Pressupondo que você já tenha feito sua inscrição num BBS, pago as taxas solicitadas (e comprovado o pagamento junto ao BBS, para que lhe sejam atribuídos os créditos correspondentes), e tenha novamente acessado o sistema do BBS, passado sua senha, você deve estar diante da tela principal, com diversas opções. Uma das mais procuradas é o download de arquivos, ou seja, a cópia para o seu computador, via modem, de arquivos existentes no BBS que sejam de seu interesse.
Ao contrário do upload (o envio de um arquivo ao BBS, enriquecendo o acervo do mesmo e - conforme critérios do sysop - significando um acréscimo de pontuação em sua conta de créditos no BBS), o download deve lhe custar perda de créditos, calculada conforme o tamanho e a importância dos arquivos “baixados” (o mesmo que copiados) para seu computador.

Download - Escolhido o arquivo desejado, e se sua conta no BBS permite, é hora de iniciar a cópia. Você deve dar um comando de download, conforme especificado pelo BBS, e informar o nome exato do arquivo desejado, caso não tenha podido selecioná-lo diretamente na listagem. É bom lembrar que, quando o sistema do BBS está aguardando um comando a ser dado pelo usuário, ficar mais de dois minutos sem teclar nada provoca a desconexão por inatividade.

Serão pedidas algumas informações, incluindo o protocolo de transferência (geralmente é usado Zmodem) e o nome do arquivo de recepção (que pode ser o mesmo, se já não houver um arquivo homônimo no diretório usado para a recepção dos downloads). Alguns programas alteram automaticamente o nome do arquivo, se houver homônimo no diretório de destino dos downloads.

Definidos esses parâmetros, a transmissão do arquivo deve se iniciar. Os programas de comunicação costumam ter um indicador do progresso da transferência. Com o estado indescritível das linhas telefônicas brasileiras, não é impossível que haja uma desconexão no meio do processo, obrigando o usuário a reiniciar o contato. Caso o usuário seja do tipo sortudo, quando a transferência se completar o programa dará um alarme local e voltará ao menu da área de mensagens.

Em procedimento semelhante, mas inverso, o envio de um arquivo para o BBS implica em você ativar localmente (ou seja, em seu computador) o protocolo de transmissão, informar ao programa de comunicação que arquivo deseja transmitir. Ao completar, o sistema deve lhe solicitar uma breve descrição (em algumas palavras) da finalidade do arquivo enviado.

Programas anti-vírus também podem ser copiados de BBSs. A Compusul citada na
mensagem acima (de 2/10/1995) era então a representante brasileira da McAffee, produtora do VirusScan

Compactação - Normalmente, os arquivos copiados do BBS chegam ao seu micro compactados. Se você ainda não tiver um programa descompactador, como PKZip e ARJ, provavelmente terá que copiá-los também do seu BBS. A compactação dos arquivos permite reduzir seu tamanho (sem perder dados) e com isso é reduzido também o tempo de transmissão, mas você não pode executar diretamente um arquivo compactado. 

Alguns dos arquivos executáveis também podem na verdade embutir o programa de descompactação automática (auto-extração). Por isso, é sempre recomendável que, ao usar pela primeira vez um programa, ele esteja num diretório sem nenhum outro arquivo, para evitar misturas entre os arquivos antigos e os recém-obtidos e descompactados. Lembre-se de apagar do seu winchester o arquivo original compactado, depois de feita com sucesso a descompactação, pois ele se tornou inútil, só ocupando espaço no seu sistema.

Não esqueça de sempre passar um bom - e atualizado - programa anti-virus pelos arquivos copiados dos BBSs. É muito comum, apesar do esforço dos sysops, que esses arquivos contenham vírus de computador, que poderão contaminar sua máquina a partir de sua primeira tentativa de executar tais programas. 

Colaboram nesta série o Renato “Snake” Ferreira Ribeiro, da Snake BBS, e o Christian Rodrigues Barbosa, da Blue Eagle Consulting, encarregado da estruturação de A Tribuna como provedora Internet.