Dezenas de crianças, como as da foto,
têm a partir de agora uma vida e um futuro melhor e mais justo
Legenda da foto incluída na capa do informativo oficial
SOLUÇÃO DEFINITIVA DO PROBLEMA DE VILA PARISI
A vitória da vida
Um pequeno paraíso. Assim era, por volta de 1700, o
Sítio Mendes, hoje Vale da Vida. Em 1952, o espanhol Silvestre Perez Esteves recebeu a área como herança. Quatro anos depois, os irmãos
Helládio e Celso Parisi, sabedores de que uma siderúrgica seria construída em Piaçagüera, compraram a gleba e iniciaram um loteamento. Imaginavam
criar uma nova Volta Redonda. Em 18/1/1957, a Prefeitura de Cubatão aprovou o loteamento residencial "Vila Parisi", que contaria com 823
lotes numa área de 474.280 m².
A promessa dos irmãos era construir um bairro completo, mas realizaram apenas a
abertura das ruas, sem qualquer infra-estrutura. E com a chegada dos primeiros moradores, os problemas começaram a aparecer.
Sem água, esgoto, energia elétrica e urbanização, as pessoas viviam em ambiente hostil
e penoso. A Prefeitura foi obrigada a investir no bairro: em 69, foram instaladas as redes de água e eletricidade; em 76, duas ruas (de 14
existentes) foram calçadas. O problema das enchentes, no entanto, jamais foi solucionado. Sem um plano de drenagem, a Vila sofria nas chuvas e nas
marés altas. Duas grandes enchentes, quando as águas atingiram dois metros de altura, em 71 e 75, são lembradas até os dias de hoje.
Com a construção da Cosipa, a partir de 62, o bairro passou a abrigar muitos
trabalhadores, a maioria migrantes. Agravaram-se os problemas, principalmente de moradia e os quartinhos de aluguel e as "camas quentes"
proliferaram. Isso acelerou a degeneração do bairro. Graças às reivindicações de seus habitantes, o bairro conseguiu desenvolver-se, contando com
serviços públicos, atraindo inúmeros credos religiosos, um comércio básico diversificado, e chegou até a ter três times de futebol rivais. Mas,
devido aos problemas sociais e à poluição, o núcleo acabou marginalizado pela comunidade em geral.
Imagem publicada com a matéria
A extinção do bairro, autêntico ponto nevrálgico na questão da poluição ambiental, vem de
longe, numa história cheia de personagens e muitas versões. A primeira tentativa aconteceu em 1969, quando Aurélio Araújo era prefeito. Em 72, a
Cohab iniciou a construção de 2.000 casas na área da atual Vila Natal, para transferir os moradores, mas o projeto não foi adiante. Em 74, deixou de
ser considerada área em extinção. Nessa época, a Vila Parisi era assunto obrigatório e diário na grande imprensa.
O governador Paulo Maluf, em 80, decreta o fim do núcleo. Em 85, começam as desapropriações
e, neste mesmo ano, o prefeito Nei Serra cria o Geiphac – Grupo Executivo para Implantação do Projeto Habitacional de Cubatão, cuja prioridade era
assegurar a extinção da Vila.
As primeiras 95 famílias foram transferidas em 86, para o Bolsão 8. O processo foi
muito polêmico e ineficaz, em função de desencontros entre a Administração daquela época e os moradores, que se sentiam prejudicados. Além disso,
amigos e parentes dos habitantes mudaram-se para o local, na esperança de ganharem uma casa, dificultando todo o cadastramento.
Nessa época, o bairro vivia em total decadência, sem energia elétrica, sem transporte
coletivo etc.
O fato é que quando Nei Serra retornou à Prefeitura, pelo voto popular, em 89, ainda
residiam na Vila Parisi 1.500 pessoas, muito embora, no ano anterior, tenha sido anunciada a total extinção do núcleo.
Adotando critérios mais justos para solucionar os diferentes casos existentes no
bairro e com muita determinação, Serra conseguiu o que parecia impossível. Sem traumas sociais ou injustiças, garantiu a total e tranqüila
transferência de todos os moradores.
As famílias que tinham direito receberam modernas casas na Ilha Nhapium, em área com
total infra-estrutura. Os últimos moradores deixaram a Vila no dia 13 de maio deste ano. Como os demais, seguiram para um futuro e uma vida melhor e
mais justa.
Vivendo em condições sub-humanas, 25.000 pessoas enfrentaram todo tipo de infortúnio, o preconceito
social, a marginalidade e os males da poluição. Uma realidade que chocou u mundo e tornou-se o mais forte símbolo de reflexão sobre a questão do
meio-ambiente
Foto publicada com a matéria
A atual administração conseguiu equacionar a solução definitiva do problema de Vila Parisi, com
determinação, criatividade e, principalmente, com extrema atenção à questão social. Todos os casos das 1.500 pessoas que ainda residiam na área, em
89, foram estudados, encontrando-se uma solução justa para cada um. Na Ilha Nhapium, mais de 60 famílias receberam casas construídas com moderna
tecnologia, em um loteamento com total infra-estrutura, garantindo assim uma vida e um futuro melhor
Foto publicada com a matéria
Hoje, 24 de maio, faltando uma semana para a Conferência
Mundial do Meio-Ambiente (Eco-92), que acontecerá na cidade do Rio de Janeiro, Cubatão, de cidade conhecida no passado como Vale da Morte, anuncia a
Vitória da Vida.
