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Publicado originalmente pelo editor de Novo Milênio no caderno Informática do jornal A Tribuna de Santos/SP em 19/12/1995
Publicado em Novo Milênio em (mês/dia/ano/horário): 12/13/00 14:47:48
Quem

 
Identidade:
A pessoa: Carlos Alberto Brites, 34 anos, santista “roxo e de coração”, casado, três filhos, auxiliar de segurança (bombeiro) na Refinaria Presidente Bernardes (em Cubatão/SP)

Seu micro: PC 486 DX2-66 MHz, SVGA-Color 14”, ligado em rede, impressora laser Hewlett Packard.

O computador facilita tudo, os contatos são mais rápidos, há uma facilidade maior de acesso às informações. Se bem que, no meu caso, uso pouco, e apenas em meu trabalho na Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, onde trabalho há nove anos e meio no Setor de Segurança e Meio-Ambiente (Sesema), na brigada de incêndios, onde eu e meus colegas de turno registramos no computador os Relatórios de Ocorrências Anormais (ROAs). Na Refinaria, ao contrário de outras empresas, a segurança do trabalho e a prevenção de acidentes ambientais e incêndios estão unificadas num mesmo setor.

Em breve, deveremos aumentar o uso da informática, pois estão sendo implantados alguns procedimentos de segurança via computador - por exemplo, o que fazer no caso de determinados tipos de intoxicação. Temos uma rede (“All-in-one”), implantada há dois anos, que dá acesso a todo tipo de sistema computadorizado da refinaria, embora já usássemos computadores quatro anos antes dessa rede ser instalada.

Nesse trabalho, uma das situações que mais nos preocupou foi quando ocorreu um black-out em Cubatão, ficou tudo um breu, não tínhamos computadores funcionando nem nada, e em casos assim existem procedimentos de emergência que precisam ser acionados para a parada segura das unidades da refinaria. 

Isso ocorreu há três anos, não houve nenhum risco iminente, mas foi um dos fatos que mais marcou nesses quase dez anos de trabalho. Depois desse corte geral de energia, foi instalado um sistema de baterias para a mesa de comunicações, entre outras providências, para evitar situações como aquela.

Além do trabalho na refinaria, também monto uma barraca na feira defronte ao Sesc e em feiras, para ajudar nas despesas de casa.

Dezembro - Todos os anos, tenho tido o apoio de meus colegas de trabalho, que se oferecem para a troca de turnos comigo e me dão prioridade nos períodos de férias, para que eu possa executar minha outra atividade, nesse período até o Natal.
Esse outro trabalho começou em 1983, quando meu filho mais velho tinha alguns meses de vida e precisou ser internado num hospital, chegamos a ser desenganados pelos médicos, mas eu tinha fé em que ele ia sobreviver. Era muito perto do Natal. Por isso, fiz uma promessa. Se ele sobrevivesse, Papai Noel iria visitá-lo, e também visitaria uma creche da região. E assim foi feito.

Nos anos seguintes, começaram a aparecer os chamados, para visitar festas de grêmios, ou entregar presentes nas creches, doações de voluntários. Isso é feito sem nenhum custo ou retorno financeiro, até pelo contrário, pois existem custos altos com trajes especiais, transporte etc. Mas, é a minha colaboração, faço porque gosto, de coração - se todos fizessem também, um pouquinho que fosse...

A coisa se avolumou, comecei a tomar gosto por esse trabalho, chego a visitar três a quatro lugares no mesmo dia (às vezes com ajuda de parentes e amigos, que chamo de minha equipe). Visito inclusive escolas públicas municipais e estaduais, a convite dos diretores, mesmo sem ter uma posição oficial por parte da Prefeitura - que seria muito importante, pois uma qualificação oficial ajudaria a organizar melhor esse trabalho, estabelecer uma programação.

Shoppings - Sete anos atrás, um colega de trabalho, conversando num intervalo do turno, mostrou um anúncio de jornal, procurando uma pessoa para atuar no shopping Parque Balneário. Esse amigo me ajudou, obtive o posto e continuei nos anos seguintes. Há quatro anos, fui convidado a realizar o mesmo trabalho no shopping Miramar, onde tenho estado todos os dias, das 16 às 22 horas. Depois, faço meu turno na Refinaria, até de manhã. Nas folgas, faço visitas especiais, em toda a região.

Esse trabalho em shopping na época me assustou bastante, era algo muito grande, fora do que estava acostumado a fazer, mas me chamou a atenção uma promoção do shopping, em que as pessoas doavam roupas e brinquedos velhos e participavam de um concurso. 

Foi o que me motivou a aceitar aquela função. Pois, acima de tudo, é preciso gostar desse trabalho, fazê-lo bem, ter respeito pelo ser humano e gostar de ver uma criança sorrir...
 

Minha relação com a informática é:   :-)

Veja mais:
Quem - Introdução
Quem - Papai Noel