Surgidas a partir da construção da Cosipa, as fábricas de fertilizantes também são
destaque
Foto: José Moraes, publicada com a matéria
Indústria
Pólo abriga fábricas de todos os tipos
Garantia de estabilidade atraiu com mais intensidade os investimentos
estrangeiros
Deve-se à refinaria de Cubatão o impulso que
transformaria a Cidade no maior pólo petroquímico da América Latina, ao dar à Cidade todas as condições básicas para o início da fase de
industrialização. Porém, com a chegada da Cosipa e das fábricas de fertilizantes, a indústria de base (fabrica produtos que são usados por outras
indústrias de transformação) alcançou o status máximo.
Entre 1956 e 1959, surgiram a Companhia Brasileira de Estireno (capital inicial
alemão, norte-americano e brasileiro), a Union Carbide do Brasil (capital norte-americano), a Copebrás (capital nacional e norte-americano) e Alba
Química (capital norte-americano).
O golpe militar em 1964 declarou Cubatão área de segurança nacional, diante da
importância estratégica do pólo, onde já tinha nascido em 1963 o embrião da Cosipa. E deu continuidade ao modelo de desenvolvimento industrial.
A garantia dessa estabilidade atraiu investimentos estrangeiros com maior vigor.
Surgiram a Carbocloro (capital norte-americano) e a Rhodia Indústrias Químicas (capital francês) em 1966. E mais: a Cimento Santa Rita (capital
italiano e de Liechtenstein), em 1968 (hoje pertencente à Votorantim); a Petroquisa (pertencente à Petrobrás e depois vendida à Ultrafertil) em
1969; a Liquid Carbonic (capital norte-americano associado à Petrobrás) em 1970; a Engeclor (capital nacional) em 1971; a Solorrico (capital
nacional) em 1972; a Engebasa (capital nacional) em 1973; a IAP (capital nacional) em 1975; a Petrocoque (capital nacional) em 1976); a Manah
(capital nacional) em 1977; a Adubos Trevo (capital nacional), em 1977, fábrica vendida à IFC em 1996); a Gespa (capital controlado pela Copebrás),
em 1977; a Aga (capital sueco), em 1985; e a White Martins (capital nacional) em 1997.
A partir da década de 60, a marca de Cubatão passou a ser impressa nos plásticos com
que começaram a ser feitos brinquedos e eletrodomésticos; no aço das linhas brancas da geladeira e nas chapas de carros e navios; no negro-de-fumo
dos pneus; no pó de sabão; na ponta dos lápis; nos fertilizantes que ajudam a bater recordes de produção agrícola; no combustível dos pequenos
aviões e nos carros de corrida e até no papel, bíblia dos alcorões do Irã e Iraque.
Instalação do terminal portuário facilitou produção da Cosipa
Foto: José Moraes, publicada com a matéria
Construção da Cosipa amplia importância do pólo
O grande investimento na expansão do pólo industrial de
Cubatão foi, sem dúvida, a Cosipa. A proximidade do porto de Santos foi decisiva para o crescimento industrial. Aproveitando o canal do estuário e
retomando o tema da vocação industrial de Cubatão, a Cosipa construiria o seu terminal para receber minério de ferro e carvão. A instalação da usina
criaria, também, uma situação ideal para Cubatão, que passaria a ser um dos raros pólos industriais com um parque petroquímico, siderúrgico e,
posteriormente, de fertilizantes, cimento e papel.
Tudo isso surgiu na chamada época do milagre brasileiro, quando as taxas de
crescimento econômico chegaram a 11,5% de 1968 a 1973, caindo para 6% em 1974 e descendo ainda mais na década de 80, quando o Governo Federal
começou a abandonar as estatais que mais tarde seriam privatizadas. As privatizações da Cosipa e da Ultrafértil, em meados da década de 1990,
fizeram ressurgir esses investimentos. A Ultrafértil é hoje uma das empresas mais lucrativas no País e a Cosipa destaca-se entre as siderúrgicas
privadas como das mais produtivas, com ações em alta neste início de ano (N.E.: 1998).
Acima da média - Apesar dos anos negros de 1980, a economia em Cubatão teve
outro surto de crescimento na área industrial (entre 84 e 86). O crescimento da indústria de base ficou acima da média do Brasil, 16,2% contra
11,3%, conforme registro da cientista Jutta Gutberlet na obra intitulada Cubatão, Desenvolvimento, Exclusão Social, Degradação Ambiental.
Ela observa que Cubatão ainda permanece como centro de produção mais importante de
matérias-primas e produtos semi-acabados nas áreas das indústrias petroquímica e metalúrgica. Grande parte dos seus produtos se destinam ao setor
industrial localizado principalmente na Grande São Paulo. A quantidade de bens destinados à exportação depende fortemente da situação econômica
nacional e da oferta e procura internacional. |