INFORMÁTICA
FÁCIL (3)
Vírus: desmistificando uma
ameaça eletrônica
História mostra até
caso de empresa falida por esse problema
Alexandre Sobrino (*)
Colaborador
A origem
mais provável dos vírus de computador é Lahore, uma
pequena cidade do Paquistão. Lá, em 1987, dois irmãos
(Amjad Faoorq e Basi Faraoqui Alvi), proprietários de uma pequena
loja de informática, ficaram conhecidos por oferecerem a clientes
estrangeiros cópias ilegais do até então cobiçado
software
de planilha eletrônica Lotus 1-2-3 por míseros US$ 1,50.
Excelente programador, formado pela
Universidade de Panjab, Amjad estudou a arquitetura do programa e criou
dentro dele um pequeno programa que se instalava na área de boot
e apagava arquivos, com grande eficiência. Diz a lenda que especialistas
estudaram a versão do Lotus 1-2-3 alterada por Amjad e lá
encontraram uma pequena obra de arte. O mais curioso de tudo é que,
para seus compatriotas, Amjad vendia somente cópias não infectadas
do programa...
Mas, no campo das suposições,
tudo é possível. Muita gente acredita que os vírus
de computador são uma invenção da própria indústria
de software, criados única e exclusivamente para conter a
onda de pirataria. Mas são apenas suposições...
Casos memoráveis –
Relatarei a seguir, a título de curiosidade, alguns dos casos mais
famosos de ataques de vírus. Alguns são clássicos,
outros apenas extra-oficiais. Confira:
1.
Há cerca de 8 anos, uma empresa americana foi à falência
após ter sido contaminada por um vírus de computador, que
apagou toda a sua base de dados em um piscar de olhos. Descobriu-se posteriormente
que a exclusão do registro de um funcionário da empresa (por
motivo de demissão) acabou ativando o maldoso programa;
2.
Um tal de Robert T. Morris Jr., aluno da Universidade Cornell, espalhou
na Internet, em 3 de fevereiro de 1988, um vírus chamado Internet
Worm, que seguiu se reproduzindo indefinidamente, ocupando todo o espaço
livre nos servidores que encontrava pela frente. Em poucas horas, graças
ao brilhante trabalho das linhas telefônicas, que propagaram rapidamente
o vírus, 6 mil servidores entraram em colapso;
3.
No final dos anos 80, nos Estados Unidos, a rede interna da poderosa IBM
foi derrubada por um vírus desconhecido, que estampou na tela dos
monitores a sarcástica frase "Feliz Ano Novo";
4.
Ainda no final daquela década, diz-se (extra-oficialmente) que o
presidente da mesma IBM ficou surpreso quando sua estação,
estranhamente, começou a exibir imagens da cantora pop Madonna,
progressivamente eróticas. Assistiu pacientemente ao strip-tease
eletrônico, até que, quando a última peça de
roupa estava para ser retirada, foi informado que os dados de seu disco
rígido estavam sendo apagados.
6 passos de prevenção
– Veja agora algumas dicas importantes para auxiliá-lo na prevenção
contra os vírus de computador. Embora pareçam repetitivas,
elas traduzem a imensa maioria de situações que culminam
com uma infecção e possuem diferenças sutis entre
elas. Se você tem problemas constantemente com estes bichinhos,
seguindo-as à risca, garanto que não mais as terá:
1.
A primeira delas é muito simples e também uma das mais eficazes:
quando levar seus discos na casa de amigos, leve-os protegidos (com a janelinha
presente na jaqueta rígida aberta). Ao contrário do que muitos
usuários espalham aos quatro ventos, um vírus não
tem como contaminar um disquete que esteja protegido - isso é uma
tremenda bobagem. Se precisar efetuar gravações, desproteja-o,
mas a lógica indica que você passe o antivírus antes,
tanto em seus discos quanto no HD do seu colega;
2.
Mesmo que você esteja louco para testar aquele novo joguinho que
seu amigo acaba de lhe emprestar, tenha calma: pare por um instante e...
passe antes o antivírus no disquete dele. E não fique constrangido
de fazê-lo em sua frente, pois vírus de computador não
é questão de confiança e amizade: seu colega pode
simplesmente não saber que o próprio disco está contaminado.
Preserve o seu trabalho;
3.
Se o disquete que você está prestes a inserir em seu computador
passou na mão (e naturalmente nos computadores) de muita gente,
ele faz parte do "grupo de risco": portanto... antivírus nele! Afinal,
quanto mais um disco circula, mais chances ele tem de estar contaminado.
Isso também vale para aquele disco com um programa novinho que você
acabou de emprestar a um amigo. Na volta, consulte o antivírus;
4.
Faça cópias de segurança de seus arquivos mais importantes
regularmente;
5.
Cuidado com os programas de procedência duvidosa ou absurdamente
chamativos e mirabolantes. Há tempos atrás, milhares de usuários
da Internet foram literalmente ludibriados por um programa que prometia
transformar um leitor de CD-ROM comum em uma unidade também capaz
de efetuar gravações (o que é tecnicamente impossível
de ser resolvido por software). Quando resolveram instalar o milagroso
utilitário, descobriram que haviam participado de uma típica
pegadinha
e um vírus literalmente armou o circo no computador da turma;
6.
Esta última dica não visa efetivamente uma prevenção
contra os vírus, mas sim, contra os que tentam se aproveitar desta
situação para ganhar dinheiro. Assim sendo, desconfie daquele
técnico que quer trocar a memória do seu computador "porque
ela está com vírus" (acredite, eu já tomei conhecimento
de casos assim!). Logo, caso a conversa lhe pareça estranha, consulte
alguém de confiança para confirmar a informação.
Cura certa – Nem mesmo o mais
cuidadoso dos usuários está livre de ter seu computador contaminado
por estes minúsculos e maldosos programas. Eu mesmo, que chego a
ser chato com os amigos, obrigando-os a aguardar pacientemente enquanto
verifico dezenas de disquetes, já adquiri alguns vírus. Graças
a esse meu comportamento, digamos, disciplinado, nenhum invasor
conseguiu passar desapercebido e destruir uma única letra de informação.
Os poucos que conseguiram invadir a máquina, logo foram detectados
e eliminados.
É uma pena que os programadores
de vírus, notadamente profundos conhecedores da estrutura de um
computador, utilizem seus vastos conhecimentos para estorvar a paciência
do outros, obrigando o coitado do usuário a se cercar de cuidados
para não ter seu trabalho perdido. Porém, o que se pode fazer?
Epidemias de vírus são uma conseqüência natural
da pirataria...
Logo, nestes tempos de pouca inocência,
não dispense o antivírus - como alguém já disse
certa vez: "um pouco de paranóia não faz mal à ninguém".
Enfim, o remédio é
ruim... mas a cura é certa.
(*) Alexandre
Sobrino é bacharel em Ciências da Computação
e pós-graduado em Computação e Sistemas Digitais pela
Universidade Santa Cecília (Unisanta), além de consultor
de informática, web-designer
e professor das faculdades de Ciências e Tecnologia e Artes e Comunicação
da Unisanta e do Curso Técnico em Processamento de Dados da Escola
Técnica Treinasse.
Veja mais:
Vírus:
desmistificando uma ameaça eletrônica (1)
Vírus:
desmistificando uma ameaça eletrônica (2) |