob o aspecto econômico-financeiro, o ano de 1961 foi marcado por dois acontecimentos de fundamental importância para a Cosipa: a reforma cambial pelas instruções da Sumoc 204 e 208, e a concretização do amparo financeiro do BNDE que aumentou o capital de Cr$ 2 bilhões para Cr$ 12 bilhões. Em 6 de dezembro, a lei n.º 3.993, concedeu à Cosipa, à Usiminas e a Ferro e Aço de Vitória, isenção, por cinco anos, dos impostos de importação, consumo, taxa de despacho aduaneiro, taxa de melhoramentos dos portos, taxa de renovação da marinha mercante e imposto federal do selo (Uchôa, 1999:46/49).

[15] Entre 1961 e 1964, os alojamentos na usina chegaram a abrigar uma média de sete mil trabalhadores. A medida que as obras foram sendo concluídas os alojamentos foram derrubados e grande parte da mão-de-obra foi dispensada (Goldenstein, 1972:287). No entanto, a construção da Ultrafértil e a ampliação da Carbocloro, entre outras obras industriais, conseguiram manter a oferta de empregos na região. Ou seja, o fim das obras de construção da Cosipa não significou uma crise de empregos em Cubatão.

[16] Para Seabra (1965:108), escrevendo em 1963, caberia à Cosipa "um papel de destaque na evolução da siderurgia e de toda a indústria brasileira e que deverá ter repercussões profundas, como grande indústria de base que é, dentro do quadro regional onde se está instalando (...) Enfim, este empreendimento deve e tem que ser encarado como elemento fundamental para a manutenção do ritmo de crescimento da indústria brasileira nos próximos 10 anos (...)".

Segundo este autor, dos 16 mil trabalhadores que estavam construindo a usina, 8 mil moravam nos alojamentos construídos dentro da própria empresa. Esses 8 mil trabalhadores eram homens solteiros ou que não estavam morando com suas famílias. Sua quase totalidade era de pessoal migrante, que não tinha residência na Baixada Santista. Eram em sua grande maioria provenientes da Minas Gerais, Bahia e outros estados nordestinos.

Considerava ainda o autor que era bem possível que parte desses trabalhadores poderia ser selecionada para trabalhar na usina (como motoristas, tratoristas, guindasteiros, mecânicos, eletricistas, etc.), pois o restante da mão-de-obra seria constituída por grande número de técnicos e engenheiros (Ibid., p.147/148).

[17] Como a Cosipa ainda não fabricava o seu próprio aço, a laminação era feita em placas e lingotes vindos da CSN e da Usiminas (Goldenstein, 1972:170). A Laminação a Frio conseguiu rapidamente produzir a melhor classe de chapas para estampagem profunda, material tão esperado pela indústria automobilística, que logo se tornaria o principal cliente da usina de Cubatão.

[18] "A integração é essencial a um complexo siderúrgico, porque sua produção é muito pesada, mas de baixo valor unitário. É importante a possibilidade de efetuar as diferentes fases de operação, com um mínimo de deslocamento. Também do ponto de vista técnico o encadeamento das operações permite uma grande economia" (Goldenstein, 1972:172).

Foi a Cosipa quem forneceu as chapas utilizadas no Oleoduto São Sebastião-Cubatão e São Sebastião-Paulínia. A inauguração da Cosipa, propriamente dita, ocorreu em 1966, e assim é lembrada por Prado Uchôa (1999:53): "No dia 31 de março de 1966, às 10:45 horas, o presidente da República, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, chegou à usina, em Piaçagüera, onde foi recebido oficialmente pelo professor Iberê Gilson, Diretor-Presidente e demais diretores da Cosipa. Assistiu, na Coqueria, o desenfornamento do coque, durante dez minutos (...)".

