DIFERENÇA
Apple mostra em Santos micros com
o veloz chip G3
Linha no Brasil será
concentrada nos principais modelos
Ainda
não foi desta vez que os santistas puderam conhecer de perto o prometido
computador pessoal iMac, pois a Apple do Brasil preferiu manter o suspense
até o lançamento oficial desse equipamento no País,
ocorrido ontem (N.E.: 19/10/1998). Mas a controvérsia
já começou, pois esse micro pretende nada menos que forçar,
de uma só vez, o mercado brasileiro a esquecer os tradicionais disquetes
e as portas comuns de ligação de periféricos. Esse
foi aliás o tema de maior debate entre os 24 participantes do workshop
promovido dia 15 pelo hipermercado de informática Enterdata, em
sua loja principal de Santos.
Para a Apple, pelo menos nos Estados
Unidos os disquetes magnéticos flexíveis de 3,5 polegadas
estão acabados como mídia para a computação,
daí o iMac não possuir drive para eles. Na opinião
da empresa, arquivos grandes são (ou passarão a ser nos próximos
meses) transferidos via Zip Drive ou CDs regraváveis, ou pela Internet.
Só que, no Brasil, a rede disponível para Internet ainda
é lenta, e nenhum produto para transferência de grandes arquivos
virou padrão efetivo, do tipo que se espera que todos tenham (como
aconteceu com os disquetes).
Responde a Apple que existe no mercado
nacional o Superdrive, que tanto permite transferir grandes arquivos (em
disquetes especiais para até 120 Mb) como trabalhar com os velhos
disquetes de 3,5 polegadas, significando um acréscimo de uns R$
200,00 à configuração básica. Ele é
conectado ao iMac usando os novos conectores USB.
Conectores – A propósito,
o iMac só tem duas portas USB, pois a Apple acredita ser essa a
única forma de forçar o mercado a uma rápida mudança
para esse novo padrão. Impressoras, modems externos e outros equipamentos
deverão ter drives e cabos para USB, e diversos fabricantes
já estão disponibilizando esses complementos.
A tecnologia USB permite conectar
(através de adaptadores externos, como os hubs) até
127 equipamentos por porta, e o iMac possui duas portas USB do tipo rápido
(12 Mbps), consideradas suficientes para as necessidades do mercado doméstico,
ao qual esse micro é dedicado (para atividades mais pesadas, de
caráter profissional, é recomendada a linha de micros desktop
PowerMac G3, e no segmento dos portáteis o destaque é para
o Powerbook G3).
Garantia – Outra polêmica
que vai surgir no mundo Mac é quanto à Garantia Brasil. Como
reconhecem os representantes da Apple, o usuário de produtos Mac
gosta de ver o computador por dentro, e inclusive a linha Powermac tem
um premiado design que permite chegar à placa-mãe
com apenas três operações de desencaixe.
Só que a Garantia Brasil,
por um ano após a compra, só vale para aparelhos que não
sejam abertos pelo usuário. Daí, apesar de (e em contrasenso
com) toda a facilidade de acesso propiciada pelo design, a simples operação
de acrescentar um pente de memória vai obrigar o usuário
a levar o gabinete inteiro a uma concessionária para que esta faça
a abertura e o encaixe da peça.
Exatamente o contrário de
todo o marketing anterior da Apple - que ainda agora se repete numa
peça publicitária da empresa, em que um engenheiro de computação
tenta montar um PC com todos os seus cabos, enquanto um garoto e seu cachorro
tiram da caixa e instalam o iMac, e já começam a navegar
pela Internet, em menos de oito minutos. Consenso entre os participantes:
essa política de garantia vai ter de ser revista pela Apple...
Importado – Os produtos Apple
atualmente vendidos no Brasil são totalmente importados, mas a política
de garantias da Apple é baseada no país em que o micro é
comprado - não existe garantia mundial, a não ser para alguns
modelos de notebooks. Devido aos problemas de importação
e de manutenção de estoques de peças, enquanto nos
Estados Unidos é possível montar cerca de 20 mil configurações
diferentes (mais ou menos memória, opções entre periféricos,
capacidades de disco rígido etc.), os computadores Apple vendidos
no Brasil seguirão algumas configurações básicas
de maior demanda.
Por exemplo, como os discos rígidos
Fast IDE conseguem performance bem próxima da obtida pelos de padrão
SCSI, porém com custo sensivelmente menor, a Apple está dando
preferência a eles, como forma de apresentar ao usuário um
preço final menor, sem grande perda de performance. Ainda assim,
a placa-mãe está preparada para o uso de produtos SCSI.
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