TECNOLOGIA
Começa a era dos animais-robôs
Sony inicia hoje (1/6/1999)
a comercialização do Aibo, o primeiro cão eletrônico
Pela
módica quantia de US$ 2500,00, a partir de hoje (1/6/1999)
o leitor já pode ter em casa o cãozinho Aibo, que a indústria
japonesa Sony começa a comercializar exclusivamente via Internet.
O pequeno robô possui sensores, processadores e programas para simular
em detalhe o comportamento de um cachorro, podendo inclusive ser treinado
para pegar um graveto, por exemplo. Embora custando bem mais que um cão
de raça com pedigree, o bicho eletrônico pelo menos
não precisa de vacina, não morde e nem suja a casa.
A previsão da multinacional japonesa
é comercializar dois mil desses robôs nos Estados Unidos e
três mil no Japão, desencadeando talvez uma nova mania, depois
dos bichinhos virtuais Tamagotchis. Afinal, a indústria nipônica
já está preparando outras novidades, como peixes-robôs
(já testados em aquário, funcionaram muito bem, enganando
os espectadores desavisados devido à perfeição da
aparência e dos movimentos).
Quem quiser comprar o cão pode
apontar seu navegador para o endereço
especial criado pela Sony. Ali, a empresa explica que o nome Aibo é
um acrônimo para robô autônomo com inteligência
artificial (as letras BO são da palavra robô). A palavra foi
escolhida por ser aproximadamente homófona de "aibou", que significa
"companheiro" em japonês.
Estão sendo comercializados dois
produtos: o Aibo ERS-110 (que é o robô propriamente dito),
custando cerca de 250 mil iens ou US$ 2.500,00, fora impostos, e o kit
Performer ERF-510, que custa 50 mil iens ou US$ 450,00, mais impostos,
e serve para criar e editar operações com o Aibo, treinando-o
para fazer apresentações especiais. Aliás, o Aibo
estará participando do torneio RoboCup Legged Robot League deste
ano (confira), como plataforma para
os programas desenvolvidos por nove universidades de diversos países.
Inteligência – O Aibo é
destinado ao ambiente doméstico, mas também é capaz
de comportamento autônomo e aprendizado, sendo estas as suas principais
diferenças em relação a outros robôs. Assim,
pode aprender e tomar as próprias decisões sobre seu comportamento,
de acordo com estímulos externos (a comunicação com
o dono), mudando em conseqüência seus padrões comportamentais.
Além do cérebro (a unidade central de processamento) e dos
órgãos sensoriais, o cãozinho tem um programa que
simula as emoções e os instintos, com funções
que permitem o aprendizado crescente.
Já estão pré-programados
seis tipos de emoções (felicidade, surpresa, tristeza etc.)
e quatro de instintos (busca, fome - que é a necessidade de recarga
da bateria -, movimento e carinho). Como pessoas e animais vivos, Aibo
cresce através dos estágios
de desenvolvimento (recém-nascido, criança, adolescente e
adulto), refinando os níveis de suas manifestações,
por exemplo.
Da mesma forma como os cães
costumam ter local próprio para comer e dormir, o Aibo tem uma base
onde suas baterias são recarregadas. Ele é equipado com uma
câmera colorida de 180 mil pixels, que o ajuda a evitar obstáculos
e a reconhecer as cores preferidas. Também usa infra-vermelho para
localizar os obstáculos (embora possa ter dificuldades com lugares
e objetos escuros, que absorvem o infra-vermelho).
Não pode reconhecer a voz
do dono, mas tem um ouvido musical que é um prodígio, segundo
a Sony: capta muito bem os tons do aparelho de comando sonoro (Sound Commander)
e até reconhece as notas de instrumentos como a flauta. Por outro
lado, pode produzir pequenas melodias robóticas e uma grande quantidade
de efeitos sonoros. Através de tons da escala musical e movimentos
corporais, o Aibo expressa emoções, prazer e necessidades.
Lâmpadas vermelhas e verdes nos olhos indicam "Sim" ou "Não",
conforme as situações. E ele também abana o rabo...
Tem até um botão de
pausa, para fazê-lo dormir e acordar, ou parar numa situação
de emergência. O cãozinho possui um sensor tátil na
cabeça, pelo qual os donos podem mostrar atenção por
ele: se for feito um carinho, ele "saberá" que o dono está
feliz, mas se sua cabeça for tocada com mais força, ele interpretará
o gesto como sendo hora de enfiar o rabo entre as pernas...
Ah, a Sony lembra ainda que o cãozinho
pode até dançar hula!
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