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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos, em 1/6/1999.
Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 01/07/00 14:14:44
TECNOLOGIA
Começa a era dos animais-robôs 

Sony inicia hoje (1/6/1999) a comercialização do Aibo, o primeiro cão eletrônico

Pela módica quantia de US$ 2500,00, a partir de hoje (1/6/1999) o leitor já pode ter em casa o cãozinho Aibo, que a indústria japonesa Sony começa a comercializar exclusivamente via Internet. O pequeno robô possui sensores, processadores e programas para simular em detalhe o comportamento de um cachorro, podendo inclusive ser treinado para pegar um graveto, por exemplo. Embora custando bem mais que um cão de raça com pedigree, o bicho eletrônico pelo menos não precisa de vacina, não morde e nem suja a casa. 

A previsão da multinacional japonesa é comercializar dois mil desses robôs nos Estados Unidos e três mil no Japão, desencadeando talvez uma nova mania, depois dos bichinhos virtuais Tamagotchis. Afinal, a indústria nipônica já está preparando outras novidades, como peixes-robôs (já testados em aquário, funcionaram muito bem, enganando os espectadores desavisados devido à perfeição da aparência e dos movimentos).
Quem quiser comprar o cão pode apontar seu navegador para o endereço especial criado pela Sony. Ali, a empresa explica que o nome Aibo é um acrônimo para robô autônomo com inteligência artificial (as letras BO são da palavra robô). A palavra foi escolhida por ser aproximadamente homófona de "aibou", que significa "companheiro" em japonês.
Estão sendo comercializados dois produtos: o Aibo ERS-110 (que é o robô propriamente dito), custando cerca de 250 mil iens ou US$ 2.500,00, fora impostos, e o kit Performer ERF-510, que custa 50 mil iens ou US$ 450,00, mais impostos, e serve para criar e editar operações com o Aibo, treinando-o para fazer apresentações especiais. Aliás, o Aibo estará participando do torneio RoboCup Legged Robot League deste ano (confira), como plataforma para os programas desenvolvidos por nove universidades de diversos países.
Inteligência – O Aibo é destinado ao ambiente doméstico, mas também é capaz de comportamento autônomo e aprendizado, sendo estas as suas principais diferenças em relação a outros robôs. Assim, pode aprender e tomar as próprias decisões sobre seu comportamento, de acordo com estímulos externos (a comunicação com o dono), mudando em conseqüência seus padrões comportamentais. Além do cérebro (a unidade central de processamento) e dos órgãos sensoriais, o cãozinho tem um programa que simula as emoções e os instintos, com funções que permitem o aprendizado crescente. 
Já estão pré-programados seis tipos de emoções (felicidade, surpresa, tristeza etc.) e quatro de instintos (busca, fome - que é a necessidade de recarga da bateria -, movimento e carinho). Como pessoas e animais vivos, Aibo cresce através dos estágios de desenvolvimento (recém-nascido, criança, adolescente e adulto), refinando os níveis de suas manifestações, por exemplo. 

Da mesma forma como os cães costumam ter local próprio para comer e dormir, o Aibo tem uma base onde suas baterias são recarregadas. Ele é equipado com uma câmera colorida de 180 mil pixels, que o ajuda a evitar obstáculos e a reconhecer as cores preferidas. Também usa infra-vermelho para localizar os obstáculos (embora possa ter dificuldades com lugares e objetos escuros, que absorvem o infra-vermelho). 

Não pode reconhecer a voz do dono, mas tem um ouvido musical que é um prodígio, segundo a Sony: capta muito bem os tons do aparelho de comando sonoro (Sound Commander) e até reconhece as notas de instrumentos como a flauta. Por outro lado, pode produzir pequenas melodias robóticas e uma grande quantidade de efeitos sonoros. Através de tons da escala musical e movimentos corporais, o Aibo expressa emoções, prazer e necessidades. Lâmpadas vermelhas e verdes nos olhos indicam "Sim" ou "Não", conforme as situações. E ele também abana o rabo...

Tem até um botão de pausa, para fazê-lo dormir e acordar, ou parar numa situação de emergência. O cãozinho possui um sensor tátil na cabeça, pelo qual os donos podem mostrar atenção por ele: se for feito um carinho, ele "saberá" que o dono está feliz, mas se sua cabeça for tocada com mais força, ele interpretará o gesto como sendo hora de enfiar o rabo entre as pernas...

Ah, a Sony lembra ainda que o cãozinho pode até dançar hula!


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