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NÚCLEOS DE CUBATÃO/SP
Fabril (1)
(OU COMPANHIA SANTISTA. INCLUI GROTÃO)

Com o surgimento da Companhia Fabril de Papel (que teve sua construção iniciada em 1914 e interrompida pela Primeira Guerra Mundial, continuando em 1918 até a inauguração em 1919, e só em 1932 se tornou Cia. Santista de Papel), foi também instalada uma vila operária, com escola, igreja, mercearia, padaria, clube, cinema, além de quase 200 casas (registros de 1941). Até o início da década de 1960, cerca de 75% dos trabalhadores daquela fábrica residiam na vila, com suas famílias.

Durante a Segunda Guerra Mundial, o racionamento de combustível no País levou a empresa a desmatar ampla área na encosta da Serra, entre suas instalações e as da Usina Henry Borden, para usar a lenha como combustível de suas caldeiras. Em 1947, interrompendo-se a importação de celulose, a Cia. Santista resolveu plantar um milhão de pés de eucalipto naquela área desmatada, mas o solo inapropriado e as pragas levaram à inviabilidade econômica do projeto. Em 1967, a empresa (e a vila operária que é parte de seu patrimônio) foi sucessivamente vendida para o grupo Ripasa S/A, que a revendeu em 2004 aos grupos Votorantin e Suzano.

No início do século XXI, vem acontecendo a descaracterização da Vila Fabril original, mesmo com os protestos dos moradores, com a derrubada de grupos de casas que poderiam integrar o patrimônio histórico, arquitetônico e cultural de Cubatão:

Foto: Departamento de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, em 2 de janeiro de 2004

Foto: Departamento de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, em 2 de janeiro de 2004

Capela de Nossa Senhora da Aparecida, em 2002:

Foto: Departamento de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, em 19 de novembro de 2002

A mesma capela, em agosto de 2015:

 

Foto: Allan Nobrega/Secretaria de Comunicação Social/Prefeitura de Cubatão, em 14/8/2015

O Grotão é uma área de invasão, com sub-habitações na encosta do morro. Em 1999/2000, a Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Cubatão informava existirem 6.647 moradores nas áreas Grotão/Pinhal do Miranda:


Foto: Departamento de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, em 10 de novembro de 2005

Por ser área de invasão e de risco, apenas medidas paliativas podem ser tomadas pela administração pública, entre elas conscientizar a população para o perigo de construir em áreas sujeitas a deslizamentos:


Foto: Aderbau Gama - Departamento de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, 
em 2 de dezembro de 2005

Mesmo advertidos do risco, os moradores invadem essas áreas, e depois de uma forte chuva, como a de 2 de dezembro de 2005, os resultados aparecem, obrigando à interdição de casas e retirada dos moradores, como neste trecho junto ao Caminho 5:

Foto: Aderbau Gama - Departamento de Imprensa/Prefeitura Municipal de Cubatão, 
em 2 de dezembro de 2005

Museu S.A.

Nelson Anastácio de Santana se apresenta no Ateliê Arte nas Cotas

Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015

Dentro do programa Turismo de Base Comunitária (TBC), do Projeto Comunicação Comunitária (Com Com), os moradores são incentivados a encontrar "tesouros" representativos para a cultura e a história do núcleo residencial. Para a Vila Fabril, um desses tesouros é Nelson Anastacio Santana, que confecciona objetos em madeira, inclusive instrumentos musicais, e criou um museu em sua casa, aberto gratuitamente ao público visitante. Ele foi homenageado durante a apresentação do trabalho do grupo "Caça Tesouros", no Ateliê Arte nas cotas, em 26/9/2015:

Nelson, homenageado pelo grupo "Caça ao Tesouro": no varal, fotos de suas esculturas

Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015

"Museu S/A - Nelson Anastacio Santana, nascido em 2 de fevereiro de 1939 no estado de Sergipe, motorista, escultor, músico, poeta, escritor, cabeleireiro, professor, popularmente conhecido pelos moradores como Sr. Nelson, reside no bairro Fabril desde 1975 e sua casa está situada na Rua 7, nº 10.

"Idealizador de um dos espaços mais ricos em arte e cultura da nossa cidade, que é o museu S/A, que fica situado em sua própria residência. O museu S/A oferece exposições de esculturas feitas de madeira retiradas dos lixos e das ruas da cidade onde são descartadas.

