Seis dias após a proclamação da República, a 21 de novembro de 1889, a Câmara Municipal realizou uma sessão especial, presiida por Júlio Conceição, tendo o comparecimento também dos vereadores João da Silva Oliveira Pinto, Guilherme José Alves Souto, Américo Martins dos Santos e José t. Rossmann. Além de moção de solidariedade e aplauso ao novo governo provisório chefiado por Deodoro da Fonseca, a Edilitade atendeu à representação de inúmeros munícipes e resolveu alterar a denominação de algumas vias públicas, entre as quais a 2 de Dezembro, atual D. Pedro II, que passou a chamar-se Benjamin Constant. Aliás, foram converidas a vias públicas do Município nomes de ministros do Governo Provisório da República, menos o dr. Demétrio Ribeiro, que ocupou o Ministério da Agricultura. À exceção da Praça da República e Rua 15 de Novembro, as demais não tiveram efetividade.

Eis as ruas, largos e travessas que tiveram a denominação alterada: 25 de Março para 15 de Novembro; Constituição para Rui Barbosa; São Francisco para Wandenkolk; Itororó para Saldanha Marinho; São Bento para Silva Jardim; Santo Antônio para Quintino Bocaiúva; Travessa São Leopoldo para Travessa Campos Sales; Largo da Matriz para Praça da República; Largo da Imperatriz para Praça General Deodoro e Largo do Rosario para Largo Francisco Glicério.

Benjamin Constant Botelho de Magalhães nasceu em Niterói a 18 de outubro de 1836. Doutorou-se em Ciências Físicas e Matemáticas na Escola Central do Rio de Janeiro. No posto de capitão, partiu em 1866 para a Guerra do Paraguai, onde se distinguiu notadamente na construção da chamada Linha Negra, trincheiras e baterias avançadas de Tuiuti; abolicionista fervoroso, foi também decisiva sua participação no movimento republicano.

Por insistência, aceitou o cargo de ministro da Instrução Pública, a ele se devendo a adoção da atual Bandeira Nacional, a separação da Igreja do Estado e a reforma do Ensino Secundário e Superior.

Casou a 13 de agosto de 1862 com Maria Joaquina da Costa, filha do dr. Cláudio Luís da Costa, que dá seu nome à artéria fronteira do hospital da Santa Casa de Misericórdia de Santos, de cuja Irmandade foi provedor nos anos de 1835-1836. Aliás, em 1839, Benjamin Constant substituiu o dr. Cláudio Luís da Costa na direção do Instituto para Meninos Cegos, do Rio de Janeiro, hoje Instituto Benjamin Constant.