Nelson Anastácio de Santana se apresenta no Ateliê Arte nas Cotas
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015
Dentro do programa Turismo de Base Comunitária (TBC), do Projeto Comunicação Comunitária (Com Com), os moradores são incentivados a encontrar "tesouros" representativos para a cultura e a história
do núcleo residencial. Para a Vila Fabril, um desses tesouros é Nelson Anastacio Santana, que confecciona objetos em madeira, inclusive instrumentos musicais, e criou um museu em sua casa, aberto gratuitamente ao público visitante. Ele foi
homenageado durante a apresentação do trabalho do grupo "Caça Tesouros", no Ateliê Arte nas cotas, em 26/9/2015:
Nelson, homenageado pelo grupo "Caça ao Tesouro": no varal, fotos de suas esculturas
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015
"Museu S/A - Nelson Anastacio Santana, nascido em 2 de fevereiro de 1939 no estado de Sergipe, motorista, escultor, músico, poeta, escritor, cabeleireiro, professor, popularmente conhecido
pelos moradores como Sr. Nelson, reside no bairro Fabril desde 1975 e sua casa está situada na Rua 7, nº 10.
"Idealizador de um dos espaços mais ricos em arte e cultura da nossa cidade, que é o museu S/A, que fica situado em sua própria residência. O museu S/A oferece exposições de esculturas feitas de
madeira retiradas dos lixos e das ruas da cidade onde são descartadas.
"Ao se aposentar em 1996 da função de motorista, Sr. Nelson, influenciado por seu pai, deu início às suas atividades de escultor e esculpiu sua primeira peça, A Mulher Grávida.
"Após várias peças confeccionadas por esse artista, moradores começaram a se interessar por seu trabalho e pediram para que o mesmo vendesse algumas para decoração, o que o chocou: ele apenas queria
expô-las para todos. Então decidiu criar o espaço Museu S/A para exposições de suas obras, aberto para toda a comunidade sem a cobrança de qualquer taxa.
"Hoje seu acervo conta com 60 peças esculpidas na madeira, cada uma com sua respectiva história. Sua maior obra esculpida é a imagem de 1,5 metro de altura do Cristo Redentor.
"Com a sua poesia, sem o apoio ou patrocínio de organizações governamentais ou não governamentais, conseguiu produzir seu próprio livro de poesias, com 134 obras todas escritas por ele.
"Em 2001, após sair do Conservatório Musical de Cubatão, decidiu dividir seus conhecimentos absorvidos nas aulas para toda a comunidade que quiser aprender. Desde então, segue com as aulas até hoje,
todas as quintas, a partir das 18h00, e que também são gratuitas e abertas a todos.
"Hoje, além das aulas e do seu trabalho artesanal, e de seu livro, Sr. Nelson também exerce a função de cabeleireiro no local. Sr. Nelson é o responsável pelo único museu de artes da cidade
de Cubatão e pode ser considerado um patrimônio para a nossa sociedade, e merece todo o nosso respeito, atenção e valorização" (Grupo Caça Tesouros - material produzido por André Luiz, Bianca, Cida, Fátima, Madalena, Maria José, Patrícia, Tiago.
Monitores CDHU: Emilly, Gabriela, Mary).
Nelson Anastácio de Santana e um instrumento por ele criado, entre outras esculturas
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015
Isaura - poema
Eu dedico estas palavras a você, é incalculável a falta que eu sinto de você, viver sem você é simplesmente deixar de viver, porque não há razão pra viver sem você.
Eu sinto falta de te abraçar, beijar e sentir seu cheiro, ouvir sua voz altiva e rouca, tão quanto gostoso é beijar sua boca.
Não vejo a hora de poder escutar o pulsar de seu coração. Porque sem você eu me sinto só.
Mesmo estando no meio da multidão, faço questão de dizer o tanto que eu amo você. Por isto fiz essa declaração, para mostrar o tamanho da minha paixão.
Nosso Bairro Fabril tornou-se uma área muito bonita, principalmente agora que é dona de grandes violinistas. Não sei se devo falar compassado ou tudo de uma só vez, mas fico lisonjeado ao poder
fazer parte do grupo de vocês.
Nelson Anastácio de Santana e um instrumento por ele criado
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015
A Serra - poema
A serra é noiva do mar longo e profundo, não precisa nem falar. Que o amor da Serra, é o maior e mais puro desse mundo.
Quando o mar fica revoltado, a Serra se põe a chorar, e o choro da Serra manda chuva para nos confortar.
E nós ficamos torcendo para mar volte e se revolte, e que essa revolta faça com que a Serra volte a chorar.
Nelson Anastácio de Santana e um instrumento por ele criado
Foto: Carlos Pimentel Mendes, 26/9/2015 |