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Vias públicas de Santos/SP

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Praça Patriarca José Bonifácio

Coordenadas da via: Latitude: -23.9364 e Longitude: -46.325452      [GoogleMaps]

Começa em Rua Amador Bueno/Rua Senador Feijó, no bairro Centro

CEP: 11013-190

Termina em Avenida São Francisco/Rua Braz Cubas, no bairro Centro

Nomes antigos: Praça 60, Quadra Mauá, Praça José Bonifácio (O Moço)

Logradouro criado em 1921

História: Nesse tradicional logradouro, em pleno jardim fica o Monumento ao Soldado Constitucionalista de São Paulo, inaugurado a 26 de janeiro de 1956, quando discusaram André Freire, Lincoln Feliciano, Herbert Levy e Antônio Feliciano, que era prefeito municipal. Nele também se situam a Catedral e o Palácio da Justiça. Era conhecido por Quadra Mauá e recebeu o nome de José Bonifácio (O Moço) por iniciativa do vereador Américo Martins dos Santos durante a sessão que a Câmara Municipal realizou a 1º de setembro de 1887. Oficializado pela lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, que entrou em vigor a 1º de janeiro de 1922, promulgada pelo prefeito municipal, coronel Joaquim Montenegro, tinha na Planta o número 60.

Lei 2.481, de 13 de dezembro de 1961, sancionada pelo dr. Newton Lima Azevedo, vice-presidente em exercício da Câmara Municipal, alterou a denominação para Praça Patriarca José Bonifácio, sendo o nome do sobrinho do Patriarca da Independência atribuído a uma praça na entrada da Cidade, segundo o projeto de lei 281, de 1959, de autoria do vereador Artur Rivau, aprovado na sessão da Câmara Municipal de 12 de dezembro de 1961. O edifício da Prefeitura Municipal, onde também estava instalada a Câmara Municipal, ostenta o nome de José Bonifácio, como homenagem do município ao maior de seus filhos, de acordo com a lei 3.012, de 13 de novembro de 1964, sancionada pelo comandante Fernando Rídel.

Os restos mortais do Patriarca da Independência e de seus ilustres irmãos Martim Francisco e Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva repousam no Panteão dos Andradas – o Altar Cívico da Pátria -, localizado na Praça Barão do Rio Branco, inaugurado a 7 de setembro de 1923.

A Municipalidade necessitava urbanizar a Quadra Mauá e publicou edital de apresentação dos eventuais proprietários, cujo prazo expirava a 12 de setembro de 1883. Segundo foi comunicado à Câmara Municipal na sessão realizada a 18 daquele mês e ano apenas se apresentou o major Manuel Luís Ferreira, com o qual o presidente foi autorizado a entrar em acordo para a compra da área, até o preço de 10 contos de réis, enquanto outros vereadores considerassem mais consentânea a formação de uma Comissão de Representação, integrada dos vereadores Xavier Pinheiro, Martins Júnior e Proost de Sousa, para deliberar sobre a maneira mais prática e legal de atuação antes de qualquer deliberação definitiva. Consultado, o advogado da Câmara ofereceu parecer de que a Quadra Mauá constituía patrimônio municipal, havendo, porém, uma ação judicial contra a Câmara por parte de outro proprietário, o desembargador Alves Gavião Peixoto, que ganhou a causa, com quem o Legislativo teve de haver-se para a compra do logradouro, o que se verificou.

Realmente, na sessão realizada a 10 de março de 1887, da Câmara Municipal, seu presidente, vereador Félix Bento Viana, apresentou a seguinte indicação: 'A Câmara Municipal decaiu na Relação de São Paulo da ação que intentou contra o desembargador Gavião Peixoto sobre a Quadra Mauá. Indico que se autorize o procurador a comprar até a quantia de 18 contos de réis, sendo o pagamento em letras a prazo de 6, 12 e 18 meses'.

Ainda a propósito da Quadra Mauá: o vereador Lucas Alves Fortunato, na sessão realizada a 31 de março de 1887, também sob a presidência de Félix Bento Viana, propôs que a Quadra Mauá fosse inteiramente aterrada, sendo a propositura encaminhada a inspetor de Obras Públicas para proceder ao orçamento do serviço.

Por indicação subscrita pelos vereadores J. P. Azevedo Sodré e Frederico Junqueira, acolhida na sessão da Câmara Municipal realizada a 15 de julho de 1897, foi o intendente autorizado a proceder à mudança do gradil da Praça Mauá para a Praça José Bonifácio.

Concluído esse serviço, o intendente mandou verificar a medição final e, depois, pagou ao construtor José Manuel Teixeira de Barros a quantia de 4:158$600 em letras de 6 meses de prazo.

