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HISTÓRIAS E LENDAS DE CUBATÃO
Cosipa aumentou a importância do pólo (1)

Dezenas de indústrias dos mais diversos tipos compõem o pólo industrial de Cubatão. Mas foi a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa) que ajudou a marcar sua importância para a região, para o Estado de São Paulo e para o Brasil. Essas informações foram destacadas no suplemento especial comemorativo do 49º aniversário da Cidade, publicado com o jornal A Tribuna em 9 de abril de 1998:


Surgidas a partir da construção da Cosipa, as fábricas de fertilizantes também são destaque
Foto: José Moraes, publicada com a matéria

Indústria

Pólo abriga fábricas de todos os tipos

Garantia de estabilidade atraiu com mais intensidade os investimentos estrangeiros

Deve-se à refinaria de Cubatão o impulso que transformaria a Cidade no maior pólo petroquímico da América Latina, ao dar à Cidade todas as condições básicas para o início da fase de industrialização. Porém, com a chegada da Cosipa e das fábricas de fertilizantes, a indústria de base (fabrica produtos que são usados por outras indústrias de transformação) alcançou o status máximo.

Entre 1956 e 1959, surgiram a Companhia Brasileira de Estireno (capital inicial alemão, norte-americano e brasileiro), a Union Carbide do Brasil (capital norte-americano), a Copebrás (capital nacional e norte-americano) e Alba Química (capital norte-americano).

O golpe militar em 1964 declarou Cubatão área de segurança nacional, diante da importância estratégica do pólo, onde já tinha nascido em 1963 o embrião da Cosipa. E deu continuidade ao modelo de desenvolvimento industrial.

A garantia dessa estabilidade atraiu investimentos estrangeiros com maior vigor. Surgiram a Carbocloro (capital norte-americano) e a Rhodia Indústrias Químicas (capital francês) em 1966. E mais: a Cimento Santa Rita (capital italiano e de Liechtenstein), em 1968 (hoje pertencente à Votorantim); a Petroquisa (pertencente à Petrobrás e depois vendida à Ultrafertil) em 1969; a Liquid Carbonic (capital norte-americano associado à Petrobrás) em 1970; a Engeclor (capital nacional) em 1971; a Solorrico (capital nacional) em 1972; a Engebasa (capital nacional) em 1973; a IAP (capital nacional) em 1975; a Petrocoque (capital nacional) em 1976); a Manah (capital nacional) em 1977; a Adubos Trevo (capital nacional), em 1977, fábrica vendida à IFC em 1996); a Gespa (capital controlado pela Copebrás), em 1977; a Aga (capital sueco), em 1985; e a White Martins (capital nacional) em 1997.

A partir da década de 60, a marca de Cubatão passou a ser impressa nos plásticos com que começaram a ser feitos brinquedos e eletrodomésticos; no aço das linhas brancas da geladeira e nas chapas de carros e navios; no negro-de-fumo dos pneus; no pó de sabão; na ponta dos lápis; nos fertilizantes que ajudam a bater recordes de produção agrícola; no combustível dos pequenos aviões e nos carros de corrida e até no papel, bíblia dos alcorões do Irã e Iraque.


Instalação do terminal portuário facilitou produção da Cosipa
Foto: José Moraes, publicada com a matéria

Construção da Cosipa amplia importância do pólo

O grande investimento na expansão do pólo industrial de Cubatão foi, sem dúvida, a Cosipa. A proximidade do porto de Santos foi decisiva para o crescimento industrial. Aproveitando o canal do estuário e retomando o tema da vocação industrial de Cubatão, a Cosipa construiria o seu terminal para receber minério de ferro e carvão. A instalação da usina criaria, também, uma situação ideal para Cubatão, que passaria a ser um dos raros pólos industriais com um parque petroquímico, siderúrgico e, posteriormente, de fertilizantes, cimento e papel.

Tudo isso surgiu na chamada época do milagre brasileiro, quando as taxas de crescimento econômico chegaram a 11,5% de 1968 a 1973, caindo para 6% em 1974 e descendo ainda mais na década de 80, quando o Governo Federal começou a abandonar as estatais que mais tarde seriam privatizadas. As privatizações da Cosipa e da Ultrafértil, em meados da década de 1990, fizeram ressurgir esses investimentos. A Ultrafértil é hoje uma das empresas mais lucrativas no País e a Cosipa destaca-se entre as siderúrgicas privadas como das mais produtivas, com ações em alta neste início de ano (N.E.: 1998).

Acima da média - Apesar dos anos negros de 1980, a economia em Cubatão teve outro surto de crescimento na área industrial (entre 84 e 86). O crescimento da indústria de base ficou acima da média do Brasil, 16,2% contra 11,3%, conforme registro da cientista Jutta Gutberlet na obra intitulada Cubatão, Desenvolvimento, Exclusão Social, Degradação Ambiental.

Ela observa que Cubatão ainda permanece como centro de produção mais importante de matérias-primas e produtos semi-acabados nas áreas das indústrias petroquímica e metalúrgica. Grande parte dos seus produtos se destinam ao setor industrial localizado principalmente na Grande São Paulo. A quantidade de bens destinados à exportação depende fortemente da situação econômica nacional e da oferta e procura internacional.

Em 7 de agosto de 2006, em sua coluna A Tribuna nos anos 60, no jornal A Tribuna, o jornalista Hamleto Rosato publicou, referindo-se ao sábado, 7 de agosto de 1965:


A draga e as cábreas para abertura do canal de acesso ao porto da Cosipa
Foto: reprodução, publicada com a matéria

Porto da Cosipa seria construído

A draga Ster estava se preparando para operar na abertura do canal de acesso ao porto da Cosipa, cujo projeto foi aprovado pelo Conselho Nacional de Portos e Vias Navegáveis. O novo terminal marítimo foi construído em Piaçagüera, a princípio para o recebimento de carvão e minério e remessa pelo mar de seus produtos a outros Estados.

Curioso é que a draga Ster foi dada como ferro-velho, depois de ter operado no canal do Panamá entre 1928 e 1952. Comprada por uma firma brasileira, a máquina abriu, em 1959, canal no porto de Vitória e, desde 1962, estava no Rio de Janeiro.

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