O oleoduto
Foto publicada com o texto
Combustível serra acima
Do óleo de baleia em lombo de burro ao moderno oleoduto da EFSJ
Obra de grande importância para a modernização da
Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (EFSJ) foi a construção do Oleoduto Santos-São Paulo, que havia sido planejado em 1928, pelos engenheiros paulistas
Mário Barros do Amaral e Jonas Pompeu.
Seus estudos visaram a construção de uma linha de 6 polegadas, sem sucesso.
Posteriormente, a Standard Oil, a Light e a própria São Paulo Railway Company estudaram sistemas de transportes de combustíveis líquidos.
Entretanto, somente em 1947 o Conselho Nacional de Pesquisas (CNP) designou comissão para estudar com mais profundidade o assunto. Faziam parte da
comissão o coronel Arthur Levy; capitão-de-fragata Rubens Viana Neiva e o engenheiro Valdo Silveira.
Encerrados os estudos iniciais, foi encarregada de preparar o projeto a firma Willian
Brothers, de Tulsa, EUA, sob a supervisão do sr. Willian G. Heltzel, com a assistência do engenheiro Leopoldo Miguês de Melo.
O material foi quase todo adquirido nos Estados Unidos, exceto uma parte da tubulação
fornecida pela Alemanha. Em agosto de 1951, entrou em funcionamento a linha de 10 polegadas (gasolina-diesel-querosene) e, no mesmo mês, foram
carregados os primeiros vagões-tanques do Terminal de Utinga, destinados ao interior do Estado.
Em abril de 1952, estava pronta a linha de 18 polegadas (óleo combustível). Nesta
época era extinta a comissão e todas as operações passaram ao controle do Departamento de Oleoduto da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.
Inauguração de ramais - As obras prosseguem. O ano é de 1953: inaugura-se o
ramal para a usina Piratininga, da Light. Em seguida, são construídos os ramais de óleo cru para as refinarias de Capuava e Presidente Bernardes e
os ramais derivados. Embora o Oleoduto Santos-São Paulo liberasse cerca de 2 milhões de vagões-toneladas que antes transportavam produtos
petrolíferos, entre Santos e São Paulo, a verdade é que a demanda cresceu de tal forma que, já em 1964, se sentia que a capacidade transportadora da
linha de 10 polegadas estava superada e exigia nova tubulação auxiliar.
Coube à Techint Cia. Técnica Internacional realizar os estudos dessa nova
linha, cujas obras foram executadas em seguida, sob a direção do Departamento de Oleoduto, e inauguradas a 22 de janeiro de
1969. É uma tubulação de aço com 39,6 km de extensão, ligando a Estação de Bombas de Cubatão (km 54 da Via Anchieta) ao Terminal de Utinga, em
Santo André.
Essa linha destina-se ao transporte de gasolina, óleo diesel e querosene, ampliando a
capacidade do sistema, para atender à demanda da zona abastecida pelo oleoduto.
Além dos produtos citados, transportará, também, gás liquefeito de petróleo, assim que
ficarem concluídas as instalações do Terminal de Gás, em Utinga (N.E.: texto datado de 1970).
Em sua fase inicial, a nova linha fará o transporte de 260.000 l/h, ou seja, 63% além da capacidade do antigo sistema. Com a instalação da futura
Estação Booster, no Alto da Serra, prevista no projeto, a vazão atingirá a 415.000 l/h, equivalente ao dobro do atual.
Linhas instaladas - As linhas instaladas do Oleoduto Santos-São Paulo são as
seguintes:
Diâmetro
|
Extensão
|
24"
|
2,2 km
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22"
|
11,4 km
|
18"
|
61,5 km
|
14"
|
19,6 km
|
12"
|
34,0 km
|
10"
|
98,0 km
|
08"
|
16,1 km
|
06"
|
22,7 km
|
Unidades de Bombeamento por produto:
|
Local
|
Potência em HP
|
Vazão l/h
|
a)
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Óleo Cru |
|
Alemoa
|
600
|
1.500.000
|
|
Cubatão
|
1.600
|
320.000
|
b)
|
Óleo Combustível |
|
Alemoa
|
375
|
300.000
|
|
Cubatão
|
1.975
|
510.000
|
|
Alto da Serra
|
975
|
510.000
|
|
Utinga
|
375
|
300.000
|
c)
|
Claros (gasolina, óleo diesel e querosene) |
|
Cubatão
|
3.200
|
675.000
|
|
Alto da Serra
|
800
|
675.000
|
|
Utinga
|
470
|
1.045.000
|
|