MI –
No dia 27 de março, em consequência de uma bala fulminante, há explosão do
encouraçado Tamandaré, e morrem despedaçados os valentes oficiais de Marinha Mariz e Barros e Vassimon.
No dia 10 de abril são derrotados completamente os
paraguaios no ataque da Ilha da Redenção.
No dia 16 do mesmo mês o general Osorio passa o Rio Paraná;
e no dia 17 dá-se o combate de Itapiru.
No dia 2 de maio o nosso exército dá combate aos paraguaios
no Estero Bellaco; e no dia 9 se faz reconhecimento à mão armada sobre as linhas do inimigo; acontecendo atacar-se no dia 20 do mesmo mês de maio,
e tomarem-se, as linhas inimigas de Tuyuty.
No dia 24 de maio de 1866 os exércitos brasileiros e os
paraguaios dão renhida batalha em Tutuhy, na qual perdemos três mil homens, os argentinos e orientais perderam dois mil e quatrocentos homens, e
os paraguaios doze mil homens.
No dia 28 de maio há combate na avançada de Tutuhy.
No dia 14 de junho os paraguaios bombardeiam fortemente o
campo do nosso exército.
MII - No dia 15 de julho de 1866
o general Osorio retira-se do exército por doente e entrega o comando deste ao marechal Polydoro.
O inimigo paraguaio, durante três dias, estando a
fortificar-se a esquerda da nossa vanguarda, o general Polydoro tenta desalojá-lo no dia 16 de julho, e dá combate que durou dezesseis horas, e
cedemos, tomando a primeira trincheira ao inimigo.
No dia 18 dá-se segundo combate nas linhas de lance.
MIII - No dia 2 de setembro de
1866 o segundo corpo do exército brasileiro, ao mando do tenente-general barão de Porto Alegre, desembarca em Curuzú, à vista do inimigo, e no dia
seguinte dá batalha; neste mesmo dia faz explosão o encouraçado Rio de Janeiro.
MIV - No dia 22 de setembro as
nossas forças atacam o inimigo em Curupaity, e apesar do insucesso a bandeira brasileira cobre-se de glória.
MV - Em novembro de 1866 o
marquês de Caxias chega ao exército, e toma o comando em chefe de todas as forças brasileiras.
MVI - No dia 19 de outubro de
1866 abre-se a segunda exposição nacional no edifício da Casa da Moeda, na Praça da Aclamação.
MVII - No dia 8 de novembro de
1866, sendo nomeado o desembargador José Tavares Bastos presidente da província de S. Paulo, toma posse da administração nesse dia e exerce-a
durante onze meses e quatro dias, passando o governo da província, em 11 de outubro de 1867, ao vice-presidente coronel Joaquim Floriano de Toledo
que exerce por doze dias.
MVIII - Cômputo eclesiástico.
Áureo número, 6; ciclo solar, 28; epacta, 25; letra dominical, F.
MIX - Martirológio. Dia 1º de
janeiro, terça-feira; domingo de Páscoa a 21 de abril; indicação romana, 10; período Juliano, 6.580.
MX - No dia 9 de fevereiro de
1867 morre o marechal João Propicio Mena Barreto, barão de S. Gabriel.
No dia 11 de março de 1867 morre o general, conselheiro
José Egydio Gordilho de Barbuda, visconde de Camamú.
No dia 13 de junho morre na Bahia José Joaquim Barreto,
barão de Saubagé, com noventa e quatro anos de idade. Prestou bons serviços à causa do Brasil.
No dia 16 de agosto de 1867 morre em S. Paulo o brigadeiro
José Joaquim Machado de Oliveira, distinto literato e membro do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil.
No dia 17 de agosto de 1867 morre o marquês de Itanhanhém
(N. E.: SIC - correto é Itanhaém), Manoel Ignacio de Andrade Souto
Maior.
No dia 20 de dezembro de 1867 morre o marechal Lopo de
Almeida Henrique Botelho e Mello.
MXI - No dia 11 de julho de 1867
dá-se o combate do Alegre, em Mato Grosso (vide a gazetilha do Jornal do Commercio de 11 de julho de 1879, n. 121 - no 12º aniversário).
