HISTÓRIA DO COMPUTADOR
- 51 - O futuro que vem aí
A caminho do teletransporte?
Ao
pesquisar o tema Computação Quântica na Web, o internauta
inevitavelmente vai encontrar duas referências associadas a essas
pesquisas: a criptografia, pelas possibilidades abertas nesse campo pelo
futuro computador quântico, e análises sobre o teletransporte,
como o que os personagens dos livros e filmes Jornada nas Estrelas usam
rotineiramente para viajar instantaneamente entre a nave espacial e o solo
de um planeta, por exemplo. O interesse cresceu bastante, a partir do anúncio
por cientistas europeus, há dois meses, de que conseguiram teletransportar
um fóton. Eles explicam os detalhes na revista Nature de
11 de dezembro [N.E.: de 1997], no artigo “Experimental
quantum teleportation”.
Em francês,
há material didático fartamente ilustrado (que vale a pena
conhecer) sobre óptica quântica, teletransporte e o efeito
EPR (uma predição do mecanismo quântico discutida pelos
físicos Einstein, Podolsky e Rosen em 1935), disponível desde
20 de dezembro no site
canadense da Universidade de Montreal.
O site francês
Chicsite
reproduz matéria do jornal Le Monde de 18 de dezembro [N.E.:
de 1997], sobre o teletransporte, discutindo até a questão
de o ser vivo ou objeto deve ser efetivamente teletransportado (nada restando
na origem) ou apenas reproduzido fielmente no destino, da mesma forma como
reproduzimos em nossos computadores um programa copiado via Internet, de
forma indistingüível do original.
Se um fóton
pode, é só aperfeiçoar a tecnologia e um ser humano
também poderá. Em tese, sim, mas na prática, seria
preciso que cada partícula do corpo humano pudesse ser desmontada
na origem e remontada no destino, de forma instantânea, sem a interação
quântica com o ambiente circundante (quem lembra do filme “A Mosca”?)...
e sem efeitos colaterais.
Samuel Braunstein
analisa o tema no artigo “Uma
divertida conversa sobre teletransporte”, lembrando por exemplo a quantidade
de informação a ser transmitida (ou teleportada): o American
National Institute of Health precisou de 10 GB para colocar todos os detalhes
de um corpo humano com resolução de um milímetro em
cada direção. Para fazer o mesmo na necessária escala
atômica, seria preciso transmitir algo como 10^32 bits (um seguido
de 32 zeros). Guardar essa informação em CD-ROMs exigiria
um local de armazenagem no formato de um cubo com mil quilômetros
de lado. Para transmiti-la por fibras ópticas, demoraria apenas...
cem milhões de séculos! Ir a pé ainda é
mais rápido... |