Bips
Primeiro mundo – A leitora
Maria Hilda de Jesus Alão enviou mensagem a propósito da
recente ampliação das facilidades de acesso à rede
mundial de computadores, noticiada no dia 2:
"Quero parabenizar a A Tribuna Internet pelo seu empenho em bem servir
seus assinantes, procurando melhorar, mais e mais, os seus serviços.
Usuária que sou da Internet, fiquei muito feliz com a notícia
estampada na primeira página do jornal. Vamos em frente, vamos mostrar
que Santos é uma cidade de primeiro mundo, pelo menos no acesso
à Internet. Parabéns a todos".
O temor da Microsoft – Nos
últimos dias, a corporação criada por Bill Gates confessou
indiretamente o verdadeiro terror que sente, ante a franca expansão
dos programas de codificação aberta, particularmente o Linux,
antes restrito a aficcionados e agora largamente encontrado até
no mundo corporativo. A confissão veio na forma de um teste comparativo
dirigido entre o Windows NT e o Linux, mostrando as vantagens do programa
da Microsoft. Foi imediatamente desmascarado via Internet: o Linux não
foi configurado adequadamente nas máquinas do teste, mas apenas
instalado com opções-padrão, enquanto o NT foi milimetricamente
preparado para obter o máximo de rendimento.
Na verdade, o que as empresas querem
não é tanto o rendimento, mas a garantia de estabilidade
da plataforma usada. Enquanto o Linux é reconhecidamente um ambiente
operacional de grande estabilidade, a Microsoft é famosa pela astronômica
quantidade de falhas existentes em seus programas. Algo que, se acontecesse
em veículos vendidos por uma montadora, faria a empresa falir logo
após o lançamento do carro e amargar processos até
a quinta geração de seus proprietários. Para pensar:
como os usuários de informática são bonzinhos, não?
Aceitam qualquer coisa, até pagar por uma atualização
que apenas corrige os erros do produto original e ainda acrescenta uma
nova safra de falhas...
Depois de quase perder a batalha
da Internet por sua miopia em perceber a importância que a "rede
das redes" teria no mundo, a Microsoft ainda teima em subestimá-la.
Quando tentou iludir os consumidores com o teste NT/Linux, estava usando
o método ensinado por Goebbels na Alemanha nazista: uma mentira
repetida mil vezes vira verdade. Até que os consumidores percebessem
a inconsistência do teste e fosse necessário fazer alguma
nova demonstração, imaginava Bill Gates que decorreria um
bom tempo. Em tempos de Internet, a farsa foi desmontada quase instantaneamente,
com a veiculação pela rede mundial de uma resposta apontando
todas as falhas do teste.
Índio também
– Mas, a empresa vai perdendo terreno em outras frentes de batalha. Um
estudo publicado na revista Info Exame de 5/1999 mostra que um servidor
Web gratuito, o Apache (veja nos principais sites uma peninha multicolorida
indicando sua presença), domina 55% do mercado mundial (60,09 no
Brasil), enquanto o Internet Information da Microsoft tem apenas a metade
desses percentuais (29,59% no Brasil e 23,09% no mundo). Nesse mercado,
o terceiro lugar cabe ao Enterprise Server da Netscape, com pouco mais
de 5% no Brasil e no mundo.
Detalhe: o que conta não é
exatamente o preço, pois o MS Internet Information pode ser obtido
gratuitamente na compra do Windows NT, único ambiente em que ele
roda. Possivelmente, nem mesmo contam qualidade ou desempenho, segundo
a revista. Seu forte é a modularidade, que permite expansões
conforme a necessidade do usuário. E não depende das problemáticas
plataformas da Microsoft.
Não é hora da empresa
de Bill Gates repensar sua atuação? Muitos impérios
caíram quando o chamado inconsciente coletivo decidiu que os abusos
passaram da conta, ou simplesmente por falta de um bom timoneiro que soubesse
manter o rumo certo. No caso da Microsoft, atualmente, as duas situações
parecem convergir para um mesmo desfecho...
Dieta – Ainda no capítulo
Microsoft, está mais do que na hora de a empresa colocar todos os
seus programas numa clínica de emagrecimento e lipoaspiração.
A concorrência tem demonstrado que programas mais enxutos, com muito
menos linhas de código, conseguem performance bem melhor e mais
estável/confiável. Quem lembra dos tempos do MSX e do TK-95,
quando existiam concursos para premiar quem conseguisse fazer o programa
mais completo em uma única linha de código? Agora, compare
com um programa atual, que literalmente esbanja espaço ao espraiar
por dezenas de linhas algo que caberia numa só. Ou ao repetir funções,
abusar das variáveis sem controle (causa de muitos bugs), deixar
funções dependuradas e incompletas (os tais itens não
documentados que estão lá ocupando espaço, mas oficialmente
não têm funcionalidade por não terem sido suficientemente
testados)...
Veja o exemplo: o Word permite voltar
até 100 passos no ítem Desfazer Digitação.
Mais que dez passos, já compensa refazer o texto, duvido que algum
leitor tenha alguma vez usado mais que isso. Mas os tais 100 passos estão
lá, e isto significa que um documento Word embute todas as 100 versões
anteriores do texto. Duvida? Depois de mexer um pouco no texto, grave-o
e em seguida salve com outro nome. Compare o tamanho dos arquivos resultantes
para o mesmo texto... Aliás, quando é que vai ser incluída
no Word a função de automatizar a limpeza do texto final,
criando um arquivo enxuto?
Calendas – Um calendário
erroneamente consultado levou à ocorrência de um bug na edição
anterior, no material sobre o Linux: o seminário
de Maceió, que ainda iria ocorrer nos dias 13 e 14, foi citado como
tendo ocorrido na semana anterior. Sorry, leitores... |