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Vias públicas de Santos/SP
  Esta é uma denominação antiga  

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Largo General Francisco Glicério

Coordenadas da via: Latitude: -23.933743 e Longitude: -46.330566      [GoogleMaps]

Começa em Rua General Câmara/Rua Frei Gaspar, no bairro Centro

Termina em Rua João Pessoa/Avenida Fisconde de São Leopoldo, no bairro Centro

Nomes antigos: Pátio dos Milagres, Largo Moreira César, Largo do Rosário, Praça 54

Logradouro criado em 1897

História: Atual Praça Ruy Barbosa. Localiza-se no logradouro o monumento a Bartolomeu de Gusmão – o Padre Voador -, precursor da navegação aérea, inaugurado solenemente a 7 de setembro de 1922 e mandado erigir pela Municipalidade, com o concurso do Aero Clube de Portugal, da Academia Bartolomeu de Gusmão, de Paris, e do Aero Clube do Brasil, executado pelo artista italiano Lorenzo Massa.

O Largo do Rosário, que depois foi designado Largo Moreira César e voltou a ostentar a antiga denominação, era chamado por nossos antepassados por Pátio dos Milagres. Contornavam-no casinhas bem velhas, dos tempos coloniais, que apresentavam em suas janelas as tradicionais 'rótulas' usadas nos conventos do tempo de d. João VI. O centro era dominado por um chafariz, encimado por um lampião.

Entre os negociantes lá estabelecidos, segundo A Tribuna de 7 de setembro de 1922, havia 'seu' Barbosa com afamado morrão; a bilheteria do 'seu' Lamouche; a venda do Bernardino; a quitanda da tia Joana, especializada em queijadinhas e pés-de-moleque. Mais tarde, vieram o botequim do 'seu' José do Buraco, o Café Carioca, a Confeitaria do Paulino, além de outros estabelecimentos. Ainda posteriormente, lá se instalou o Empório Sul-Riograndense, de J. Fernandes & Cia. - em prédio acanhado, na esquina da Rua de Santo Antônio, atual Rua do Comércio -, casa especializada em produtos do Sul, como charque, costeletas, chispes, línguas etc. Aliás, o Empório Sul-Riograndense prosperou, ganhou novo prédio e alcançou a fase da Praça Rui Barbosa, em cuja fachada, por sinal, foi colocada a primeira placa com o busto do grande brasileiro.

Na sessão ordinária da Câmara Municipal de Santos realizada a 21 de novembro de 1889, seis dias após a proclamação da República, foi acolhido abaixo-assinado de munícipes que pleitearam a alteração de logradouros públicos, como o Largo do Rosário, que passaria a se denominar General Francisco Glicério.

Oito anos depois, na sessão de 10 de março de 1897, a Edilidade aprovou representação subscrita por cidadãos de influência no Município, como Ulisses Costa, Carlos de Afonseca Júnior, Isidoro Campos, Deocleciano Fernandes, Heitor Peixoto, João Moreira dos Santos Júnior e Otávio Silveira, na qual propunham a substituição de Largo do Rosário para Largo Moreira César, em homenagem ao comandante das forças que lutaram contra as hordas de Antonio Conselheiro, na Guerra dos Canudos.

Já na sessão da Câmara Municipal efetuada a 18 de junho de 1919, o vereador Guilherme Aralhe se bateu em favor da conservação de logradouros tradicionais e consagrados pelo acatamento público, como o Largo do Rosário, 'que resistira à mudança que lhe quiseram impor para Moreira César'.

Inspetor de Obras Municipais, o vereador Antonio Ferreira da Silva – visconde de Embaré – comunicou à Câmara Municipal, na sessão realizada a 17 de janeiro de 1868, presidida pelo dr. Inácio Wallace da Gama Cócrane, 'que no Largo do Rosário foi aterrada a parte que faltava e impedia o esgoto de águas para a calçada ali existente, despendendo-se nessa obra a quantia de 158$500'.

Quando presidente da Câmara Municipal, Francisco Correia de Almeida Morais apresentou indicação em que declarava de utilidade pública os prédios situados entre a Praça Moreira César e Rua Frei Gaspar para o alargamento daquele logradouro. Examinando a proposição, as comissões de Obras e Viação, Justiça e Poderes e Fazenda e Contas consideraram que, em face da situação financeira da Municipalidade, as desapropriações apontadas não poderiam ser procedidas de pronto, senão gradativamente, sem perturbação econômica aos cofres municipais. O plenário aprovou esse parecer na sessão realizada a 24 de dezembro de 1902, sob a presidência do próprio Francisco Correia de Almeida Morais.

Pela lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, sancionada pelo prefeito municipal, coronel Joaquim Montenegro, a tradicional praça, que tinha o número 54 na Planta, então chamada Moreira César, teve a denominação de Rosário restabelecida, mas finalmente substituída por Praça Rui Barbosa pela lei 685, de 3 de março de 1923, daquele mesmo chefe do Executivo.

Francisco Glicério Cerqueira Leite, estadista, político, militar e jornalista, nasceu em Campinas a 15 de agosto de 1846 e faleceu no Rio de Janeiro a 12 de abril de 1916.

Em 1863 fundou o Partido Republicano de Campinas e a Gazeta de Campinas. Propagandista dos ideais republicanos e um dos chefes do movimento no território paulista, 'esse homem que, na manhã de 15 de novembro de 1889, ao lado de Deodoro, em pleno Campo de Santana, no Rio de Janeiro, acabou com uma tradição monárquica de 389 anos no Brasil e pôs a República a funcionar; esse homem que poderia, naquele momento, por insistência de Deodoro, ser tudo e não quis nada, começou sua vida como simples tipógrafo', escreve Carolina Ribeiro de Oliveira em Biografias de Personalidades Célebres. Recusando-se de início a tomar parte no Governo Provisório de Deodoro, ele colaborou, no entanto, na formação do ministério, assumindo a pasta da Agricultura e Obras Públicas.

Deputado federal por São Paulo à Constituinte e aclamado líder da Maioria, cuidou da fundação do Partido Republicano Federal, quando o cognominaram O Comandante das 12 Brigadas. Foi preso por divergências políticas e em 1902 viu-se eleito senador da República por São Paulo, cargo que exerceu até 1916, ocupando por mais de uma vez a presidência da Câmara Alta. Ao morrer, o Governo lhe conferiu as honras de general de brigada.

Francisco Glicério visitou Santos a 11 de abril de 1904, quando senador da República pelo Estado de São Paulo. Foi recepcionado no Fórum, Santa Casa da Misericórdia, Cadeia e Câmara Municipal, examinando na Casa do Povo, com grande interesse e admiração, um livro de atas do ano de 1700.

O vice-presidente da Câmara Municipal, em exercício, Vicente Pires Domingues, comunicou o falecimento do general Francisco Glicério e tomou as seguintes providências: hasteamento do pavilhão nacional em funeral, por três dias, no Paço; telegrama ao presidente do Estado e ao presidente do Congresso Paulista, apresentando-lhes pêsames em nome de Santos; colocação de coroa de flores sobre o féretro à sua passagem por São Paulo; solicitar aos deputados João Galeão Carvalhal e A. S. Azevedo Júnior que representassem a Câmara Municipal nos funerais do grande republicano. Nas exéquias do 30º dia, celebradas em Campinas, a Câmara Municipal de Santos foi representada pelo dr. Antônio Alvares Lôbo, presidente da Câmara dos Deputados.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 559/563 e 250/251

Veja mais em [Wikipédia: Francisco Glicério]
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