As vendas da Cosipa, nos seus primeiros anos, foram as seguintes (em mil toneladas): 1965: 102; 1966: 223; 1967: 290; 1968: 449; 1969: 551; 1970: 563; 1971: 651 (Goldenstein, 1972:324). Seu principal mercado, nesse início de produção, era a grande São Paulo e o interior do Estado. Os maiores clientes eram a indústria automobilística, as caldeirarias e os fabricantes de tubos.

[19] Podemos explicar o processo de produção do aço, de modo simplificado, da seguinte forma: o carvão mineral é conduzido à Coqueria, onde é aquecido em ausência de ar, separando toda matéria volátil, transformando o carvão em coque metalúrgico. O coque, junto a outros produtos (sínter e calcário, principalmente), são colocados no Alto-forno, onde já está o minério de ferro.

Ao entrar em contado com o ar quente, o coque entra em combustão, reduzindo o minério de ferro e transformando-o em ferro-gusa. (O coque de carvão ainda é hoje o melhor combustível para a redução do minério de ferro nos Altos-fornos). O ferro-gusa é transportado em carros-torpedo (um tipo especial de vagão) para a Aciaria. Nesta seção, o ferro-gusa, junto a sucatas da Laminação, cal e outros escorificantes, são carregados para o conversor, onde recebem uma injeção de oxigênio, que eleva a temperatura dentro do conversor para 1.700 graus, queimando carbono, e transformando o ferro-gusa em lingotes de aço.

Os lingotes seguem de vagão até a Laminação. Neste setor, os lingotes são reaquecidos e enviados ao laminador-debastador que transforma o lingote em placas de 130 a 250 mm de espessura. As placas, por sua vez, podem ser transformadas em Chapas Grossas ou em Laminados de menor espessura. Os laminados da Cosipa são processados basicamente em três produtos finais: chapas grossas, laminados a quente e laminados a frio.

As chapas grossas atendem à indústria de construção naval, de tubos (oleodutos, gasodutos e aquadutos), plataformas marítimas, construção civil e fábricas de equipamentos industriais. Os laminados a quente e a frio são largamente empregados na indústria automobilística, de autopeças, de embalagens e de utilidades domésticas (Cosipa, 1984:16).

De forma mais simples, o carvão mineral é o combustível utilizado na transformação do minério de ferro em gusa, pois a Cosipa optou pela siderurgia a coque mineral com mistura do carvão nacional ao estrangeiro (Seabra, 1965:140).

[20] Sobre esse assunto, assim pensava o jornal Imprensa de Cubatão, em sua edição de 04/12/1960: "(...) a Cosipa, com todas as fábricas que forçosamente se instalarão em sua volta, para aproveitar os inúmeros subprodutos extraídos do carvão e produzidos pela própria usina, dará em muito pouco tempo enorme soma de riquezas a toda a região criando condições para o aumento em proporções imensuráveis de mercado de trabalho" (Citado por Ferreira, 1999:59).

Sobre a aglomeração industrial, escrevia Mota (1960:12) a respeito do aço e do petróleo: "A aglomeração industrial resulta, na prática, principalmente, de relações técnicas-locacionais (que não deixam de ter um aspecto econômico), desde que certas indústrias tem suas atividades vinculadas a outras indústrias, porquanto os produtos acabados, semi-acabados ou resíduos de umas são produtos intermediários ou matérias-primas de outras. É o caso, por exemplo, da indústria petroquímica em relação à indústria de refino de petróleo, das indústrias que utilizam o ferro ou o aço como produtos intermediários, da indústria automobilística que depende, na sua produção, das indústrias de peças e de acessórios, etc. São indústrias, por isso, que tendem a aproximar-se uma das outras".

[21] Ainda no final dos anos 60, era grande a expectativa sobre a vinda de novas indústrias para a Baixada Santista, em função da Cosipa. A cidade de Santos chegou a realizar um estudo para escolher um local próprio de instalação dessas empresas. O local escolhido foi o vale do Rio Quilombo, próximo à Cosipa. Apesar desse esforço, nenhuma empresa industrial se instalou naquele local.