Estamos comemorando hoje a conclusão do processo de extinção do bairro de Vila Parisi,
que chegou a ter 25 mil moradores, responsável pelos rótulos negativos que o município teve na área ambiental, social e de saúde, nas últimas
décadas.
Hoje, passados perto de 7 anos do início das desapropriações, pagamentos de
indenizações aos proprietários de terreno e ainda das demolições dos imóveis e transferência das famílias para outros bairros mais apropriados, a
área de Vila Parisi, agora Vale da Vida, de 400 mil m², já não representa a imagem feia, de barracos com valas a céu aberto, fincados abaixo do
nível do mar, cujas sub-habitações se misturavam à fumaça das indústrias próximas, prejudicando a saúde de seus moradores, principalmente das
crianças, afetadas por problemas respiratórios e pulmonares.
No lugar do bairro sub-humano, há uma área toda aterrada e plana, pronta para receber
um grande projeto, que irá gerar de 5 a 10 mil novos empregos, enfrentando a recessão e a crise brasileira. É o Projeto do Centro Empresarial Vale
da Vida, com terminal rodo-ferroviário de cargas, que está sendo gerenciado pela Cursan – Companhia Cubatense de Urbanização e Saneamento, aliás o
único prédio que ficou de pé na Vila Parisi, para poder dar a sustentação a toda essa mudança de objetivos.
A partir de hoje, estará chegando ao Parque Industrial o gás natural do Poço de
Merluza, para ser utilizado pelas empresas, em substituição ao óleo de Baixo Teor de Enxofre (BTE), reduzindo ainda mais a emissão de poluentes no
ar, atingindo um índice calculado em 99%.
Até a implantação do Centro Empresarial, a área totalmente vazia e aterrada com
escória terá um cinturão verde, estando previsto o plantio de 60.000 mudas de "eucalipto citrodora", doadas pela Ripasa, alcançando com essa
quantidade e até ultrapassando o marco de 130.000 mudas.
Presença na Eco-92 - A partir desse maior exemplo que Cubatão vem dando para o
Brasil e para o mundo, na área ambiental, é que de 3 a 10 de junho, no Rio de Janeiro, haverá um destaque para o município, com um stand na
Eco-92, em exposição paralela, sendo que no dia 4 de junho o prefeito Nei Serra recebe o "Selo Verde", homenagem a nível nacional pelo trabalho que
desenvolveu na cidade. Essa é a primeira vez que uma pessoa física recebe tal comenda, pois até então só as empresas tinham acesso ao prêmio.
Apresentando uma solução definitiva e criativa,
a Administração Municipal reafirma sua capacidade de realização
Foto publicada com a matéria
Vale da Vida: um tríplice significado
A solução definitiva de Vila Parisi, hoje Vale da Vida,
é a marca maior da capacidade de realização da atual administração. Vencer o Vale da Morte - símbolo universal da poluição ambiental e da degradação
humana - é, longe de qualquer ufanismo ou autopromoção, concretizar o sonho de toda uma Comunidade. É provar que a vontade do Homem, quando
persistente e justa, pode remover montanhas, enfrentar obstáculos de quaisquer espécies.
Vencer o Vale da Morte é dar um presente ao Planeta Terra, na forma de uma lição de
esperança em um mundo melhor. E é esta lição que o heróico povo de Cubatão está dando a todos os povos, neste 24 de maio 1992. Ao brado angustiado
das vítimas da poluição dos velhos tempos, respondemos hoje com a transformação de nossa Cidade em Símbolo da Ecologia. O ato que realizamos neste
dia 24, ao comemorarmos a solução definitiva deste antigo problema, tem um tríplice significado:
1. A recuperação ambiental de Cubatão e o resgate da dignidade de nossa Cidade.
2. A geração de mais 10 mil empregos novos, enfrentando-se a recessão e a crise que
afeta o Brasil, com a implantação neste local do Centro Empresarial Vale da Vida, com um Terminal Rodoferroviário de Cargas.
3. A implantação de um projeto social de 2.500 moradias para as famílias mais carentes
de nosso município, com os recursos provenientes do Centro Empresarial Vale da Vida.
Por tudo isso, a comemoração de hoje tem uma carga emocional muito grande. Tem o sabor
de Vitória: a Vitória da Vida!
O Centro Empresarial Vale da Vida gerará 10 mil novos empregos e gerará recursos para a construção
de 2.500 moradias para as famílias mais carentes
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