"O combate do Alegre.
- Escrevem-nos:
"Fazem hoje doze anos que, nos confins de Mato Grosso, se
feriu o combate do Alegre, combate pequeno, é verdade, em relação aos brilhantes feitos de armas com que, no Paraguai, se cobriram de glórias o
exército e a armada, mas digno de não ser, como infelizmente tem sido, olvidado.
"Completam-se hoje doze anos que uma porção diminuta de
bravos, esquecida da pátria e ignorada do mundo, se bateu heroicamente em prol da província que a imprevidência entregara, indefesa, à sanha de
vizinho audacioso!
"Desde 1864 a expedição que partira da capital da República
do Paraguai se assenhoreara de diversos pontos da inditosa província brasileira.
"Corumbá, Dourados, Albuquerque e tantas outras povoações
hasteavam, cobertas de vergonha, o pavilhão tricolor do déspota sul-americano, e choravam lágrimas de sangue, ao ver infrutífero o valor de seus
filhos, suplantado pela superioridade numérica do inimigo.
"Durante quase dois anos lançara Mato Grosso os olhos em
direção à Corte, procurando lobrigar na imensa extensão que a separava o socorro, que sabia partido, mas que a falta de víveres entorpecera na
marcha. Acostumara-se a contar somente com o pequeno número de valentes que pudera agrupar, e esses mesmos já dizimados por outro mal terrível - a
varíola.
"Vira o forte de Coimbra, depois de queimado o último
cartucho, cair ante a potente esquadra inimiga e quatro mil homens de desembarque: sentia-se impotente diante do progredir da invasão, e se não
derrocara a última esperança, seguia com dor as populações amedrontadas que, abandonando os lares, procuravam nas matas a salvação que, em má
hora, haviam confiado ao governo.
"Da pequena flotilha a que tinha estado confiada a
fronteira fluvial, o mais possante navio, o Anhambay, havia sido tomado, só restavam o Antonio João, Corumbá e Jaurú,
pequenos vapores, armados de dois canhões cada um, e de tais dimensões que melhor podiam ser classificados lanchas.
"Corria então o ano de 1867, aproximara-se de pouco em
pouco a divisão expedicionária de S. Paulo e Minas. Cheia do mais nobre entusiasmo, atravessara a linha divisória e começara essa brilhante
retirada, em que cada passo era conquistado ao inimigo, armas na mão, essa série inaudita de desgraças, essa epopeia de abnegações, de heroísmos e
de dores.
"A 11 de julho haviam descido os três navios, comandados
pelo capitão-tenente Balduino Ferreira de Aguiar, para transportar do Sará as forças ao mando do denodado tenente-coronel Antonio Maria
Coelho e compostas do 1º batalhão provisório, e diversos outros contingentes sob as ordens dos majores Costa e Nunes da Cunha. No braço do
Bananal partira o Corumbá uma das rodas e se detivera; o Antonio João e o Jaurú se achavam em viagem de volta, no Alegre,
quando, às três e meia horas da tarde, foi avistado o Salto do Guayra, um dos mais velozes e dos mais bem artilhados vasos inimigos.
"Tão brusca foi a aparição quanto repentino o ataque. À voz
do valente capitão-tenente, que chama a postos, responde o vomitar de quatro canhões e o tiroteio da imensa fuzilaria, e sem perda de tempo o
Jaurú, alvo do primeiro fogo, incapaz de resistir à abordagem, o convés juncado de cadáveres, cai em poder do inimigo.
"Do penol do vaso brasileiro arria-se a bandeira da pátria,
e, já paraguaio, converge esse navio seu fogo para o ainda há pouco companheiro de lides e agora alvo dos projéteis de seis canhões.
"Era supremo o perigo, mas não perde nele a varonil coragem
o herói de Coimbra! Alenta-lhe a confiança, que sói inspirar o cumprimento de um dever santo! Arremessa-se á luta, calmo, como sempre, previdente
como nunca!
"Seu vulto assoma, ora aqui, ora ali, incutindo o valor com
o exemplo. Por duas vezes o inimigo ocupa o convés do Antonio João, e outras tantas o esforço da indômita guarnição o prostra vencido.
