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Vias públicas de Santos/SP

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Rua do Comércio

Coordenadas da via: Latitude: -23.931805 e Longitude: -46.333016      [GoogleMaps]

Começa em Praça Rui Barbosa (Largo do Rosário), no bairro Centro

CEP: 11010-141 - lado ímpar

11010-140 - lado par

Termina em Largo Marquês de Monte Alegre, no bairro Centro

Nomes antigos: Rua de São Francisco, Rua de Santo Antonio, Beco do Alfaya, Beco do Gonçalo Borges, Rua 16

Logradouro criado em 1921

História: Em 1765, segundo ensaio de reconstituição topográfica da Vila de Santos, publicado em Os Andradas, de Alberto de Sousa, a Rua de Santo Antônio, hoje Rua do Comércio, chamava-se Rua de São Francisco, porque em seu extremo havia o Convento de São Francisco.

Já no ano da Independência, em 1822, a Rua Santo Antônio, desenvolvendo-se, começava no Largo do Rosário, atual Praça Rui Barbosa, que era uma parte do Campo da Misericórdia, e terminava em frente ao Convento de São Francisco, na mesma extensão que a atual Rua do Comércio. Contava então 43 casas.

Na sessão de 3 de janeiro de 1919 da Câmara Municipal, o vereador Benedito Pinheiro indicou que a Rua Santo Antônio passasse a se denominar Rua do Comércio, em homenagem, sobretudo, à Associação Comercial de Santos, que deveria ser convidada para o ato de colocação da primeira placa. O vereador Alfaya Rodrigues Júnior pretendeu que a homenagem à Associação Comercial de Santos tivesse sentido direto, com seu nome dado ao Largo 11 de Junho, prevalecendo, contudo, a opinião da maioria dos edis de que a instituição já estava homenageada com o simples nome de Comércio.

A propósito da alteração de nomes de vias públicas, mais frequentes no passado, vale recordar que, na sessão da Câmara Municipal realizada a 21 de novembro de 1889, sob a presidência de Júlio Conceição - a primeira, aliás, após o advento da República -, foi unanimemente acolhida representação de munícipes que pleitearam a substituição de nomes de dez vias públicas, entre as quais a de Santo Antônio, que passaria a se chamar Quintino Bocaiuva.

A Rua do Comércio foi oficializada pela lei 647, de 16 de fevereiro de 1921, sancionada pelo prefeito municipal coronel Joaquim Montenegro. Figurava na Planta sob número 16.

Na sessão ordinária da Câmara Municipal havida a 10 de agosto de 1910, presidida pelo dr. B. de Moura Ribeiro, foi aprovado em segunda e final discussão projeto de lei que declarava de utilidade pública os terrenos necessários ao alargamento da Rua Santo Antônio, no trecho entre a Travessa Santo Antônio e o Largo do Rosário.

Inspetor de Obras Municipais, Antônio da Silva Ferreira Júnior, o visconde de Embaré, comunicou ao plenário da Câmara Municipal, na sessão realizada a 17 de janeiro de 1868, presidida pelo dr. Inácio Wallace da Gama Cócrane, haver sido concluído o calçamento da Rua de Santo Antônio, desde a Rua do Sal, atual José Ricardo, até a Rua Antonina, em nossos dias 15 de Novembro, sendo despendida nesse serviço a quantia de 1:822$750, que o plenário resolveu que, por equidade, o empreiteiro recebesse mais 500$000.

Como era deficiente e falha a nossa cidade naquele século! Medite o leitor sobre o significado desta indicação que o vereador José Alves Guilherme Souto apresentou à Câmara Municipal na sessão havida a 28 de abril de 1887, presidida por Félix Bento Viana: 'Indico que a Câmara Municipal, atendendo a reclamações de moradores nas ruas de Santo Antônio, José Ricardo e 25 de Março, e no intuito de evitar a inundação, que sempre se reproduz, autorize o sr. intendente municipal a estudar um meio de mandar fazer um bueiro que vá desaguar no beco existente nos fundos do Banco Comercial'.

Em consonância com o espírito que norteou o autor da proposição, vereador Benedito Pinheiro, a denominação de Comércio sintetiza homenagem à Praça de Santos, através de sua lídima entidade representativa – Associação Comercial – pela generosa coadjuvação tributada ao Município, por meio da pobreza e dos estabelecimentos de caridade, notadamente durante os tristes e afastados períodos de febre amarela, varíola, gripes e de outros lances de calamidade pública.

Não há dúvida que reflete homenagem ao comércio santense como substancial instituto da pujança econômica do Município. É via pública inteiramente sediada por organizações comerciais, não apenas do ramo do café, mas também de outras atividades de negócio que dão alto sentido de influência à Praça santense.

Alberto Sousa, em sua obra Os Andradas, descreveu em 1922 (página 155) que a via incluiu parte do 'Beco do Gonçalo Borges, que começava na Rua Antonina (canto da de Santo António), cortava o Campo e ia terminar na Travessa do Carmo, junto à ponte que havia sobre o ribeiro. Mais tarde ficou reduzido, como adiante se verá, ao trecho que vai do Largo do Rosário à Rua de Santo António, da qual é hoje um belo prolongamento. Foi conhecido muito depois e durante longos anos pelo nome de Beco do Alfaya, porque aí morou, no velho sobrado que faz canto com a antiga Rua Antonina, hoje 15 de Novembro, a distinta família de que era chefe o estimado súdito espanhol, João Manuel Alfaya Rodriguez. Tinha o Beco do Gonçalo Borges 37 casas do lado direito, a contar da Rua de Santo António até a Travessa do Carmo; e 10 do lado esquerdo, que só era edificado até o Campo da Misericórdia. Total - 47 casas'.

Alberto ainda citou (página 218): 'Alcançamo-lo ainda em nossa infância, apertado, tortuoso e sombrio, com seus casebres de pedra quase negra, acaçapados e toscos, de longos beirais de telha portuguesa avançando para a rua e resguardando os transeuntes das tremendas soalheiras e das copiosas chuvas estivais. A maior parte dessas habitações eram ocupadas por quitandeiros africanos, alguns dos quais juntaram não pequena fortuna com seu lucroso comércio diário de legumes, frutas e petisqueiras que as famílias abastadas consumiam em grande escala'.

Olao Rodrigues, em Veja Santos, citava em 1975 que 'o trecho atual entre a 15 de Novembro e a Praça Rui Barbosa teve outra designação. Não passava de beco tortuoso, cheio de depressões, feio e anti-higiênico. Era chamado por Beco do Alfaya, por se referir ao genitor do comendador João Alfaya Rodrigues'.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 180 a 182

Veja mais em [Rua do Comércio até 1960]
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