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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO
As origens da siderúrgica (2)

Por volta de 1973, um dos fundadores da Companhia Siderúrgica Paulista, Martinho Prado Uchôa, produziu um livrete contando A História da Cosipa, com fotos antigas e seu depoimento, como protagonista que foi desses episódios.

Com 72 páginas, projeto gráfico de Vicente Gil/Assessoria Visual Ltda. e impressão Linova Editora Artes e Serviços Gráficos Ltda., a obra não contém mais dados sobre o livrete em si (que teria sido apoiado pela Cosipa) e nem legendas para as fotos, aqui reproduzidas junto com parte do texto (que no original é complementado pela descrição das assembléias gerais da empresa entre 1953 e 1966). Esta é a continuação do texto:


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Martinho Prado Uchôa

VISITA DO INSTITUTO DE ENGENHARIA A VOLTA REDONDA

No dia 21 de abril de 1951, um grupo de engenheiros do Instituto de Engenharia de São Paulo esteve em visita às recém-construídas instalações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a primeira usina de coque do Brasil e responsável pela metade da produção nacional de aço.

A comitiva, composta de 106 integrantes, entre os quais o engenheiro Plínio de Queiroz, percorreu demoradamente toda a área industrial, com o acompanhamento dos engenheiros da usina que prestavam esclarecimentos sobre a produção de aço.

Ao final desse dia, o presidente do Instituto de Engenharia, engenheiro Argemiro Couto de Barros, pronunciou palavras de agradecimento e elogiou a organização da Companhia, enaltecendo a excelente apresentação e a qualidade dos produtos. Comentando, após o jantar, a importância do empreendimento e o que representava para a economia do País, alguém lembrou que o Estado de São Paulo bem poderia montar uma usina semelhante em Cubatão, cujo nome seria Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), segundo Plínio.

Alguém falou:

- Plínio, você que já fez tanto pela engenharia, seria capaz de construir uma usina como esta? Ao que ele retrucou: "Bem, antes de responder eu precisaria fazer um estudo sobre a viabilidade do empreendimento. Acho que esse trabalho custaria uns Cr$ 200 mil e eu poderia arranjar essa importância organizando uma sociedade a fond perdu".

Chegando a São Paulo, Plínio, que já se entusiasmara com a idéia, organizou uma lista para colher assinaturas. Graças ao inquestionável prestígio de que desfrutava e ao seu grande círculo de amizades, em pouco tempo conseguiu obter mais de 180 assinaturas entre colegas, firmas comerciais e escritórios de engenharia, contribuindo cada um com Cr$ 8 mil.

Em pouco tempo a idéia difundiu-se, chegando ao conhecimento do então governador de São Paulo e amigo, Lucas Nogueira Garcez, que não só assinou a lista, como colocou à disposição o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), através do chefe da Seção de Metalurgia, engenheiro Tarcísio Damy de Souza Santos, também professor do curso de Metalurgia da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, para que acionasse todos os elementos oficiais necessários à efetivação do empreendimento.

A Assembléia Legislativa e os órgãos de imprensa também ofereceram seu apoio. Graças às notícias publicadas em alguns jornais, foi possível adquirir um terreno de aproximadamente 70 alqueires, ou seja, cerca de 4,1 milhões de m², no bairro de Piaçagüera, em Cubatão (SP), de propriedade de Adelino da Rocha Brites.

Antes, porém, foram feitos vários estudos que revelaram o acerto do empreendimento. Grandes autoridades no assunto foram consultadas, entre elas o coronel Edmundo de Macedo Soares e Silva, da Escola Superior de Guerra; o professor Robert Franklin Mehl, engenheiro metalurgista de um instituto de tecnologia americano, que na época concluía um estudo sobre a indústria metalúrgica do Brasil; os professores do IPT, Adriano Marchini, Amaro Lanari Júnior, Alberto Pereira de Castro e Luís Correia da Silva. Todos mostraram-se favoráveis à iniciativa e incentivaram-na.

Obtidos os recursos necessários, Plínio formou uma equipe para executar o trabalho, constituída pelos engenheiros Lauro Bastos Birkholz, Max Veit, Luís Pontes de Lima, o professor José Miragaia de Souza, além de Nelson Barreiros e Carlos Weber. Faltava, contudo, um técnico especializado em siderurgia para a coordenação.

Após ouvir diversos amigos e colegas que indicaram meu nome, Plínio, que eu já conhecia, procurou-me e propôs pagar um conto e quinhentos por mês enquanto durasse a verba.

