1949
China capitaliza na Web 50 anos
de seu comunismo
País vive o dilema
de manter o regime e ocidentalizar sua economia
Enquanto
se prepara para incorporar no final de 1999 a colônia portuguesa
de Macau, da mesma forma como fez com o território inglês
de Hong-Kong e deseja fazer com Taiwan (país cuja soberania os chineses
continentais não reconhecem), a República Popular da China
comemorou no dia 1º/10/1999 os 50 anos do regime comunista que Mao-Tse-Tung
implantou em 1949. Os festejos transcorreram em meio a um dilema: como
manter o regime comunista e promover o crescimento econômico e a
integração do país ao mundo globalizado - e à
Internet?
Curiosamente, o sucesso dos governantes
chineses hoje depende do crescimento econômico que as práticas
capitalistas têm propiciado, mas elas levam o país necessariamente
na direção de uma globalização, indesejada
justamente por promover também o intercâmbio de idéias...
Alguns passos corajosos vêm
sendo dados desde 1967, quando morreu Mao e assumiu o reformista Deng-Xiao-Ping,
declarando que buscar o lucro não é pecado contra a doutrina
comunista. Para incorporar Hong-Kong em 1997, nova abertura: foi adotada
a curiosa política de um "país, dois regimes": a China Continental
continua comunista, enquanto Hong-Kong permanece capitalista. Também
foram dados passos importantes para a abertura econômica chinesa
aos investimentos das empresas ocidentais, num processo que pode transformar
a China no maior mercado mundial para bens de consumo (em extensão
territorial e população).
Como o governo fez questão
de lembrar há dez anos (em 4 de junho de 1989) com o massacre dos
estudantes na Praça da Paz Celestial (Tianammen), em Beijing (antiga
Pequim), mesmo com toda a abertura, o regime continua comunista e politicamente
fechado. Tanto que, nos últimos anos, o país está
reeditando em versão eletrônica a Grande Muralha da China:
todos os sites chineses na Internet são controlados, só cidadãos
cadastrados têm acesso à rede e sua movimentação
na rede mundial de computadores também é controlada. Além
disso, a China está construindo uma super-intranet (uma Internet
interna, sem pontos de contato com a rede mundial) para uso por seus cidadãos.
Melhor exemplo disso foi verificado
em 4/12/1998, com a condenação à prisão perpétua,
como subversivo, do dissidente chinês Lin Hai, analista de sistemas
e dono de uma empresa de software. Como citado por Informática
em 15/12/1998, o motivo foi ele ter entregue à revista eletrônica
Vip Reference uma lista com 30 mil e-mails de chineses (o
que facilitaria a divulgação de informações
de teor político contrário à ditadura chinesa).
Início – Após
a Longa Marcha de 1935, as forças comunistas haviam se agrupado
no norte da província de Shensi e vinham conquistando espaços,
que o enfraquecido governo de Chiang Kai-shek não conseguia mais
controlar. Os militaristas japoneses resolveram também aproveitar
a oportunidade para abrir guerra contra a China, antecipando-se à
força que esse país teria, se ficasse unido. Em 7 de julho
de 1937, o Japão atacou o Norte da China, perto de Pequim, e em
novembro ocupou Nanquim, chegando em outubro de 1938 a Wuhan.
Enquanto o governo chinês estava
acuado, e o Japão tinha que enfrentar as Forças Aliadas ocidentais
na Segunda Guerra Mundial (sendo derrotado pela bomba atômica em
1945, no momento em que ocupava dois terços do território
chinês), os comunistas liderados por Lin Piao iam ampliando seus
territórios, a partir da Mandchúria, especialmente a partir
de 1948. Em janeiro de 1949, Tientsin e Pequim foram tomadas pelos comunistas,
seguindo-se a renúncia de Chiang Kai-shek no dia 21 daquele mês.
Em 1º de outubro, Mao Tse-tung proclama a República Popular
em Pequim e em 8 de dezembro de 1949 é completada a retirada dos
nacionalistas para o arquipélago de Taiwan (então chamado
de Formosa).
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