[22] Enquanto no primeiro projeto de 1954, a Cosipa era contemplada com uma vila industrial, a exemplo de Volta Redonda, no segundo projeto, apresentado em setembro de 1956, a vila industrial praticamente desaparece do estudo. Segundo Silva (1990:21), "uma das explicações (...) foi a de que o general Edmundo de Macedo Soares, até então presidente consultivo da Cosipa, foi contra a construção de uma cidade industrial por ter sido diretor da usina de Volta Redonda, tendo administrado portanto aquela empresa e a respectiva cidade, a qual só lhe trazia problemas".

[23] Seabra (1965:160) aconselhava, na época, que a enorme quantidade de mão-de-obra não residisse em Cubatão, dado o enorme potencial de periculosidade em razão da refinaria de petróleo e das indústrias petroquímicas. Para ele, essa população deveria residir em Santos, São Vicente, Guarujá e no bairro do Casqueiro (Cubatão).

[24] "O cais foi construído depois de todas as dificuldades materiais devidas às características físicas desse canal e as dificuldades políticas decorrentes de interesses de terceiros, que impediram por um tempo e em seguida dificultaram o pleno aproveitamento de uma ligação com o mar. E por alguns anos persistiu esta situação absurda de um complexo siderúrgico, dito marítimo, situado junto a um braço de mar e não se servindo dele" (Goldenstein, 1972:176).

[25] O terminal foi construído numa estrutura de concreto armado de 200 metros de comprimento por 22 metros de largura, especializado na importação de minério de ferro e de carvão a granel, e na exportação de produtos siderúrgicos acabados. O primeiro navio atracado foi o Siderúrgica 7, em 27 de junho de 1969, trazendo nove mil toneladas de carvão mineral; em 14 de agosto, ocorreu o primeiro embarque para exportação: 1.536 toneladas de laminados para a Argentina (Cosipa, 1984:02). No entanto, a Cosipa não podia operar os navios com seu próprio pessoal, mas somente com os trabalhadores do Sindicato dos Estivadores de Santos.

Desde então, passou a existir uma luta sem fim, entre a Cosipa e a Estiva de Santos, para operar o terminal privado da empresa. Em 1984, o porto da Cosipa já era insuficiente para as exportações da empresa, quando passou a vender laminados para a União Soviética. A ampliação do porto fez parte das obras do Estágio III da siderúrgica, concluída em maio de 1989. Com a ampliação, o terminal passou a ter uma área acostável de 1.100 metros, com dois cais e um píer, possibilitando a atracação simultânea de cinco navios de cabotagem, com capacidade de movimentar 12 milhões de toneladas/ano.

Em 1995, uma portaria do Governo Federal estabeleceu que o terminal marítimo da Cosipa estava fora da área organizada do Porto de Santos, permitindo também que a empresa operasse seu porto prestando serviços para terceiros e com pessoal próprio. Houve então uma verdadeira guerra na porta da usina, onde se concentraram os estivadores e suas famílias, ocupando também os navios atracados. Depois de dias, o conflito foi mediado. A partir dessa data, a Cosipa, através de seu terminal, passou a importar e exportar produtos para outras empresas, inclusive automóveis.

Em fevereiro de 1999, diante de uma reestruturação societária do Grupo Usiminas, o terminal marítimo passou a pertencer a Usiminas, ficando sua operação ainda a cargo da Cosipa, além desta ser a usuária principal do terminal. O porto conta com várias áreas alfandegadas e atende os requisitos da Secretaria da Receita Federal, com rígido controle de entrada e saída de mercadorias e pessoas.

O terminal movimentou em 2000, 6.814.075 toneladas de carga, sendo 15% superior ao ano de 1999. As principais mercadorias importadas foram carvão (2.505.050 toneladas) e minério de ferro (1.537.073 toneladas); já as exportadas foram bobinas, blanks, chapas grossas e planas. Também 20% dos contêineres movimentados pelo Porto de Santos, foram operados em Cubatão.