"Uma bala, certeira, enviada pelo imperial Ladisláo Alvares
da Cunha, vai alojar-se no peito do comandante paraguaio; outro imperial, João Henriques da Costa, faz morder o convés ao oficial que dirige a
abordagem. Ambos morrem também; mas, como Marcilio Dias, o denodado marujo; como Greenhalgh, a inditosa criança, sentem os corpos retalhados pelo
ferro e só quando não lhes resta um átomo de força para empunhar a arma vingadora, caem exalando com o último suspiro o triunfo da pátria.
"À força de vapor, abandona o Salto do Guayra a ação
e nela a presa, que guarnecera, e que não pode segui-lo.
"Certo já de uma completa vitória, recebe o Antonio João um
pequeno contingente da tropa acampada na margem oposta.
"O capitão Feliciano Caliope Monteiro de Mello e os alferes
Joaquim da Cunha Barbosa, João Luiz Pereira, Manoel Gomes de Menezes e Adolpho Schneider dirigem esses bravos, que correm a restituir ao país o
vaso que lhe fora arrebatado e em breve nem um só inimigo mancha o lenho brasileiro.
"Ante o ardor da abordagem, atira-se ao rio uma parte, que
vai cair em poder de Maria Coelho, enquanto a outra exala o último alento no teatro de suas façanhas.
"Desfralda-se de novo o pavilhão auriverde, no meio dos
vivas entusiásticos da soldadesca, e nas paragens daquele mundo afastado ressoa o hino de mais uma vitória".
MXII - No dia 3 de abril de 1867
efetuou-se, na cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, com toda a solenidade, o lançamento da pedra fundamental do monumento que se pretende
erguer, na praça principal dessa cidade, à memória dos inconfidentes de mil, setecentos e noventa dois. Era na cidade de Ouro Preto, em uma
pequena eminência ao Norte da extremidade da cidade que via-se ainda em princípios de setembro de 1821, suspensa e pregada, no alto de um longo
pau ponteado, o crânio ou cabeça que havia sido salgada do mártir da liberdade da pátria, alferes Joaquim José da Silva Xavier - o Tiradentes -,
vítima da tirania real.
MXIII - No dia 20 de julho de
1867 o marquês de Caxias, comandante-em-chefe dos exércitos aliados, opera uma marcha de flanco sobre Humaitá.
MXIV - No dia 31 de julho
feriu-se o combate de Tuyucué; no dia 3 de agosto dá-se outro em Paucué; no dia 6 do mesmo mês dá-se outro em S. Solano.
No dia 15, a nossa esquadra passa o Curupaity.
No dia 20 de agosto, as forças do general Andrade Neves
tomam a vila do Pilar.
No dia 22 de setembro dá-se o combate de Estero de Rojas.
No dia 3 de outubro dá-se outro combate em Palmares.
No dia 29 do mesmo mês o nosso exército dá combate em
Potero Oveja; e no dia 2 de novembro dá-se outro combate em Tayi.
No dia 3 de novembro de 1867 dá-se a segunda batalha em
Tuyuty, na qual o exército paraguaio perde no campo dois mil, setecentos e trinta e quatro homens, mortos no combate, e o do Brasil mil,
setecentos e trinta e um. O quarto batalhão de artilharia brasileira é cortado e tomado. Os paraguaios atacaram as nossas forças atravessando pelo
acampamento argentino!!
MXV - No dia 25 de novembro de
1867 inaugura-se o dique chamado do Comércio, construído por iniciativa particular na Ilha do Mocanguê, dentro da baía do Rio de Janeiro e perto
da cidade de Niterói.
MXVI - Cômputo eclesiástico.
Áureo número, 7; ciclo solar, 1; epacta, 6; letra dominical, E D.
MXVII - Martirológio. Dia 1º de
janeiro, quarta-feira; domingo de Páscoa a 12 de abril; indicação romana, 11; período Juliano, 6.581.
MXVIII - Falece em Lisboa, no dia
5 de janeiro de 1868, o dr. Antonio Peregrino Maciel Monteiro, barão de Itamaracá, natural de Pernambuco. Era poeta, orador e literato distinto.
