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Vias públicas de Santos/SP

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Rua Tenente Antônio João

Coordenadas da via: Latitude: -23.973729 e Longitude: -46.297989      [GoogleMaps]

Começa em Avenida Governador Mário Covas Júnior, no bairro Estuário

CEP: 11025-270

Termina em após a Rua Bernardo Browne, no bairro Estuário

Nome antigo: Rua 263

Logradouro criado em 1926

História: Rua 263, aberta pela S. Paulo Land Co. Ltd., foi denominada pela lei 769, de 6 de fevereiro de 1926, do prefeito municipal Arnaldo Ferreira de Aguiar. Proveio do parecer 164, do ano anterior, da Comissão de Justiça e Poderes, aprovado na sessão da Câmara Municipal da mesma data, presidida pelo vereador J. Carvalhal Filho.

Refere-se o logradouro ao heroico tenente Antônio João, comandante da Colônia Militar de Dourados, às margens do Rio Dourados, no Sul do Estado de Mato Grosso, atacado de surpresa no dia 29 de dezembro de 1884, às 13 horas, por um destacamento paraguaio chefiado pelo tenente Manuel Martinez, por ordem do capitão Martin Urbieta.

O Paraguai rompera abruptamente com o Brasil a 12 de novembro daqwuele ano e suas tropas invadiram o território nacional, por Mato Grosso, atacando colônias militares, entre as quais a de Dourados que, na oportunidade, só dispunha do comandante e mais 14 soldados. Dirigindo-se com seus soldados diantes do tenente Antônio João, o oficial paraguaio lhe exigiu imediata rendição, a que, corajosa e altivamente, se negou o tenente Antônio João, dizendo que só o faria por determinação do Governo do Império.

Foi rápida a cena seguinte. Com meneio de cabeça a seus comandados, o tenente Martinez ordenou fogo, tombando sob saraivada de balas o comandante brasileiro e dois soldados, enquanto os demais, em número de 12, fugiram para o mato do arroio, onde foram capturados, inclusive um cabo e um ferido. Os demais homens da Colônia Militar de DOurados, assim como o segundo comandante, haviam se retirado na véspera.

Antônio João tombou de bruços com as mãos estendidas sobre o chão brasileiro que defendera com altivez e dignidade, como a abraçá-lo. 'Sei que morro, mas o meu sangue e o de meus companheiros servirá de protesto solene contra a invasão do solo de minha Pátria', escrevera a lápis horas antes ao seu superior Dias da Silva. Os outros soldados brasileiros, que haviam escapado para a restinga, foram logo depois capturados, e experimentaram suplício lento e prolongado. Da mesma forma que os dois mortos pelos paraguaios, todos eles, soldados obscuros, se irmanaram no 'mesmo espírito de imolação e emolduraram o quadro de glória do destemeroso tenente, seu chefe, insigne chefe, venturoso de morrer no posto de honra, de peito descoberto, protestando contra a invasão do solo pátrio'. Os santos e os herois, como disse R. L. Bruckberger, são os que formam a alma de um povo.

Antônio José Ribeiro nasceu em Poconé, a 22 de janeiro de 1822, segundo sua genitora, em justificação de idade, feita em 1878. Filho de Manuel Ribeiro de Brito e Rita de Campos Maciel, teria deixado mulher e filha. O feito do grande soltado brasileiro foi louvado em prosa e verso e, de modo especial, pelo general Raul Silveira de Melo em seu livro A Epopeia de Antonio João.

No Rio de Janeiro, na Praça General Tibúrcio, em Praia Vermelha, ergue-se monumento de autoria do escultor Antônio Pinto de Matos, em homenagem à memória dos herois de Laguna e Dourados, coronel Carlos Camisão, tenente-coronel Juvêncio Cabral Menezes, general Carlos Campos, tenente Antônio João, Manuel Gesteira e José Francisco Lopes (o Guia Lopes), cujas cinzas estão colocadas em urnas depositadas no pedestal da imponente obra escultórica.

'Era um valente! Se o Brasil tiver muitos desses, a nossa marcha por Mato Grosso não será simples passeio militar, como nos contaram', comentaram os soldados paraguaios ao fazerem justiça ao desassombro e à renúncia de Antônio João, segundo se lê em Os Grandes Soldados do Brasil, de Lima Figueiredo.

Fonte: RODRIGUES, Olao. Veja Santos!, 2ª edição, 1978. Ed. do autor - pág. 81/82

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