HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO -
Os sambaquis
Montes de conchas contam a pré-história (16)
Os sambaquis de Cubatão
Em 2007, Novo Milênio visitou o sambaqui existente nas terras
da Cosipa, junto com o historiador e pesquisador Waldir Rueda,
que preparava monografia para a disciplina Arqueologia na Amazônia, ministrada pelo professor-doutor Eduardo Goes Neves, do Museu de Arqueologia
Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE/USP). A visita, autorizada pela Gerência de Comunicações da
siderúrgica, foi acompanhada por Rafael Costa, um
biólogo funcionário da Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa/Usiminas).Segundo ele, a causa
principal da decomposição dos restos esqueletais encontrados nos sambaquis é que estes locais, devido ao acúmulo das conchas de animais, têm altíssimo
teor de alcalinidade, que preservou os esqueletos. Retiradas desses locais e lavadas pelos pesquisadores com água neutra, as peças perderam essa
característica, tornando-se frágeis e perdendo-se rapidamente com a passagem do tempo.
Medindo o teor alcalino da umidade existente nos sambaquis, Waldir comprovou a teoria, verificando que
de fato os indicadores chegam próximos do máximo possível. Daí, a necessidade de um novo cuidado na preservação dos fósseis encontrados, que é mantê-los
nas mesmas condições ambientais de onde foram retirados.
A expedição foi feita na tarde de 13 de agosto de 2007, chegando-se ao sambaqui após percorrer uma trilha quase
apagada na mata (embora ainda usada ilegalmente por caçadores e extratores de produtos agrícolas, além de criminosos que tentam praticar roubos em
instalações da siderúrgica), e que parte do antigo (e abandonado) posto de pesquisas estabelecido naquela área pela Universidade de São Paulo, chegando
às margens do Rio Piaçagüera.
Pelo caminho, uma caieira (forno rústico para a produção de cal das conchas) e vestígios pré-históricos indicando a
proximidade da área principal, em alguns casos medidos com o uso de uma caneta esferográfica como referência de tamanho. Uma fita sensível à
alcalinidade, aplicada ao terreno úmido do sambaqui, comprovou o teor calcário na água. Na praia fluvial, pegadas na areia indicando a passagem de
pequenos mamíferos da região.
Eis as fotos e o vídeo então produzidos:
Fotos: Carlos Pimentel Mendes, em
13/8/2007 |
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