No dia 20 de janeiro de 1868 falece o brigadeiro Paulo
Barbosa da Silva, mordomo da casa imperial.
No dia 22 de fevereiro de 1868 falece a bordo do paquete em
viagem, no porto da cidade da Bahia, o conselheiro Antonio Coelho de Sá e Albuquerque.
No dia 23 de março de 1869 o bacharel Dario Raphael
Callado, ex-chefe de polícia da Corte, que achava-se doente, em passeio na tarde desse dia, por entre o povo no Largo do Rocio, desapareceu da
vista do pardo que o acompanhava sempre em alguma distância, para não ser percebido, e não foi mais visto, e nem houve quem dele desse notícia.
Era natural da cidade do Rio de Janeiro e filho do finado general João Chrisostomo Callado.
No dia 7 de maio de 1868 falece, na Rua de Santa Thereza, o
conselheiro Eusebio de Queiroz Coutinho Mattoso Camara, senador do Império pela província do Rio de Janeiro. Era o chefe prestigioso da facção
conservadora.
Falece, no dia 25 de maio do mesmo ano, o padre Antonio da
Cunha Vasconcellos, senador pela província da Paraíba do Norte.
No dia 9 de junho de 1868 morre, no Rio de Janeiro, o
tenente-general dr. Antonio Joaquim de Souza.
MXIX - No dia 19 de fevereiro de
1868, o nosso exército e a esquadra, em ataques simultâneos sobre as fortificações de Humaitá, franqueiam o fosso, sendo assaltado o reduto do
Estabelecimento.
MXX - No dia 19 de fevereiro é
assassinado, em Montevidéu, o valente general Flores, aos golpes de fanáticos partidistas de seu país. Era homem de bem, e sincero amigo dos
brasileiros.
No dia 2 de março são abordados os encouraçados brasileiros
por canoas armadas de paraguaios; e no dia 21 do mesmo mês o general Argolo assalta e toma as linhas inimigas de Sance, Rajos e Passo Pocú,
forçando o inimigo a refugiar-se em Humaitá.
No dia 2 de maio, as nossas forças ocupam o Chaco em frente
de Humaitá; e nos dias 4 e 8 os paraguaios dão combate, sem vantagem para eles.
No dia 3 de julho, o bravo coronel Hermes dá combate sobre
o reduto do Timbó.
No dia 10 de julho, o general Osorio faz o célebre
reconhecimento das fortificações de Humaitá; e no dia 16, dando-se assalto a essas fortificações, nada se conseguiu.
No dia 18 de julho de 1868 deu-se combate em Acuyna, no
Chaco. Os argentinos abandonaram a sua bandeira, que foi recolhida pelo coronel Hermes.
Nos dias 23 e 24 dão-se combates no Chaco com as forças
paraguaias de Humaitá, que tentam fugir.
MXXI - No dia 25 de julho as
nossas forças combatem no Chaco, no dia 5 de agosto Humaitá rende-se sob o comando do coronel Hyppolito Martins com todas as honras da guerra. Ao
ter notícias disto, Lopes manda entregar a sua jovem mulher e cunhadas à libidinagem do exército e depois lanceá-las.
No dia 8 de agosto, o nosso exército põe-se em marcha para
Assunção, capital do Paraguai; e no dia 26 do mesmo mês de agosto dá-se a horrível batalha em S. Fernando, por ordem do ditador Solano Lopes.
No dia 28 de agosto dá-se o combate do Passo Real no
Jacaré, e atravessando-se o rio viu-se três valas, contendo cento e vinte cadáveres em três camadas, ficando descobertas para serem vistas. Outra
vala com dezesseis cadáveres, reconhecendo-se entre eles os de Barrios, Berges e Carrera.
Em setembro dá-se combate em Samby-hy.
MXXII - Em novembro de 1868
começa-se a fazer a estrada estratégica do Chaco, obra maravilhosa pelas dificuldades a vencer em um terreno alagado e pela presteza com que ficou
concluída.
No dia 5 de dezembro, o exército acampado no Chaco, em
frente a Villeta, vai desembarcar junto à guarda Santo Antonio a três léguas para cima.
