Clique aqui para voltar à página inicialhttp://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch092k.htm
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 04/24/12 12:02:35
Clique aqui para voltar à página inicial de Cubatão
HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO - FAUNA
Animais passeiam pela política municipal (11)

Leva para a página anterior

Em Cubatão já existem os "cães comunitários". E moram no Cemitério Municipal! A história foi publicada em A Tribuna, na edição de 23 de abril de 2012:


Protetores dos animais defendem o bem-estar dos cães. Discussão sobre o problema será hoje no Fórum
Foto: Fernanda Luz, publicada com a matéria

Cubatão

Cães do cemitério, quem ficará com eles? Animais podem ser comunitários, mas há quem reclame

Da Redação

Protetores de animais promovem hoje, às 16 horas, manifestação em frente ao Fórum de Cubatão em apoio a uma campanha de proteção a 12 cães abandonados, ue vivem no entorno do Cemitério de Cubatão. E, também, a mais de duas centenas de outros animais deixados para trás, há pelo menos dois anos, por famílias que moravam nos bairros-cota e foram transferidas pelo Governo do Estado para conjuntos habitacionais. Os cães e gatos perambulam pela Serra do Mar.

Na opinião dos organizadores do movimento, a Administração Municipal deve ser chamada a abrigar, tratar e alimentar esses animais, com base na tutela determinada pela Lei Estadual 12.916, de 17 de abril de 2008.

Para tentar resolver esse problema, marcaram uma reunião hoje, às 16 horas, no Fórum de Cubatão. O encontro tem a participação da Promotoria Ambiental de Cubatão, representantes do movimento, chefias da Vigilância Sanitária e Zoonoses e o secretário municipal de Administração, Haroldo Silva.

No primeiro momento, o foco são os 12 cães que viviam no Cemitério. Diante da reclamação de familiares das pessoas sepultadas no local, o setor de administração proibiu que fossem dados alimentos aos animais, e mandou fechar os portões. A despeito da ordem, ontem pela manhã os cães perambulavam pelas proximidades da capela, no fundo do Cemitério, onde dois corpos estavam sendo velados.

Abrigo - Embora não pertençam a nenhuma associação, os organizadores do encontro não são contra a retirada dos animais do local. Querem apenas que eles sejam devidamente abrigados, alimentados e protegidos.

A proposta ganhou a adesão de organizações não governamentais ligadas à proteção de animais, entre elas o SOS Animais de Rua, coordenado por Luciene Borges Neves.

Ela considera a expulsão dos animais do Cemitério Municipal, sem destinação adequada e para local equivalente, em termos de bem-estar, a "um erro grosseiro". Os organizadores da manifestação enviaram aos meios de comunicação fotos de cães parados no portão fechado do cemitério e atribuem esse fato à proibição da administração da necrópole para que funcionários do setor não alimentem os cães.

De acordo com Luciene, os 12 cães viviam no Cemitério do Município, há mais de dez anos, tempo suficiente para se tornarem animais comunitários, mesmo que permaneçam dentro de um equipamento público afastado do centro urbano, e onde não há moradias.

Por isso, devem ficar sob a tutela do Estado - no caso das autoridades do Município - com base na Lei Estadual 12.916, de 17 de abril de 2008.

Detalhes

12 animais viveriam há anos dentro do Cemitério Municipal e eram alimentados pelos funcionários

 

16 horas começa a reunião para definir o destino desses cães e, no mesmo horário, acontece um manifesto em frente ao Fórum

 

Cumprimento da lei será exigido

Sancionada pelo então governador José Serra e proposta pelo deputado estadual Feliciano Filho/PV), a lei que popularmente ficou conhecida como a Lei do Cão Comunitário coloca nessa condição os cachorros que estabelecem laços de dependência e de manutenção com a comunidade em que vivem, embora não possuam responsáveis únicos e definidos.

No segundo item da queixa apresentada ao Ministério Público, sobre animais abandonados pelas famílias de moradores removidos dos bairros-cota, é possível que a Prefeitura requeira também a participação, no debate, de representantes do Governo do Estado, que silenciaram a respeito da sua responsabilidade, quando no início de 2011 o então secretário da Saúde de Cubatão, Vandejackson Bezerra de Andrade, reclamou do abandono desses animais na serra.

Problemas parecidos, mas com final feliz depois de aplicada a solução proposta pela lei do cão comunitário, foram vividos nos últimos dias por animais em Santos: o Nicão, cuidado por moradores da Praia do José Menino; e Parafina, mantido por frequentadores do trecho de praia em frente ao canal 1. Ambas histórias foram contadas por A Tribuna.

