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BAIXADA SANTISTA - LIVROS - Docas de Santos
Duas palavras

Clique aqui para ir ao índicePublicada em 1936 pela Typographia do Jornal do Commercio - Rodrigues & C., do Rio de Janeiro - mesma cidade onde tinha sede a então poderosa Companhia Docas de Santos (CDS), que construiu o porto de Santos e empresta seu nome ao título, esta obra de Helio Lobo, em 700 páginas, tem como título Docas de Santos - Suas Origens, Lutas e Realizações.

O exemplar pertencente à Biblioteca Pública Alberto Sousa, de Santos/SP, pertenceu ao jornalista Francisco Azevedo (criador da coluna Porto & Mar do jornal santista A Tribuna), e foi cedido a Novo Milênio para digitalização, em maio de 2010, através da bibliotecária Bettina Maura Nogueira de Sá, sendo em seguida transferido para o acervo da Fundação Arquivo e Memória de Santos. Assim, Novo Milênio apresenta nestas páginas a primeira edição digital integral da obra (ortografia atualizada nesta transcrição) - página 1:

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Docas de Santos

Suas origens, lutas e realizações

Helio Lobo

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Duas palavras

Quando São Paulo mal era o que veio a ser depois, três homens lhe anteviram os destinos, fazendo sua ligação com o mundo.

Irineu Evangelista de Souza construiu a São Paulo Railway, vencendo a serra. Candido Gaffrée e Eduardo P. Guinle completaram a obra, fazendo o porto.

É a história desse porto que se lê adiante. Tendo tido ocasião de conhecê-la, chegou o abaixo assinado à conclusão de que a Companhia Docas de Santos merecia estudo expositivo geral.

Fora, temporariamente, do serviço diplomático, seus desejos eram que pudesse levar a termo esse trabalho, como afinal aconteceu, apesar de árduo e longo. Sem contar os documentos existentes em arquivo, há sobre a Companhia Docas de Santos mais de cem impressos entre relatórios, discursos parlamentares, razões forenses e polêmicas jornalísticas.

Animou-se, ainda, o autor a tal investigação, porque a vida da Companhia é, um pouco, a de outras empresas portuárias e de estradas de ferro, pelo paralelo que se estabelecia; e também o problema da iniciativa e do capital empregado entre nós em serviços de utilidade pública. Como se sabe, os planos, a organização, o dinheiro, a direção técnica e administrativa, tudo em Santos é brasileiro.

O abaixo-assinado acompanhou sempre com interesse o que diz respeito à estrutura econômica e comercial do país. E um dos pilares dessa estrutura, através do que nele realizou a empresa de suas docas, é o porto de Santos, o maior na exportação e, já agora, igual ao do Rio de Janeiro na importação.

São questões ásperas, polêmicas incandescentes, campanhas ruidosas, algumas deste livro. Viveu a Companhia em luta, em luta cresceu. Coisas do passado, sobre elas pode-se hoje discorrer sem paixão. A este respeito, não há aqui o menor intuito de crítica a quantos, durante quase meio século, decidiram sobre coisas da Companhia, falaram e escreveram a favor ou contra ela. Se a cada qual seus motivos, registra a Companhia que, impugnada como nenhuma outra, o tempo lhe deu razão.

Hélio Lobo

Rio de Janeiro,

    janeiro de 1933,

        dezembro de 1935.

 

Imagem: reprodução parcial da página 1