Para 2002, o terminal espera movimentar 12 milhões de toneladas. Dentre os clientes do terminal da Cosipa destacam-se a Votorantim, Acindar, Camargo Corrêa, Rio Negro, Glencore, TBS-Serviport, além dos clientes da Rio Cubatão, empresa que opera na área de contêineres (A Tribuna, 22/03/2001).

[26] Para o engenheiro Lopes Leão (Citado por Goldenstein, 1972:186), a Cosipa deveria partir para a fabricação de produtos revestidos, com preços e demanda mais favorável em comparação aos produtos não revestidos que a empresa fabricava.

As vendas externas da Cosipa, nos seus primeiros anos, foram (em toneladas): 1965: 10.524 (10,3% da produção); 1966: 5.615 (2,5% da produção); 1967: 100.039 (34,5% da produção); 1968: 83.209 (18,5% da produção) (Goldenstein, 1972:324). Sua mão-de-obra efetiva variou bastante ao longo da década: 1964: 9.688; 1965: 10.084; 1966: 9.850; 1967: 7.706; 1968: 7.168; 1969: 6.436 (Peralta, 1979:136).

[27] Os Estágios de Expansão da Cosipa não eram isolados, mas realizados de forma, às vezes, simultânea. Ou seja, antes mesmo do término do Estágio I (outubro de 1973), o Estágio II já tinha iniciado suas obras (agosto de 1972). O Estágio II terminou em dezembro de 1978, elevando a capacidade da usina para 2.300.000 toneladas/ano.

Em julho de 1978, teve início as obras do Estágio III, com a presença novamente do Presidente Geisel, inaugurando o Laminador de Chapas Grossas (o segundo a operar no país). Em fevereiro de 1981, ocorreu o pico das obras do Estágio III, com um contingente de 18.125 homens contratados por 24 empreiteiras. Apesar disso, a maior média anual de trabalhadores do Estágio III foi em 1980, com a presença de 13.501 operários. Em 1981, a média foi de 11.190 (Damiani, 1984:80).

Ainda em 1981, as obras do Estágio III da Cosipa foram paralisadas, em função da crise econômica. Os investimentos do Estágio III só retornam, de verdade, no segundo semestre de 1984, com o início das obras de ampliação do terminal marítimo (Ibid., p.60/61). O Estágio III da expansão só foi completado em 1989, com o término da expansão do terminal.

[28] A Siderbrás foi criada em 17 de setembro de 1973, como empresa de economia mista, vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio, para promover e gerir os interesses da União no setor de aço. Foi extinta nos anos 90, após a privatização do setor.

[29] Em 1976, a Cosipa tinha 12.646 trabalhadores de empreiteiras em sua usina, assim distribuídos: 6.840 em empreiteiras de construção civil, 5.025 nas de montagem e 781 na administração (Damiani, 1984:60).

[30] Diante das dificuldades enfrentadas para construir uma grande usina siderúrgica, ficou notório, no caso da Cosipa, o problema da falta de divisas para comprar os equipamentos no exterior. Na fase de implantação da usina, foi necessário importar 90% dos equipamentos, além da contratação dos estudos técnicos de engenharia no exterior. Já no Estágio I de expansão, a nacionalização dos equipamentos chegou a 15%, mas ainda foi necessária a contratação de uma consultoria estrangeira para realizar os estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira e coordenar a compra dos equipamentos.

No Estágio II, o índice de nacionalização subiu para 35%, e a engenharia nacional estava em grande ritmo de avanço, assumindo a própria Cosipa a tarefa dos estudos de viabilidade, revistos por duas firmas de consultorias no exterior. Finalmente, no Estágio III, a maior parte dos equipamentos foi nacional e a Cosipa se responsabilizou pelos estudos de viabilidade técnica e econômico-financeira e ampliou sua atuação no projeto básico.

