Foto: Du Zuppani, publicada com a matéria, página 30 e 31
Exuberante por natureza
Viver em Itatinga é estar em contato permanente com a rica biodiversidade da Mata Atlântica
A nascente do Rio Itatinga fica no alto da Serra do Mar, a cerca de 1.100 metros de altitude. Mas, na verdade, não há uma nascente
específica.
Segundo Renato Trenche, do Parque das Neblinas, a origem do rio está associada a três riachos: o Córrego da Paca, o Ribeirão da Chuva e o Córrego da Campina. Porém, nos períodos de maior
pluviosidade, surgem outros contribuintes.
Aliás, segundo o geógrafo Aziz Ab'Saber, as encostas da Serra do Mar, em Bertioga, apresentam um dos mais altos índices de chuva de todo o Brasil, com taxas superiores a 4.500 milímetros anuais.
Foto publicada com a matéria, página 32
Piscinas - Ao todo, Itatinga (que significa pedra branca em tupi - ita = pedra; e tinga = branca) possui cerca de 24 km de extensão, do alto da serra até desaguar no Rio
Itapanhaú.
Toda essa região é caracterizada por mata de encosta, manguezal e restinga, espalhada sobre duas áreas de preservação, o Parque Estadual da Serra do Mar (310 mil hectares) e o Parque das Neblinas
(2.800 hectares, em Bertioga, na divisa com o município de Mogi das Cruzes).
Ao longo desse trajeto é possível se deparar com diversas cachoeiras e piscinas naturais, que se formam ao longo do sinuoso curso do rio, além da exuberante flora e fauna que o acompanham.
Foto publicada com a matéria, página 33
Patrimônio - Itatinga está inserida dentro do que os ecologistas chamam de um hotspot - no caso, a Mata Atlântica, declarada pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, uma área
prioritária para conservação, pois tem um alto grau de diversidade de espécies, muitas delas únicas no mundo.
Da fauna, podemos citar espécies de pássaros como o tiê-sangue, saíras, bem-te-vis, andorinhas, beija-flores, sabiás, arapongas, canários-da-terra, tucanos e corujas. Entre os mamíferos, vagam pela
região jaguatiricas, suçuaranas (onça parda), antas, capivaras, bichos-preguiça e onças pintadas. Mas há mais, muito mais.
Há sapos tão pequenos que cabem na unha do seu dedo, uma infinidade de insetos que vão de graciosas borboletas a grandes aranhas. Peixes, liquens, musgos, fungos, trepadeiras, helicônias, bromélias,
orquídeas, ingás, araçás, muricis, gabirobas, cambucis, manacás e pitangueiras, só para citar as mais comuns.
Foto publicada com a matéria, página 33
Acessos - Há três formas de acesso à Vila de Itatinga. A primeira delas é pelo Planalto, a partir do Parque das Neblinas.
A segunda é pela rodovia Rio-Santos, num percurso completado por pequena travessia de barca no Rio Itapanhaú, e uma viagem de 7,5 km num dos bondinhos da Usina.
Outra opção é de barco. Nesse caso, chega-se ao Rio Itatinga no ponto onde ele deságua no Rio Itapanhaú - viagem que só pode ser feita por meio de pequenas embarcações em razão do baixo calado do
rio, já nas proximidades da Usina.
Helicônia
Foto publicada com a matéria, página 34
Tucano de bico preto
Foto publicada com a matéria, página 34 e 35
Flor de ingá ferro
Foto publicada com a matéria, página 34
Fungo
Foto publicada com a matéria, página 35
Gaturamo
Foto publicada com a matéria, página 35
Besouro Coleoptera
Foto publicada com a matéria, página 35
Trilhas - Várias trilhas cortam a região, tais como a das Ruínas, a da Captação, a do Vale do Rio Itatinga, dos Três Poços e o Caminho de Pedra.
A Trilha das Ruínas começa nas ruínas da Igreja de Nossa Senhora dos Pilares (ou Pelaes), do século XVII, e margeia o Córrego Fazenda.
O caminho, percorrido em cerca de 40 minutos, é cercado por mata de encosta preservada, com diferentes espécies vegetais. Por meio dela chega-se a uma área de captação de água, que forma uma bela
cachoeira.
Já a Trilha da Captação, de 1,5 km entre árvores de maior porte, que formam uma cobertura densa e contínua, passa por áreas de transição da vegetação de restinga para mata de encosta, atravessando
regatos em rústicas pontes, margeando o Ribeirão Tachinhas.
Com 6 km de extensão, o Caminho de Pedra liga a área de planície ao alto das montanhas, margeando em zigue-zague a linha do trem funicular, a mais de 700 metros de altura.
Calçado com pedras, permite já em seu primeiro trecho, de 1,2 km, ver a paisagem da planície, com os rios Itapanhaú e Itatinga, o mar e a vegetação. Três horas de percurso depois, o visitante atinge
um mirante, de onde avista toda a região desde Bertioga até Alcatrazes. É a chamada Câmara D'água.
Bromélias e orquídeas marcam a Trilha dos Três Poços, que pode ser percorrida a pé em cerca de meia hora, margeando um córrego até chegar a um poço decorado por grandes rochas, sobre as quais a água
corrente forma duchas naturais vindo de dois poços acima. Essa trilha sai da Mata de Restinga e entra na Mata de Encosta (ombrófila).
Já o Vale do Rio Itatinga oferece águas frias e cristalinas, repletas de pequenos peixes, com trechos de correnteza rápida alternados com cachoeiras e várias piscinas naturais, tudo isso em meio a
uma densa vegetação de árvores de grande porte, entre as quais os ingás, que são hospedeiros de epífitas como as orquídeas, bromélias e os filodendros, servindo de suporte para trepadeiras e cipós. Destaque ainda para uma infinidade de plantas
arbustivas como xaxins, helicônias e caetés.
Esse percurso, de cerca de 50 minutos, é muito procurado por estudiosos da fauna, que ali encontram pegadas e vestígios de lagartos como o teiú e outros pequenos animais, além de observar uma grande
variedade de pássaros, insetos, flores e árvores frutíferas.
Foto publicada com a matéria, página 36
Foto publicada com a matéria, páginas 36 e 37
Foto publicada com a matéria, página 37
Trilhas, ruínas centenárias e uma vista única do Litoral Paulista são alguns dos diferenciais da área da Usina
Abelha mamangava em flor de orelha de onça
Foto publicada com a matéria, página 38
Bromélia
Foto publicada com a matéria, página 38
Aranha
Foto publicada com a matéria, página 38
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