MXXIII - No dia 6 de dezembro, o
nosso exército dá combate em Itororó, comandado pelo marquês de Caxias, onde, entre outros chefes, morreram em combate o coronel Fernando Machado
e os majores Eduardo da Fonseca e Januario de Azevedo. São feridos os generais Argolo, Triumpho, Gurjão e os coronéis Hermes, Deodoro da Fonseca e
outros.
MXXIV - No di a11 de dezembro de
1868 dá-se a batalha em Ivaí, na qual o general Osório é ferido. No dia 17 é reconhecido o campo e se dá combate em Lomba Cumbaryty; e no dia 21 é
atacada e tomada a linha fortificada de Pillysysy, dando-se o ataque em Lomas Valentinas no dia 25.
No dia 27 dá-se o assalto iniciado pelo tenente-coronel
Severiano, comandante do primeiro regimento de artilharia a cavalo. Estando bombardeando o flanco direito da fortificação inimiga, fez avançar
duas baterias, que não foram percebidas do inimigo pela muita fumaça que havia no campo; e chegando junto às trincheiras, inesperadamente
dispararam três canhões, e aproveitando o pânico do inimigo, fez as guarnições e tropa de proteção galgarem as trincheiras e derrotarem este.
Então, o general-em-chefe marquês de Caxias, que aprovara o ato, mandou tocar avançada. O ditador Solano Lopes, que ia almoçar, mal teve tempo de
montar a cavalo e fugir.
No dia 27 de dezembro é sitiada Angustura; e no dia 30
rendia-se às nossas forças.
MXXV - No 29 de julho de 1868 é
inaugurado o Asylo dos Invalidos da Patria, na Ilha do Bom Jesus e convento dos frades franciscanos (ali edificado em 12 de maio de 1704), em
terra doada pelo juiz de órfãos dr. Antonio Telles de Menezes, falecido a 25 de abril de 1757.
MXXVI - Cômputo eclesiástico:
áureo número, 8; ciclo solar, 2; epacta, 17; letra dominical, C.
MXXVII - Martirológio. Dia 1º de
janeiro, sexta-feira; domingo de Páscoa a 28 de março; indicação romana, 12; período Juliano, 6.582.
MXXVIII - No dia 17 de janeiro de
1869 more em Humaitá o brigadeiro Hilario Maximiano Antunes Gurjão, nascido na cidade do Pará a 24 de fevereiro de 1820; foi um valente general e
de gloriosa memória.
No dia 1 de abril de 1869 morre, no Rio de Janeiro, o
marechal do exército Manoel da Fonseca Lima e Silva, barão de Suruhy.
No dia 11 de outubro do mesmo ano morre o brigadeiro José
Xavier Garcia de Almeida.
No dia 17 de outubro de 1869 morre Theophilo Benedicto
Ottoni, senador do Império. A respeito dos serviços deste cidadão, leia-se o que escreveu o dr. Antonio Borges da Fonseca no seu periódico.
No dia 31 de outubro do mesmo ano morre o general Henrique
Marques de Oliveira Lisboa.
No dia 20 de dezembro do mesmo ano de 1869 morre, em Minas
Gerais, o senador José Joaquim Fernandes Torres.
MXXIX - No dia 1 de janeiro de
1869, o coronel Hermes, com a divisão do seu comando, ocupa a cidade da Assunção; e, dias depois, o general-em-chefe marquês de Caxias retira-se
do exército, com licença por doente, sendo substituído pelo marechal Guilherme José de Souza.
MXXX - No dia 16 de abril de
1869, o marechal conde d'Eu toma conta do exército brasileiro no Paraguai.
No dia 30 de maio, o general Camara dá combate em Tupium,
no qual morreram quinhentos soldados, e são prisioneiros trezentos, sendo tomados doze canhões, trinta e quatro carretas e três estandartes ao
inimigo.
O general Mena Barreto, no dia 1 de junho, com a sua
divisão, assalta e toma o desfiladeiro de Sapucahy.
No dia 7 de junho, dá-se o combate de Ibicuhy, onde ficam
mortos no campo duzentos inimigos.