[31] Foram leiloadas 80% das ações ordinárias da empresa, reservando outros 14,5% para os funcionários da empresa e 5,2% à Fundação Cosipa de Seguridade Social (Femco). À época, o controle acionário da Cosipa ficou com o grupo liderado pela Brastubo Construções Metálicas S/A (68%), pelo Banco Bozano Simonsen (12,41%) e por um consórcio de clientes.

Logo após o leilão, buscando suporte financeiro e tecnológico, o grupo controlador vendeu 49,8% das ações ordinárias para a Usiminas S/A, tornando-a a principal controladora da siderúrgica de Cubatão: "A passagem da Cosipa da esfera estatal para o controle privado praticamente encerrou o processo de desestatização da siderurgia brasileira" (Morroni, 2000:24).

Para Pinho & Silveira (1998:89), "a compra de metade do capital da Cosipa pela Usiminas projetou a possibilidade de ganhos importantes com otimização da logística de distribuição e especialização de cada usina em determinada linha de produção, além da canalização do potencial de acumulação da controladora para investimentos na usina paulista".

Em janeiro de 1999, foi realizada uma reestruturação acionária coordenada pela Usiminas, objetivando fortalecer a estrutura financeira da empresa. Nessa reestruturação, a Cosipa foi dividida em duas empresas, a Antiga e a Nova Cosipa. A Antiga Cosipa foi incorporada à Usiminas, assumindo uma dívida de R$ 1,15 bilhão e passando a ser proprietária do Terminal Marítimo e da Fábrica de Oxigênio. Já a Nova Cosipa continuou com o mesmo nome, mas com um novo CGC, permanecendo com todos os ativos siderúrgicos e parte da dívida no valor de R$ 2,1 bilhões. Com essa reestruturação, a Usiminas passou a deter 92% do controle acionário da Nova Cosipa.

[32] Em dezembro de 1995, foi iniciado o Projeto Ambiental Cosipa (PAC), um dos maiores programas de investimento em controle ambiental do país e da siderurgia mundial. O resultado desse programa foi que a Cosipa se tornou a primeira empresa de Cubatão e a terceira siderúrgica integrada do mundo a conquistar o ISO 14.901 para o seu sistema de Gestão Ambiental. Esse programa resultou na redução de 92% das emissões de material particulado na atmosfera.

A Cosipa também foi a primeira siderúrgica brasileira integrada a receber a certificação OHSAS 18.001, em qualidade do sistema de gestão de segurança e saúde, que reconhece que a empresa já identificou e controla os riscos existentes em sua área operacional.

[33] Concluído em 30 de outubro de 2001, os investimentos do Alto-forno 2 somaram R$ 156 milhões, aumentando seu volume de 3.172 m³ para 3.365 m³. No pico das obras, foram empregados mais de seis mil homens.

[34] A nova Aciaria é o resultado da ampliação e modernização da antiga Aciaria II, depois da paralisação da Aciaria I (1999), cujo sistema de lingotamento, obsoleto, tornava o custo de produção maior que o valor da venda do produto. Foi comprado um novo conversor e máquina de lingotamento contínuo no valor de US$ 170 milhões, fornecidos pela empresa austríaca Voest Alpine. As obras da nova Aciaria duraram dois anos, empregando, no pico, cerca de três mil operários. Tanto as obras do Alto-Forno como da Aciaria contaram com o supervisionamento da Nippon Steel.

[35] A produção de aço líquido ao longo da história da Cosipa é a seguinte (mil toneladas/ano): 1967: 395; 1968: 557; 1969: 551; 1970: 563; 1971: 651; 1973: 609; 1974: 754; 1975: 789; 1976: 789; 1977: 1.540; 1978: 2.029; 1979: 2.620; 1980: 3.000; 1981: 2.500; 1982: 1.900; 1983: 3.000; 1984: 2.900; 1985: 2.700; 1989: 3.406; 1993: 3.010; 1994: 3.591; 1995: 3.753; 1996: 3.758; 1997: 3.940; 1998: 3.667; 1999: 2.667; 2000: 2.813; 2001: 2.432.

