INFORMÁTICA FÁCIL:
Ligue
seu micro com o mundo... (1) Introdução
A partir
desta edição, vamos explicar detalhadamente o que é
preciso para que seu computador pessoal se ligue com outros computadores
através da linha telefônica, tanto na forma direta (micro-a-micro)
como via BBS e Internet. Acompanhe e arquive esta seção,
mesmo que neste momento possa não lhe interessar, pois ainda lhe
será útil, mesmo que já domine basicamente o assunto
(há algumas dicas que mesmo profissionais da área muitas
vezes desconhecem). Colaboram nesta série o Renato “Snake” Ferreira
Ribeiro, da Snake BBS, e o Christian
Rodrigues Barbosa, da Blue Eagle Consulting, encarregado da estruturação
de A Tribuna como provedora Internet.
Para que o seu computador possa se
ligar a outro, é preciso haver um meio físico de ligação:
pode ser um cabo conhecido como “laplink”, se o segundo computador estiver
ao lado do primeiro e seu objetivo for limitado (transferência de
arquivos, controlar um computador através do outro). Pode ser um
cabo de rede local, como os que ligam vários computadores de um
mesmo escritório. E podem ser as linhas telefônicas, como
nas ligações via Internet, BBSs, micro-a-micro e grandes
redes corporativas de computação. Na verdade, neste último
caso existem ainda opções especiais, que fogem ao objetivo
desta série: ligações por microondas e por rádio-frequência,
por exemplo.
Quando você telefona para alguém,
normalmente sua voz é convertida num sinal do tipo analógico
(semelhante ao usado nos discos de vinil de sua vitrola). O som no microfone
provoca a variação de uma onda elétrica. O sinal segue
para a estação telefônica de seu bairro, que o retransmitirá
para o telefone chamado.
Neste processo, os sinais de sua
voz podem permanecer analógicos (se o telefone chamado estiver ligado
à mesma estação ou a outras próximas), ou podem
ser convertidos para formas digitais (caso a ligação entre
as estações telefônicas já seja digital). A
transmissão desses sinais poderá ser feita pelos velhos cabos
de cobre, por microondas, por fibras óticas (como entre Rio de Janeiro
e São Paulo) e passar até por satélites na órbita
terrestre (como em boa parte das ligações internacionais
e algumas nacionais).
De qualquer forma, você não
perceberá essas mudanças, pois na estação de
destino, nesses casos, o sinal volta à forma analógica, para
ser injetado nos cabos de cobre que ligam a estação ao telefone
chamado.
Digital - O sinal digital,
diferente do analógico, é composto por séries de números
zeros e uns, correspondentes a rapidíssimos cortes num sinal elétrico
(zero significa corrente elétrica desligada, um é corrente
ligada). É desta forma que as músicas são gravadas
nos discos laser. Também é assim que trabalham os computadores.
Ao contrário da forma analógica, em que ruídos como
o da agulha da vitrola podem interferir com o som, na forma digital o som
é puro, pois o leitor digital só reconhece seqüências
de zero-um.
Num futuro não muito distante
(depende apenas da capacidade de investimentos em telefonia), todas as
estações telefônicas e os telefones serão digitais,
e todo o cabeamento telefônico poderá ser feito em fibra ótica
(um fio pouco mais grosso que o de cabelo, mas que pode transportar mais
sinais que um cabo de cobre do diâmetro de seu braço, pois
são sinais luminosos e com a velocidade da luz). Nessa hora, seu
telefone já será parte de um complexo de transmissão
e recepção de televisão, fax, telefonia e dados de
computador. Isso já está sendo experimentado em comunidades
nos Estados Unidos e no Japão.
Modem - Como esse futuro ainda
não chegou aos lares brasileiros (e da maior parte do mundo, aliás),
para que os computadores se comuniquem através da rede telefônica
é preciso que seus sinais (digitais) sejam transformados em analógicos
e injetados na linha telefônica. Da mesma forma, os sinais analógicos
que chegam do computador distante, através do fio telefônico,
precisarão ser convertidos em sinais digitais, para que possam ser
entendidos pelo computador.
Esse é o trabalho dos modems,
aparelhos que fazem a modulação dos sinais (digital para
analógico) e a demodulação (analógico para
digital) e controlam as transmissões. Modulação/Demodulação
- daí a palavra modem (plural: modems).
O modem mais conhecido é o
fax: ele converte a imagem a ser transmitida em sinais sonoros (aquela
enxurrada de sons ininteligíveis que você ouve na extensão
do telefone, quando está sendo feita uma transmissão de fax).
No destino, esses sons são reconvertidos na imagem aplicada ao papel.
Quem possui televisão a cabo também usa outro tipo de modem,
neste caso apenas demodulador: é o aparelho que converte os sinais
do cabo e os repassa ao televisor. Nos televisores e videocassetes mais
modernos, esse demodulador é interno, já vem instalado no
interior do próprio aparelho.
Os modems podem ser internos (uma
placa que é colocada dentro do computador) ou externos (ligados
por um cabo ao computador). Cada um tem suas vantagens e desvantagens,
e há diferenças entre os modems quanto à velocidade
de processamento do sinal, habilidade ou não de transmitir e receber
fax, de corrigir automaticamente erros de transmissão etc. Este
é o assunto da próxima edição. |