Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch097.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 05/12/06 00:51:55
Clique aqui para voltar à página inicial de Cubatão
HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO
Oriente próximo

Herdando as tradições nordestinas dos migrantes, e os problemas causados pelo desemprego dos trabalhadores que construíram as indústrias da Cidade, Cubatão apresenta em seu centro comercial características que bem lembram os mercados persas e dos países orientais. Essa característica foi salientada em matéria publicada no semanário Folha de Cubatão, na edição de 20 a 26 de maio de 2005, pelo jornalista Henrique Rodrigues:


Por qualquer quadra do Centro de Cubatão que se circule, é impossível não notar a presença maciça dos vendedores ambulantes. Comercializando as mais variadas mercadorias, os camelôs, como são carinhosamente chamados, despertam o interesse de boa parte da sociedade pelo preço dos produtos que vendem, mas fomentam a indignação dos comerciantes lojistas, que se consideram em desvantagem na concorrência, por terem de arcar com uma série de tributações impostas pelo Governo
Fotos: Carlos Moura, publicadas com a matéria


O oriente é aqui

Tentar sacar dinheiro na agência do banco Bradesco da Avenida Nove de Abril pode ser a oportunidade para adquirir um perfume novo, ou até mesmo comer uma goiaba. Há quem prefira fruta do conde, ou mel de abelha, que o vendedor jura que é purinho (com direito aos favos e tudo mais).

Com R$ 18 é possível sair exalando os odores de Paris pelos quatro cantos de Cubatão. A procedência: Essa ninguém conhece. Melhor então abusar da criatividade e comprar por apenas R$ 10 (se chorar sai por R$ 5) um isqueiro com luzes neon.

O Centro da Cidade, além de ostentar a maior parte do comércio cubatense, conta também com um número grande de vendedores autônomos. Apenas nas três principais quadras da Avenida Nove de Abril, entre as ruas São Paulo e Pedro José Cardoso, a reportagem da Folha de Cubatão contabilizou 29 tipos diferentes de barracas das mais variadas mercadorias.

Entrando nas ruas que cortam a principal avenida de Cubatão, mais 45 trabalhadores autônomos podem ser percebidos, por todos os lados, em todas as calçadas. É na Rua Manuel Jorge que o problema fica mais latente. Num único ponto, 25 homens, mulheres e crianças se aglomeram, próximos a um shopping popular.

Entre uma pesquisa de preço e outra, a reportagem é notada. A partir daí fica difícil conseguir a palavra de algum camelô. O medo, segundo eles, é de que a matéria jornalística os tire dali.

"Eles (não disse quem) querem nos tirar daqui, e vocês vão acabar ajudando", alegou um vendedor de milho, que não quis se identificar nem dar entrevista.

O que pensam os comerciantes?

São poucos os comerciantes que aprovam a atuação dos vendedores autônomos nas ruas da Cidade, porém a grande maioria deles não fala sobre o assunto de forma alguma, temendo represálias. Eles acreditam que o fato desses trabalhadores não pagarem impostos, os colocam em desvantagem.

"Eu sei que eles precisam viver e sobreviver, como todos. Mas eles têm o espaço deles, que é o camelódromo. Nós pagamos caros impostos; enquanto isso, os camelôs estão tomando a cidade e a fiscalização não faz nada", disse a lojista Sandra Barros Sousa.

Outros não vêem problema com os ambulantes, mas fazem críticas, como a comerciante Cristina Fraguas. "Para mim não faz diferença nenhuma, todo mundo tem o direito de trabalhar. No que diz respeito ao comércio, tem lugar para todo mundo. É melhor ser ambulante do que roubar e matar. O que eu acho errado, são pessoas que ganham o boxe da comunidade e alugam para terceiros. Isso é errado, estão ganhando dinheiro com o que é do povo", disse.

Um lojista estabelecido na Avenida Nove de Abril, que não quis se identificar, criticou a maneira como os camelôs deixam as vias públicas depois do horário comercial. "Se eu tenho higiene e bons modos na minha loja, nada mais justo que essas pessoas também tenham. O fato é que, no final do dia, a rua está uma imundície", esbravejou.

ACIC - O presidente da Associação Comercial e Industrial de Cubatão, Silvano Lacerda, foi procurado pela reportagem da Folha de Cubatão por cinco dias e não foi encontrado. Ele também não retornou nenhuma ligação para a redação do jornal.

QR Code - Clique na imagem para ampliá-la.

QR Code. Use.

Saiba mais