No dia 21 de julho o general Portinho dá o combate de
Tuiuty; e, no dia 5 de agosto, dá-se combate em Sapucahy.
No dia 7 de agosto, é ocupada Valnisuela, e no dia 10
assedia-se Peribebuhy.
No dia 11 de agosto, as nossas forças combatem e assaltam o
desfiladeiro de Altos, e no dia 12 combatem, assaltam e tomam Peribebuhy, terceira capital de Solano Lopes.
MXXXI - No dia 12 de agosto de
1869 morre o general João Manoel Mena Barreto.
MXXXII - No dia 16 deu-se a
batalha de Campo Grande, e no dia 18, a de Caguri-jurú, e no dia 21 a de Botuy.
No dia 29 de outubro, o coronel Fidelis dá combate em
Cunguaty, onde morrem oitenta e seis homens e faz oitenta e sete prisioneiros.
O coronel João Tavares dá combate em Naranguay, no mês de
outubro, e em Tapitanguá.
No dia 23 de novembro fere-se combate em Jejuiçú, no qual
morrem quarenta homens, são feitos muitos prisioneiros, e tomados dois canhões e uma bandeira.
No dia 13 de dezembro, em combate, é tomada a guarnição de
Iguaçúguá.
MXXXIII - Cômputo eclesiástico.
Áureo número, 9; ciclo solar, 3; epacta, 28; letra dominical, B.
MXXXIV - Martirológio. Dia 1º de
janeiro, sábado; Páscoa a 17 de abril; indicação romana, 13; período Juliano, 6.583.
MXXXV - No dia 11 de janeiro de
1870 falece o desembargador Thomaz Xavier Garcia de Almeida.
MXXXVI - No dia 1 de março de
1870 morre assassinado o ditador do Paraguai, Francisco Solano Lopes.
MXXXVII - No dia 29 de fevereiro,
tendo as forças imperiais tomado o ponto de Tacuaras, foi dar combate no dia 1 de março de 1870 no Aquidaban.
MXXVIII - A Reforma, de
Porto Alegre, publica o seguinte:
"O ilustre sr.
visconde de Pelotas enviou-nos ontem o escrito que abaixo publicamos.
S. ex., que teve a glória de comandar as forças brasileiras
que perseguiram as do ditador Francisco Solano Lopes até às margens de Aquidaban, onde terminou a guerra que sustentamos contra o governo do
Paraguai, julgou-se obrigado a vir á imprensa narrar o que ocorreu sobre a morte de Lopes.
"Na obra do sr. Luiz Schneider, conselheiro privado de sua
majestade o imperador da Alemanha, que tem por título A guerra da triplice alliança contra o governo da republica do Paraguay, foi esse
último episódio da gigantesca luta narrado com inexatidão, de modo que há verdadeira ofensa ao caráter, à índole e á generosidade das nossas
tropas.
"A Gazeta de Porto Alegre, comemorando o décimo
aniversário do termo da guerra, transcreveu a narração do conselheiro Schneider, onde se diz que na presença do general Camara um soldado começou
a apertar a garganta do ditador, resultando da resistência deste rolarem ambos para o rio, respirando depois Lopes a custo, quando um soldado de
cavalaria desfechou-lhe à queima-roupa um tiro sobre o coração.
"Um general da ordem do glorioso vencedor de Aquidaban,
tipo do cavalheirismo, do valor nos combates, da generosidade na vitória, nobre, leal, brilhante representante naquele comando da civilização da
nossa pátria, não consentiria decerto que em sua presença tais atos se praticassem.
"O nobre general vem, pois, restabelecer a verdade,
narrando, sob sua respeitabilíssima assinatura, o sucesso tal qual se passou.
"É um documento que aí fica para a história.
"A Gazeta de Porto Alegre que, comemorando o primeiro de
março, só o fez com o intuito de honrar o dia e os heróis da gloriosa jornada de Aquidaban, decerto, prestando devida homenagem à honrada palavra
do general rio-grandense, conosco retificará, naquele ponto, a narração do conselheiro Schneider".
Eis o escrito do nobre visconde:
"A Gazeta de Porto
Alegre, nos eu número quarenta e nove, de 1 de março corrente, consagrou seu artigo editorial à comemoração do décimo aniversário do termo da
guerra do Paraguai.