Também o intendente ordenou o pagamento àquele mesmo empreiteiro, no dia 29 de setembro de 1897, por outros serviços executados na Praça José Bonifácio, a quantia de 8:397$169, em letras de 90 dias, conforme constava da cláusula 5ª do contrato.

Joaquim Mariano de Campos Moura apresentou indicação, que o plenário encaminhou à Comissão de Obras e Viação, segundo a qual a Intendência ficava autorizada a mandar colocar um coreto e bancos no jardim da Praça José Bonifácio, a fim de, em determinados dias, a banda do Corpo de Bombeiros ou de outras organizações musicais realizarem retretas para o público. Essa propositura foi apreciada na sessão que a Câmara Municipal realizou a 5 de março de 1902, sob a presidência de Francisco Correia de Almeida Morais.

Na sessão ordinária que a Câmara Municipal realizou a 16 de agosto de 1920, sob a presidência do dr. B. de Moura Ribeiro, foi aprovada indicação assinada por B. de Moura Ribeiro, João Manuel Alfaia Rodrigues Júnior, Antônio de Freitas Guimarães Sobrinho, Manuel Ribeiro de Azevedo Sodré, José de Sousa Dantas, João Gonçalves Moreira, Benedito Pinheiro, Alfredo Freire e Belmiro Ribeiro de Morais e Silva, segundo a qual o Executivo foi autorizado a entrar em acordo com o proprietário do prédio da Rua 15 de Novembro, 109, a fim de ali ser colocado um busto ou herma de José Bonifácio, bem como uma placa comemorativa, permitindo também a que foi posta no local em 1888.

Aliás, quando da inauguração da agência do Banco Comércio e Indústria de São Paulo, a 13 de abril de 1928, foi também inaugurada, na fachada do prédio, placa comemorativa com a efígie do Patriarca da Independência. Discursaram Pádua Sales, João Holl Júnior e o prefeito municipal, que era o dr. José de Souza Dantas.

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu em Santos a 13 de junho de 1763, filho do coronel Bonifácio José de Andrada e Maria Bárbara da Silva. Fez os primeiros estudos na terra natal, dirigidos pelo bispo d. Manuel da Ressurreição, que tentou a princípio encaminhá-lo para o sacerdócio. Recebeu a láurea de bacharel em Leis e Filosofia Natural pela Universidade de Coimbra no ano de 1787; aperfeiçoou-se em 1790 em Paris e, seguidamente, em outras cidades europeias. Dedicou-se à Química e à Mineralogia, mercê da viagem que lhe concedeu a Academia das Ciências de Lisboa, tendo oportunidade de conhecer e estudar com Lavoisier, Chaptal, Foureroy, Jussieu, Hauy, Werner, Lempe, Kokler e Lampadius, entre outros. Percorreu a França, Itália, Tirol, Hungria, Boêmia, Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e fronteiras da Turquia, recolhendo observações, tentando experiências e descobrindo minerais novos e variedades de espécies ainda não conhecidas.

Retornou a Portugal em 1800 e foi nomeado professor de Geognósia da Universidade de Coimbra e designado para o cargo de intendente geral das Minas do Reino. Desempenhou ainda outros cargos e missões importantes, prestando assinalados serviços a Portugal no campo da Ciência e da Administração. Homem de temperamento enérgico e impulsivo, dotado de raro talento, falava seis idiomas e conhecia onze. Em 1819 regressou ao Brasil e se fixou em Santos para se dedicar a pesquisas científicas. Atraído pela política e tendo participado destacadamente do movimento da Independência, como conselheiro de d. Pedro I, assumiu a pasta dos Negócios do Reino e Estrangeiros.

Incompatibilizando-se com o príncipe regente, deixou o ministério e transferiu-se para a Oposição. Foi exilado em 1823, permanecendo em Bordéus, onde, sob o pseudônimo de Américo Elísio, publicou Poesias Avulsas. Tornando ao Brasil em 1829, d. Pedro I, no ato de abdicar, nomeou-o tutor de seus filhos. Antevendo o esfacelamento da Pátria, tais os desmandos da Regência, tentou promover a restauração imperial, mas sua atitude foi julgada adversa e, por isso, viu-se preso e processado como traidor, sendo porém absolvido. Vencido, recolheu-se à Ilha de Paquetá e daí se transferiu para Niterói, onde faleceu a 6 de abril de 1838. José Bonifácio, cognominado Patriarca da Independência, pela sua decisiva e intensa participação no movimento que deu liberdade política e administrativa à Pátria, foi o maior dos brasileiros de todos os tempos. Deixou inúmeras e importantes obras literárias, políticas e científicas.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 355 a 359

Veja mais em [Praça José Bonifácio até 1927]
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