A Lei 12.916, de 16 de abril de 2008, determina que o Executivo incentive a viabilização e o desenvolvimento de programas que visem ao controle reprodutivo de cães e de gatos.

E, no parágrafo 1º do artigo 4º, recomenda que o animal reconhecido como comunitário seja recolhido para fins de esterilização, registro e devolução à comunidade de origem, após identificação e assinatura do termo de compromisso de seu cuidador principal.

É esse compromisso que os organizadores do movimento, Tereza Mazzoni e Anderson Delana, esperam ver firmado pela Prefeitura de Cubatão.

E a decisão pela permanência no cemitério foi divulgada na edição digital do jornal santista A Tribuna, em 24 de abril de 2012:


Cães são considerados comunitários por viverem há anos no cemitério
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

Cubatão

Está decidido: cemitério é o lar de 16 cães abandonados

Suzana Fonseca

Os 16 cães que vivem no Cemitério de Cubatão vão continuar onde estão. A decisão foi tomada ontem, durante reunião entre a Promotoria Ambiental e representantes da Prefeitura. Os animais foram declarados cães comunitários, conforme permite a Lei Estadual 12.916, de 2008.

Com a medida, eles agora estão sob responsabilidade do veterinário cubatense Anderson de Lana Andrade, que representou, no encontro, os militantes de defesa da vida animal. Agora, os cachorros permanecerão no cemitério recebendo a devida assistência até que seja definido um outro local adequado para recebê-los.

"Vou contar com o auxílio de nossos protetores e nos próximos dias irei avaliar o estado de saúde desses animais", adianta o veterinário. A reunião foi marcada depois que protetores da vida animal se uniram para protestar contra a decisão do secretário municipal de Gestão, Haroldo de Oliveira Souza Filho. Ele proibiu a permanência dos 16 cães (a informação inicial era a de que 12 animais viviam lá) no cemitério, onde são alimentados pelos funcionários.

Segundo o secretário, a medida foi tomada após a Ouvidoria do Município receber três reclamações de ataques a familiares de pessoas sepultadas no lugar. "Pode parecer uma medida drástica, mas ela era necessária", afirma o secretário.

A atitude mobilizou entidades de defensores dos animais, como a Associação de Defesa da Vida Animal de Cubatão, que começou a cobrar uma providência do Poder Público. "Não pode simplesmente expulsar os animais de um local onde eles vivem há mais de dez anos e deixá-los na rua sem alimentação ou qualquer outro cuidado", protesta Vergínia Helena da Silva Ramos.

Ao tomar conhecimento da situação, o promotor de Meio Ambiente, Eduardo Gonçalves de Salles, entrou em contato com o secretário de Gestão para tentar firmar um acordo e resolver o impasse. Um termo de compromisso foi firmado e o problema foi parcialmente resolvido.

Por enquanto, não há previsão de quando os animais deixarão o cemitério, tendo em vista que o Centro de Zoonoses da Cidade está com a capacidade esgotada. Construído para abrigar até 100 cães, o centro possui hoje 201 animais, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Abandono - O problema dos 16 cães do Cemitério Municipal é apenas pontual. A Cidade possui um desafio muito maior, que é o de encontrar a solução para as centenas de animais domésticos abandonados pelas famílias que estão deixando as encostas da Serra do Mar e indo nos conjuntos habitacionais do Programa Serra do Mar, do Governo do Estado.

Pelos cálculos da Secretaria Municipal de Saúde, algo entre 800 e 1.000 animais domésticos estão nas ruas da Cidade ou passarão a viver no entorno dos núcleos habitacionais que foram e serão extintos nos próximos meses nas áreas de risco de Cubatão.

Um inquérito civil foi instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE) para acompanhar o caso. Segundo o promotor de Meio Ambiente, Eduardo Gonçalves de Salles, trata-se de uma questão urgente que deve ser solucionada o mais rápido possível pelo Estado e o Município.

O promotor explica que a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), responsável pela execução dos novos conjuntos habitacionais na região dos Bolsões e do Jardim Casqueiro, já se comprometeu em construir um centro de zoonoses para abrigar esses animais abandonados.

Contudo, cabe ao Município disponibilizar essa área. Além disso, ainda não se chegou a um acordo sobre quem ficará responsável pelo novo Centro.

Nesta segunda-feira, o secretário municipal de Gestão, Haroldo de Oliveira Souza Filho, informou que, em até 90 dias, a Prefeitura de Cubatão vai apontar a área onde o abrigo de animais poderá ser construído. "É um problema que precisamos resolver o mais rápido possível. Até porque o grosso das remoções acontecerá agora", disse o titular da pasta.


Muitos cães foram abandonados por famílias que deixaram as Cotas
Foto: Raimundo Rosa, publicada com a matéria

Leva para a página seguinte da série