HISTÓRIA DO COMPUTADOR
- 49 - O futuro que vem aí
Computador quântico já
está pronto na teoria
e tem até logomarca
Mas
falta ainda a tecnologia para colocá-lo em funcionamento, no lugar
dos equipamentos atuais
Nas
próximas três décadas, o modelo atual de chip baseado
em silício chegará ao limite físico de redução
de tamanho e de elevação da capacidade de processamento.
Por isso, os pesquisadores buscam alternativas, como o computador de DNA (apresentado
na edição passada de Informática)
e o computador quântico, entre outros. Os conceitos já existem,
o problema se resume na aplicação prática.
Em termos práticos,
a manipulação de átomos é feita com o uso de
pulsos de raios laser, que afetam seus estados eletrônicos. A imprensa
internacional já divulgou imagens famosas, como a da palavra IBM
escrita com átomos manipulados, vistos num microscópio de
tunelamento eletrônico (vale recordar que os átomos não
podem ser vistos num microscópio óptico, por mais potente
que seja – a luz os atravessaria, impedindo a formação da
imagem -, mas podem ser detectados num microscópio eletrônico,
que forma as imagens correspondentes).
Além
das dificuldades normais de se operar na escala atômica, os pesquisadores
precisam encontrar formas de evitar a interferência do próprio
ambiente de trabalho nas superposições quânticas, ou
seja, fazer com que os qubits interajam somente entre si e não com
as outras partículas eletrônicas existentes em seu sub-microscópico
ambiente de trabalho (processo denominado “decoerência”).
História
– Em 1982, o físico Richard Feynman (falecido em 1988) iniciou a
história da computação quântica, ao estudar
a possibilidade de se criar objetos de mecânica quântica por
meio de sistemas quânticos. Mas, a força da computação
quântica só começou a ser percebida em 1985, quando
David Deutsch, da Universidade de Oxford, publicou um documento descrevendo
um computador quântico. Em 1994, Peter Shor, dos laboratórios
Bell AT&T em Nova Jersey (EUA) apresentou o primeiro algoritmo
quântico que em tese poderia desenvolver eficiente fatoração.
Podemos multiplicar
um número por outro para descobrir um terceiro, como em [2 x 3 =
6]. A fatoração faz o contrário: tendo o número
6, busca descobrir que números, multiplicados entre si, dão
esse resultado: [6 = ? x ?]. Isso é importante em processos como
o de criptografia de senhas bancárias: dado um número com
mais de uma centena de algarismos, encontrar dois outros que, multiplicados
entre si, resultem nele, pode ser tarefa para centenas de computadores
atuais trabalhando em paralelo por vários meses. Desenvolver um
algoritmo que torne isso mais rápido é o mérito de
Peter Shor.
A universidade
norte-americana Stanford tem amplo material no site “Welcome to the Quantum
Computation Archive”, que já começa provocando a Intel, ao
alterar o conhecido logotipo para “Spins inside – QuantumPro processor”...
Só por essa charge já valeria visitá-lo,mas
há também relatórios técnicos, a visão
sobre o tema do personagem de histórias em quadrinhos Dilbert etc.
No Canadá, há
bom material no laboratório de computação quântica
da Universidade de Montreal.
Na Quantum Information
Page, o físico John Smolin reúne os principais
links
para os endereços Web sobre o tema. Cita, por exemplo os sites de
pesquisas em computação quântica e teletransporte da
IBM
e da Universidade Nacional
da Austrália.
Sobre criptoanálise
quântica, o pesquisador Artur Ekert apresenta uma boa
introdução. E a mecânica quântica é
apresentada de forma didática no endereço
Web do norte-americano Fermi National Accelerator Laboratory – mais
conhecido como Fermilab.
|