"Ao se aposentar em 1996 da função de motorista, Sr. Nelson, influenciado por seu pai, deu início às suas atividades de escultor e esculpiu sua primeira peça, A Mulher Grávida.

"Após várias peças confeccionadas por esse artista, moradores começaram a se interessar por seu trabalho e pediram para que o mesmo vendesse algumas para decoração, o que o chocou: ele apenas queria expô-las para todos. Então decidiu criar o espaço Museu S/A para exposições de suas obras, aberto para toda a comunidade sem a cobrança de qualquer taxa.

"Hoje seu acervo conta com 60 peças esculpidas na madeira, cada uma com sua respectiva história. Sua maior obra esculpida é a imagem de 1,5 metro de altura do Cristo Redentor.

"Com a sua poesia, sem o apoio ou patrocínio de organizações governamentais ou não governamentais, conseguiu produzir seu próprio livro de poesias, com 134 obras todas escritas por ele.

"Em 2001, após sair do Conservatório Musical de Cubatão, decidiu dividir seus conhecimentos absorvidos nas aulas para toda a comunidade que quiser aprender. Desde então, segue com as aulas até hoje, todas as quintas, a partir das 18h00, e que também são gratuitas e abertas a todos.

"Hoje, além das aulas e do seu trabalho artesanal, e de seu livro, Sr. Nelson também exerce a função de cabeleireiro no local. Sr. Nelson é o responsável pelo único museu de artes da cidade de Cubatão e pode ser considerado um patrimônio para a nossa sociedade, e merece todo o nosso respeito, atenção e valorização" (Grupo Caça Tesouros - material produzido por André Luiz, Bianca, Cida, Fátima, Madalena, Maria José, Patrícia, Tiago. Monitores CDHU: Emilly, Gabriela, Mary).

Nelson Anastácio de Santana e um instrumento por ele criado, entre outras esculturas

Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015

Isaura - poema

Eu dedico estas palavras a você, é incalculável a falta que eu sinto de você, viver sem você é simplesmente deixar de viver, porque não há razão pra viver sem você.

Eu sinto falta de te abraçar, beijar e sentir seu cheiro, ouvir sua voz altiva e rouca, tão quanto gostoso é beijar sua boca.

Não vejo a hora de poder escutar o pulsar de seu coração. Porque sem você eu me sinto só.

Mesmo estando no meio da multidão, faço questão de dizer o tanto que eu amo você. Por isto fiz essa declaração, para mostrar o tamanho da minha paixão.

Nosso Bairro Fabril tornou-se uma área muito bonita, principalmente agora que é dona de grandes violinistas. Não sei se devo falar compassado ou tudo de uma só vez, mas fico lisonjeado ao poder fazer parte do grupo de vocês.

Nelson Anastácio de Santana e um instrumento por ele criado

Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015

A Serra - poema

A serra é noiva do mar longo e profundo, não precisa nem falar. Que o amor da Serra, é o maior e mais puro desse mundo.

Quando o mar fica revoltado, a Serra se põe a chorar, e o choro da Serra manda chuva para nos confortar.

E nós ficamos torcendo para mar volte e se revolte, e que essa revolta faça com que a Serra volte a chorar.

Nelson Anastácio de Santana e um instrumento por ele criado

Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015

Clique na imagem para obter o vídeo em formato MP4

Nelson Anastácio de Santana e sua arte

Imagem: fotograma. Vídeo em formato MP4 com 1'37" e 5,97 MB, registrado para Novo Milênio em 26/9/2015, no Ateliê Arte nas Cotas, na Vila Fabril

Clique >>aqui<< ou na imagem acima para obter o vídeo

Vila Fabril - turismo e comunidade:

Clique na imagem para obter o vídeo em formato MP4

"Sentinela", prendedor de janelas tipo venezianas, encontrado em casas da vila Fabril

Imagem: fotograma. Vídeo em formato MP4 com 5'11" e 88,3 MB, apresentado em 17/10/2015 aos moradores pelos grupos de trabalho Harmonia e Alegria, do curso "Turismo de Base Comunitária" organizado pelo projeto Comunicação Comunitária - Com.Com

Clique >>aqui<< ou na imagem acima para obter o vídeo

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