Os seus principais fornecedores são: Minério de Ferro: Cia. Siderúrgica Nacional, Itaminas Comércio de Minerais S/A, Minerações Brasileiras Reunidas S/A (MBR), Ferteco Mineração S/A e Cia. Vale do Rio Doce; Carvão Mineral: BHP Coal PTY. Ltd. (Austrália), Massey Coal Export Company (Estados Unidos), Peabody Coal Trade, Inc. (Estados Unidos) e Iscor Limitec (África do Sul); Coque: Minarg International Ltd. (China); Ferro-liga: Cia Paulista de Ferroliga.

O carvão continua sendo a matéria-prima de maior impacto no custo do produto da Cosipa, por ser totalmente importado. Todo carvão consumido pela Cosipa chega por via marítima. Já o minério de ferro, procedente do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, é transportado por ferrovia até o interior da usina (Cosipa, 2002).

[36] O histórico das exportações da Cosipa é o seguinte (mil toneladas/ano): 1978: 58; 1979: 297; 1980: 452; 1981: 491; 1982: 560; 1983: 1.101; 1984: 875; 1985: 628; 1992: 1.245; 1993: 1.083; 1997: 1.239; 1998: 1.327; 1999: 583; 2000: 410. Principais países do destino das exportações: Estados Unidos (32%), Argentina (13%), China (10%), Canadá (6%).

Vendas por produto no mercado externo (janeiro a novembro de 2001): Chapas grossas: 24%; Placas: 25%; Laminados a quente: 8%; Blanks: 8%, Laminados a frio: 35%. Durante os últimos 20 anos, a Cosipa vendeu ao mercado externo, aproximadamente, 20 milhões de toneladas de seus produtos para mais de 60 países, gerando mais de US$ 6 bilhões em divisas (Cosipa, 2002).

[37] No final de 1989, a Cosipa ostentava a marca de 15.819 funcionários próprios. No entanto, os planos econômicos daqueles anos, reduziram muito os salários da empresa, fazendo com que vários empregados deixassem a companhia. Dessa forma, o enxugamento da empresa para a sua privatização inicia-se bem antes do projeto de desestatização do Governo Federal. No final de 1992, a empresa já tinha reduzido seu efetivo para 13.017 empregados. No final do primeiro ano de sua privatização (1993), esse efetivo era de 10.884 empregados.

Nos anos seguintes, a redução continuou vertiginosa: 1994: 10.258; 1995: 9.138; 1997: 8.237; 1998: 7.022; 1999: 5.618. Ao que tudo indica, a Cosipa encontrou seu efetivo necessário em 1999. Desde então, a mão-de-obra da usina tem estado em torno de 5.700 empregados.

Essa redução de seu efetivo próprio está caracterizada no aumento da produtividade da siderúrgica (unidade: homens/hora-tonelada): 1992: 6,93; 1993: 6,71; 1994:4,62; 1995: 4,08; 1996: 4,26; 1997: 4,75; 1998: 4,14; 1999: 4,02; 2000: 3,85 (Cosipa, 2002). A produtividade em termos de toneladas/homem também aumentou: em 1993, era de 224 toneladas de aço por funcionário, em 1997 passou para 470 toneladas, e em 2002 está projetada para 710 toneladas/homem.

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santos, Uriel Villas Boas, a privatização da Cosipa dificultou a luta sindical, pois além dos novos controladores serem da iniciativa privada (acostumados a pagar menores salários na região da Usiminas), soma-se, ainda, o investimento tecnológico da Cosipa e o excesso de mão-de-obra disponível na Baixada Santista.

[38] A sede social da Cosipa se localiza em São Paulo, onde ficam sua diretoria e seus departamentos de vendas, financeiro, marketing e jurídico.