Formado em siderurgia pela Technische Hochschule de Berlin-Charlotenburg, em 1927, tornei-me conhecido, ao lado de outros colegas, como pioneiro na fabricação de aços finos no Brasil durante a Segunda Guerra. Trabalhei inicialmente na fundição dos Elevadores Atlas e, posteriormente, na Aços Villares, que ajudei a fundar, projetar e instalar.

Em 1952, aceitei a proposta de Plínio e mudei-me com a família para São Paulo, nunca imaginando que ia iniciar um trabalho que se estenderia por mais de 30 anos, sempre proporcionando grande satisfação.

A Comissão se reunia todos os dias no escritório do Plínio, na Rua Barão de Itapetininga, em São Paulo. O projeto tornou-se logo popular, contando com o irrestrito apoio do IPT, chefiado pelo professor Tarcísio D.S. Santos; do Laboratório Nacional de Produção Mineral; do Horto Florestal da Companhia Paulista de Estrada de Ferro; da recém-instalada Escola de Engenharia de Volta Redonda; do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo; da repartição de Águas e Esgotos de São Paulo; do Departamento de Águas e Energia Elétrica; do Instituto Histórico e Geológico de São Paulo, entre outros, e com uma comissão consultiva do professor e jurista Moacir Amaral Santos, e o engenheiro Júlio Salles de Oliveira.

Em meados de setembro, fui procurado pelos engenheiros João Gustavo Haenel, que trabalhava no escritório da Cacex, em São Paulo, e Augusto Batista Pereira, minerador de carvão de Santa Catarina, que me apresentaram Bruno Leuschner, secretário da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), organismo subsidiário da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Segundo disseram, a ONU e a Cepal estavam promovendo um congresso multinacional sobre siderurgia, em Bogotá, pois achavam que a América Latina precisava se industrializar, começando com a indústria de base, a siderurgia.

A finalidade do evento era a de reunir os melhores siderurgistas de todo o mundo para debater com os sul-americanos as bases para a implantação de usinas siderúrgicas. O local escolhido foi Bogotá devido às facilidades oferecidas pelo governo.

A Colômbia estava muito interessada em siderurgia. Já haviam sido convidados os melhores siderurgistas dos Estados Unidos, da Europa e do Japão para, em Bogotá, trocar idéias com os latino-americanos.

A missão de Leuschner no Brasil era a de conseguir a adesão dos brasileiros para o congresso. Foram convidados Tarcísio Villela, da CSN; Amaro Lanari Júnior, do BNDE; Álvaro de Paiva Abreu, autoridade em carvão brasileiro; o general Oswaldo Pinto da Veiga; Henrique Anauwate e eu.

Relação dos fundadores da Cosipa:

