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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP, em 20 de janeiro de 1998
Publicado em Novo Milênio em (mês/dia/ano/horário): 12/04/00 04:45:34
HISTÓRIA DO COMPUTADOR - 51 - O futuro que vem aí
A caminho do teletransporte?

Ao pesquisar o tema Computação Quântica na Web, o internauta inevitavelmente vai encontrar duas referências associadas a essas pesquisas: a criptografia, pelas possibilidades abertas nesse campo pelo futuro computador quântico, e análises sobre o teletransporte, como o que os personagens dos livros e filmes Jornada nas Estrelas usam rotineiramente para viajar instantaneamente entre a nave espacial e o solo de um planeta, por exemplo. O interesse cresceu bastante, a partir do anúncio por cientistas europeus, há dois meses, de que conseguiram teletransportar um fóton. Eles explicam os detalhes na revista Nature de 11 de dezembro [N.E.: de 1997], no artigo “Experimental quantum teleportation”

Ficção de Star Trek vai virar realidade?
Em francês, há material didático fartamente ilustrado (que vale a pena conhecer) sobre óptica quântica, teletransporte e o efeito EPR (uma predição do mecanismo quântico discutida pelos físicos Einstein, Podolsky e Rosen em 1935), disponível desde 20 de dezembro no site canadense da Universidade de Montreal. 

O site francês Chicsite reproduz matéria do jornal Le Monde de 18 de dezembro [N.E.: de 1997], sobre o teletransporte, discutindo até a questão de o ser vivo ou objeto deve ser efetivamente teletransportado (nada restando na origem) ou apenas reproduzido fielmente no destino, da mesma forma como reproduzimos em nossos computadores um programa copiado via Internet, de forma indistingüível do original. 

Se um fóton pode, é só aperfeiçoar a tecnologia e um ser humano também poderá. Em tese, sim, mas na prática, seria preciso que cada partícula do corpo humano pudesse ser desmontada na origem e remontada no destino, de forma instantânea, sem a interação quântica com o ambiente circundante (quem lembra do filme “A Mosca”?)... e sem efeitos colaterais. 

Detalhes sobre o quantum estão no site da Universidade de Montreal
Samuel Braunstein analisa o tema no artigo “Uma divertida conversa sobre teletransporte”, lembrando por exemplo a quantidade de informação a ser transmitida (ou teleportada): o American National Institute of Health precisou de 10 GB para colocar todos os detalhes de um corpo humano com resolução de um milímetro em cada direção. Para fazer o mesmo na necessária escala atômica, seria preciso transmitir algo como 10^32 bits (um seguido de 32 zeros). Guardar essa informação em CD-ROMs exigiria um local de armazenagem no formato de um cubo com mil quilômetros de lado. Para transmiti-la por fibras ópticas, demoraria apenas... cem milhões de séculos!  Ir a pé ainda é mais rápido...