"A ilustrada redação, depois das linhas que escreveu,
referindo-se ao aniversário, transcreveu o que se encontra na obra do sr. conselheiro Luiz Schneider sobre a morte do ditador Francisco Solano
Lopes.
"A transcrição terminou com estas palavras da redação da
Gazeta:
"'Cremos não poder
honrar melhor o dia e os heróis do mesmo do que recordando ao povo os fatos tais como os consignou a história universal em suas tábuas'.
"Desde que teve termo a guerra do Paraguai, tenho visto,
com reconhecimento, as manifestações da imprensa do meu país, em honra do meu humilde nome, em relação ao sucesso que pôs termo à guerra;
manifestações, porém, que cabem antes às valorosas tropas que tive a fortuna de comandar.
"Tenho lido também as narrações que correm impressas sobre
a morte do ditador.
"Nunca confirmei umas nem refutei outras.
"Agora, porém, entendo que corre-me o dever de fazê-lo,
visto que a Gazeta de Porto Alegre considera a narração do conselheiro Luiz Schneider como a verdade consignada pela história universal.
"Se não visse no que escreveu o autor da obra A guerra
da triplice alliança contra o governo do Paraguay uma injusta ofensa à honra do soldado brasileiro, sempre valente diante do inimigo, mas
sempre nobre e generoso diante dos vencidos, decerto não refutaria a narração do conselheiro Schneider, sobre a morte do marechal Lopes.
"Não o faria, porque a verdade acaba sempre por dominar na
história, e ele á de afinal colher os documentos e as provas dadas pelo patriotismo e pela lealdade dos generais brasileiros que comandaram as
nossas tropas.
"Uma vez por todas, vou narrar os fatos relativos à morte
do ditador como realmente se deram.
"Na manhã de 1 de março de 1870, a vanguarda das forças de
meu comando encontraram-se com as do inimigo, achando-se à frente o marechal Lopez, nas margens de Aquidaban, resultando-lhe rápida derrota no
curto combate que feriu. O marechal, seguido por dois ou três oficiais, fugiu em direção às matas de Aquidaban-Minguy, sendo perseguido pelo major
José Simeão de Oliveira e mais dois soldados de cavalaria da guarda nacional.
"Aí, apeando-se, entranhou-se pela mata, e eu cheguei nesse
momento ao lugar em que havia o marechal abandonado o cavalo em que montava, sendo então informado pelo referido major do que tinha ocorrido.
"Segui a direção que me indicaram, só, e a pouca distância
encontrei os dois soldados que o haviam perseguido; deram-me eles a certeza de que por ali se encaminhara ele, parecendo às referidas praças que
estava ferido.
"Ordenei-lhes que me acompanhassem, encontrando-o, com
efeito, pouco adiante, na margem esquerda do Aquidaban-Minguy, caído junto ao rio, apoiando o corpo sobre o braço esquerdo, e tendo na mão direita
a espada desembainhada.
"Os dois oficiais que o acompanhavam estavam ao seu lado,
com as espadas em punho.
"Então, dizendo-lhe quem eu era, intimei-lhe que se
considerasse prisioneiro, garantindo-lhe a vida.
"O marechal respondeu-me que não se entregava, que morria
pela sua pátria, atirando-me um golpe.
"O oficial que estava à sua direita procurou ferir-me,
sendo morto por um tiro dado por um dos soldados que me tinham acompanhado. O outro oficial procurou fugir, sendo igualmente morto.
"Dirigi-me de novo ao marechal, repetindo-lhe a mesma
intimação, recebendo, porém, a mesma resposta.
"Então, chegando a seu lado um soldado do nono batalhão de
infantaria, ordenei-lhe que lhe tirasse a espada; o soldado, obedecendo-me, pegou-a pelo punho para tirar-lh'a.
"Era decerto preciso esforço e, pela posição em que se
achava, o marechal caiu no rio, junto ao qual tinha os pés; o corpo ficou debaixo d'água, mas levantou ainda sobre ela a cabeça, morrendo em
seguida.
