Fotos: Carlos Moura/Depto. de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, 6/7/2006
Cidade
Incêndio destrói cerca de 20 moradias na Vila dos Pescadores
Uma criança morre carbonizada
Uma área de 350 metros quadrados, com cerca de 20
palafitas, foi destruída por um incêndio iniciado cerca das 15h30 na Vila dos Pescadores, em Cubatão. No início da noite, confirmava-se a morte de
uma criança, Gabriel, de uns seis anos de idade, residente na casa onde o fogo se originou. Informações dos moradores próximos indicavam que ele e
uma irmã brincavam com fogo sobre um colchão, causando o incêndio apesar de a mãe, Andréia R. P., de 32 anos, estar nas proximidades. O fogo foi
controlado às 16h50, com a intervenção dos bombeiros de Cubatão e de Santos, das equipes do Plano de Auxílio Mútuo (PAM) de Cubatão, auxiliados pela
Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec), ambulâncias (que socorreram algumas pessoas atingidas pela forte fumaça ou crises nervosas) e
carros-pipa da Prefeitura.
As dificuldades de acesso ao local, identificado como Caminho Monte Serrat, 240, bem
como o fato de a maré estar baixa e faltar água nas mangueiras dos bombeiros, dificultaram o combate às chamas. Segundo o eletricista Edvaldo Rocha,
de 45 anos, residente em casa anexa à da origem do incêndio (e com o mesmo número), eram cerca de 15h30 quando foi alertado para as chamas, e
conseguiu salvar uma menina que estava na porta. Chegou a ouvir a voz do irmão dela, Gabriel, de seis anos, no interior da casa, mas não conseguiu
alcançá-lo. Abalado, até o final da tarde ainda esperava que o esperto garoto tivesse conseguido escapar, mas por volta das 18h30 era confirmada a
morte da criança.
Os moradores procuraram ajudar no combate às chamas, com baldes, já que as mangueiras
dos bombeiros não tinham suficiente pressão de água, dependendo dos carros-pipa enviados pela Prefeitura e várias empresas. Vários providenciaram a
retirada de botijões de gás e aparelhos elétricos das proximidades da área incendiada.
Edson Ferreira da Silva, de 52 anos, estava revoltado por não existirem hidrantes nas
proximidades. Ele já havia perdido tudo o que tinha quando do incêndio na Vila Socó (24 de fevereiro
de 1984) e em outro incêndio, sendo agora a terceira vez que isso lhe ocorre. Outro que perdeu todos os bens foi o eletricista Paulo Rogério,
que residia há quatro anos no número 230 desse caminho. Ele estava trabalhando quando foi informado do incêndio e, chegando ao local, constatou a
perda total: “Graças a Deus, não perdi a minha família”.
Durante os trabalhos de rescaldo, alguns moradores, revoltados com a ocorrência,
bloquearam por alguns instantes a Via Anchieta, sendo convencidos pelos policiais a liberarem as pistas, alguns minutos depois.
Segundo o coordenador da Defesa Civil de Cubatão, Antônio Martins Ribeiro, os
moradores da área atingida estavam sendo relacionados pelas três assistentes sociais da Promoção Social que se deslocaram para a Vila dos
Pescadores, e seriam abrigados nesta noite em instalações municipais, para depois ser estudada a destinação dessas famílias.
Sobre o pedido feito pela representação da comunidade, de colocação de hidrantes
nas proximidades da Vila, o representante do Comdec explicou que a Prefeitura não podia tomar tal providência, já que a vila se formou em área de
invasão da Rede Ferroviária Federal, que a Prefeitura está agora comprando para a urbanização, com recursos do Banco Mundial (aproximadamente R$ 100
milhões) e da própria Prefeitura (outros R$ 60 milhões).
O censo realizado em fevereiro na área, preparativo do processo de urbanização da Vila
dos Pescadores, residiam ali então 10.502 pessoas, constituindo 2.797 famílias e ocupando 2.653 moradias familiares.
Departamento de Imprensa 6/7/2006
Tel.: (13) 3362-6124/6462/6316/6317 - Fax: (13) 3362-6123
20060706CPMincendio.doc – Zanza 2
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