Adalberto Guimarães de Queiroz
Afrânio do Amaral
Albert Moem Philion
Alberto Pereira de Castro
Alcides Xande
Alexandre R.S. de Vasconcellos
Alexandre Siciliano Júnior
Álvaro Blumenthal
Amador Cintra do Prado
Amaro Lanari Júnior
Amílcar Figueiredo
Aníbal Mendes Gonçalves
Antenor Sampaio de Freitas
Antonio Alfredo Vaz Cerquinho
Antonio de Almeida Prado
Antonio Antony Assumpção
Antonio de Araújo Novais Júnior
Antonio Cândido F. Gomes
Antonio Giuzo
Antonio Novais Neto
Antonio Sainati
Argemiro Couto de Barros
Arthur Farina
Augusto Lindenberg
A. Spilborhs & Cia. Ltda.
Bardella S.A.
Benedito Pereira Porto
Carolino Campos Salles
Carolino Novaes
Carlos Engel
Cássio Vidigal
Célio Ricardo de Freitas
Cerâmica São Caetano S.A.
Cincinato Cajado Braga
Cincinato Salles de Abreu
Cláudio Novaes
Comercial e Construtora Dácio A. de Moraes S.A.
Comercial e Importadora Restinga Ltda.
Companhia Federal de Comércio, Indústria e Engenharia
Companhia Mecânica e Importadora de São Paulo
Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira
Cristiano Henrique Yahn
Décio Ferraz Novaes
Edmundo de Macedo Soares e Silva
Eduardo Marcos Monteiro
Enarco Ltda.
Equipamentos Industriais ELSA
Erasmo Teixeira de Assumpção Júnior
Ernesto Barbosa Tomanik
Escritório Técnico Alexandre Cercea
Estanislau Ferreira do Amaral
Eurico Bastos Guimarães
Fábio da Silva Prado
Faculdade de Engenharia Industrial
Fausto Bibiano Martins
Felício Cintra do Prado
Felix Martins & Companhia Ltda.
Fernando Augusto Nora Antunes
Fleury Ramos
Fortaleza Companhia Nacional de Seguros
Francisco Azevedo
Francisco Emídio da Fonseca Telles
Francisco João Humberto Maffei
Francisco Machado de Campos
Francisco Palma Travassos
Francisco de Paula Vicente de Azevedo
Francisco Prestes Maia
Francisco Salles Vicente de Azevedo
Frederico Abranches Brotero
Frederik Alexander
Geraldo Domingos Pinto
Guilherme Bibiano Martins
Heitor Portugal
Henrique Baima
Henrique José Driessen
Henrique Novaes Lefevre
Herbert Victor Levy
Indústria de Caldeiras Eureka Santino & Filhos S.A.
Industrial e Importadora Cornesol 
Jaime Cintra
João Caetano Álvares Júnior
João Fleury da Silveira
João França Pinto
João Gonçalves
João Gustavo Haenel
João Soares do Amaral Neto
Joaquim Carlos Bicudo
Joaquim Celidônio Filho
Joaquim Salles Leite
Joel Ramalho
Jordão Vecchiatti
Jorge Alves Lima
Jorge de Souza Rezende
José Alcântara Machado
José Aranha Pereira
José Cândido de Souza Dias
José Carlos Guimarães de Oliva
José Carlos de Macedo Soares
José Carneiro Viana
José Gamberoni
José de Souza
José Maria Whitaker
José Mello Alves
José Papa
José Soares de Almeida Júnior
José Vieitas Júnior
José Vilela de Andrade Júnior
José Pozzi
Júlio Rabin
Júlio Sales de Oliveira 
Lauro Bastos Birkholz
Lavínia S. Moura
Leão Novaes
Lino Castellani
Luís Afonso S. de Vasconcelos
Luís Augusto Pereira de Queiroz
Luís Pinto Tomás
Luís Pontes de Lima
Luiz Blumenthal
Luíz Cintra do Prado
Luiz Dias Ferreira
Luiz Fernando do Amaral
Marcelo Pucci
Marcelo Ricardo de Freitas
Marcial Ribeiro dos Santos
Maria Laura Ricardo de Freitas
Mário Dorsa
Mário Freire
Martinho Prado Uchôa
Max Arthur Veit
Michel J. Loeb
Miguel Argollo Ferrão 
Miguel de Carvalho Dias
Milton Barreto Andrade
Milton Victor Ashworth
Moacir Amaral Santos
Moacir Benedito de Souza
Nelson de Barros Camargo
Nelson Bastos de Siqueira
Nelson Othone de Rezende
Nicolau Filizola
Nicolau Tuma
Noé Ribeiro
Odair Pedroso
Odilon Egydio do Amaral Souza
Olívio Gomes
Orozimbo Octavio Roxo Loureiro
Osmar Queiroz Botelho
Otávio da Costa Monteiro
Octavio Marcondes Ferraz
Othon Barcellos
Paulo Amaral
Pedro Bento de Camargo
Pedro Withaker França Pinto
Plínio Botelho do Amaral
Plínio de Queiroz
Revendedora de Ferros Limitada
Roberto Simonsen Filho
Rodolfo Ortenblad
Rodolfo Tabyra
Rubens Montenegro
Rudolf A. Frisch
Rui Mendes Reis
Saverio Vito Brasile L'Abbate
Sebastião Ferraz de Camargo Penteado
Sérvulo Corrêa Pacheco e Silva
Siderúrgica J. L. Aliperti S.A.
Sílvio Brand Corrêa
S.A. Mercantil Vicente de Feo
S.A. White Martins
Sociedade de Materiais Sotema S.A.
Sociedade Técnica de Inst. Gerais - Stig
Souza Noschese Indústria e Comércio S.A.
Tácito Barcellos Corrêa
Techint - Companhia Técnica Internacional
Teodoro Niemeyer
Teodoro Quartim Barbosa
Tércio Ferreira do Amaral
Victor Carlos Fillinger
Virgílio Alves de Carvalho Pinto
Washington Ramos
Wilson Camargo Barros
Zeferino Velloso