"Tinha o marechal um ferimento de bala no baixo ventre, que
havia recebido naturalmente quando transpunha o rio, junto ao qual havia caído; esse ferimento decerto o impediu de continuar na fuga. Mandei
conduzir o cadáver para o acampamento por ele ocupado pouco tempo antes.
"Dispus sobre o seu enterro, que verificou-se á vista de
sua mãe e duas irmãs, debaixo do toldo de pano que ali existia.
"Desta exposição verdadeira ninguém tem o direito de
duvidar, contestando a minha palavra, para crer no que dizem os mal informados, como o conselheiro Schneider e os detratores da honra do soldado
brasileiro.
"Porto Alegre, 8 de março de 1880 - Visconde de Pelotas".
MXXXIX - No dia 7 de janeiro de
1870, pelas quatro horas da manhã, morreu o dr. Pedro de Araujo Lima, marquês de Olinda, senador do Império. Foi regente durante a minoridade do
imperador d. Pedro II. (vide a sua biografia escrita por mim).
MXL - No dia 23 de junho de 1870
morre, na cidade da Bahia, o marechal-de-campo Alexandre Gomes de Argôlo Ferrão, visconde de Itaparica. Foi uma das nossas glórias militares.
MXLI - No dia 4 de julho de 1870
morre, no Rio de Janeiro, o capitão-de-mar-e-guerra Antonio Joaquim Curvello de Avila, diretor do observatório astronômico da Corte.
No dia 4 de julho do mesmo ano morre o desembargador
Antonio Luiz de Barros Leite, senador do Império. (vide a sua biografia no quinto ano do Brazil Historico).
No dia 7 de dezembro deste mesmo ano de 1870, morre o
bacharel Urbano Sabino Pessoa de Mello. Era liberal, e autor de uma história a respeito da Revolução Praieira de Pernambuco de 1848.
MXLII - No dia 8 de dezembro de
1870, um incêndio consome a capela do forte da Boa Viagem, na baía do Rio de Janeiro.
MXLIII - Cômputo eclesiástico.
Áureo número, 10; ciclo solar, 4; epacta, 9; letra dominical, A.
MXLIV - Martirológio. Dia 1º de
janeiro, domingo; Páscoa a 9 de abril; indicação romana, 14; período Juliano, 6.584.
MXLV - No dia 28 de setembro de
1871 passou a lei n. 2040, que declara a condição livre dos filhos da mulher escrava, nascidos no Brasil desse dia em diante.
O regulamento foi aprovado por decreto do dia 1º de
dezembro do mesmo ano de 1871.
MXLVI - Em 3 de junho de 1871
falece, no Rio de Janeiro, o tenente-coronel reformado José da Silva Mafra, nascido na cidade do Desterro, capital de Santa Catarina, em 1788,
senador do Império pela mesma província, e veador de sua majestade a imperatriz. Prestou bons serviços na conquista de Cayenna em 1809.
MXLVII - No dia 18 de julho
suicidou-se, no alto da Tijuca, no Rio de Janeiro, o dr. Aureliano Teixeira de Carvalho, distinto matemático e deputado à Assembleia Geral
Legislativa pela província do Piauí.
MXLVIII - Falece no dia 29 de
outubro de 1871, de uma congestão cerebral, no seu convento do Rio de Janeiro, frei Fausto do Monte Carmello, visitador apostólico e provincial
dos carmelitas da Corte.
MXLIX - No dia 3 de novembro de
1871 falece, nesta Corte do Rio de Janeiro, pelas duas horas da tarde, e na sua residência à Rua de D. Luiza n. 33, o dr. Manuel de Mello Franco,
médico, natural de Minas Gerais, e deputado geral por diversas vezes pela mesma província, sendo sepultado no cemitério de S. Francisco Xavier.
Era médico de muita inteligência, franqueza e independência de caráter, sendo valioso auxiliar da facção liberal do Brasil. Acusou veementemente o
ministro da guerra Manoel Felizardo, por ladroeiras praticadas no Arsenal de Guerra da Corte.
ML - No
dia 22 de novembro de 1871 falece, na Bahia, o visconde de Passé, Francisco Antonio da Rocha Pita e Argolo.
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