Lei 1.388, de 18 de outubro de 1952, promulgada pelo prefeito municipal dr. Francisco Luís Ribeiro, declarou de utilidade pública áreas de terreno necessárias à completa abertura da Rua Ministro João Mendes.

João Mendes de Almeida Júnior nasceu em São Paulo a 30 de março de 1856. Estudou no Seminário Episcopal e cursou a Faculdade de Direito de São Paulo, pela qual se bacharelou e se tornou lente de Direito Penal. Seu livro Processo Criminal deixou fama como dos melhores no gênero. Juiz íntegro e proficiente, honrou a Magistratura paulistana.

Chamavam-no Joãozinho Mendes. Sofria de gagueira, possuindo gestos nervosos que caracterizavam seu embaraço fônico. Do alto da cátedra - segundo Aureliano Leite, que foi seu aluno -, quando expunha a matéria, sua mão direita não parava, indo da gravata aos óculos, dos óculos aos bigodes e dos bigodes aos cabelos. Homem de erudição, viveu pobre e morreu pobre. Poderia fazer da advocacia grande fortuna mas, por temperamento, era avesso à guarda de dinheiro, sempre generoso e compassivo. Alcântara Machado, outro seu aluno, dizia que 'nunca houve quem se lhe aproximasse e não lhe ficasse devendo alguma coisa'. Antes de desaparecer, no Rio de Janeiro (em 25 de fevereiro de 1923), dizia aos familiares e aos amigos íntimos: 'Eu queria tanto morrer em São Paulo…'.

Como o pai, o grande João Mendes de Almeida, ele passou pela vida semeando bondade e legando à posteridade um nome aureolado de glórias.

João Mendes de Almeida, o Velho, embora grande advogado, foi primordialmente jornalista e político. Dá seu nome a uma das principais praças públicas de São Paulo e em sua honra também se ergue uma estátua na capital paulista.

João Mendes, genitor do patrono da via pública santista, teve vida acidentada, desde a fase acadêmica, em que se viu vítima de maldades que perturbaram seus estudos na Faculdade de Direito de Olinda e na de São Paulo. Foi excelente colaborador de Rio Branco na Lei do Ventre Livre e na Reforma Judiciária de 1871. Jornalista e advogado, deixou no Foro e nos tribunais paulistanos traços marcantes do seu grande saber jurídico. Católico fervoroso e monarquista convicto, tornou-se mais monarquista depois da proclamação da República.