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NOTÍCIAS 2002 - 1ª SANTA BRASILEIRA
Processo de santificação começou em 1965

Conforme os ritos da Igreja Católica (Código de Direito Canônico, de 1917), em 3/9/1965 foi iniciado pelo Ordinário de São Paulo (Brasil) o Processo Informativo segundo a praxe do C.D.C. de 1917. Esse processo foi concluído em 1970. Realizado o exame de seus escritos (mais de uma centena de cartas em dialeto italiano), foi concedido o respectivo decreto em 8/7/1977; concedida a faculdade de passar da antiga praxe àquela da "Sanctitas Clarior" a 7/1/1982, quando a Congregação para as Causas dos Santos concedeu o "Nihil obstat" para o Processo Cognicional que se realizaria junto à Cúria de São Paulo. Este Processo foi instruído entre 26/5/1982 e 21/9/1983, sendo reconhecida a validade de todos os Processos com o Decreto de 30/5/1986.

Em 13/10/1987, foram discutidas as virtudes da Serva de Deus junto à Congregação para as Causas dos Santos, no Congresso Especial dos Consultores Teólogos presidido pelo monsenhor Antonio Petti, Promotor Geral da Fé; e outra vez em 15/12/1987, na Congregação Ordinária dos Padres Cardeais e dos Bispos, sendo ponente (relator) o Cardeal Angelo Rossi. Em ambas as discussões foi confirmado que Madre Paulina exercitou as virtudes em grau heróico.

O papa João Paulo II aprovou os julgamentos e ordenou que se tornasse público o decreto pelo qual consta que Madre Paulina praticou as Virtudes Teologais da Fé, Esperança e Caridade para com Deus e para com o próximo, como também as Virtudes Cardeais da Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza e as outras anexas (Pobreza, Castidade, Obediência, Humildade) em grau heróico para efeito da canonização. O Decreto foi promulgado no dia 8/2/1988 e Madre Paulina passou a ser "Venerável".

Milagres - Para a beatificação, era necessária e comprovação de um milagre. Dentre as muitas graças obtidas pela intercessão de Madre Paulina, foi escolhida uma obtida em 1966, que mereceu estudo especial com o Processo instruído junto à Cúria de Tubarão, no Estado de Santa Catarina. Foi reconhecida como milagrosa a cura instantânea, perfeita e duradoura da senhora Eluiza Rosa de Souza de doença muito complexa: morte intra-uterina do feto (7ª gravidez) e sua retenção por alguns meses; extração com instrumento e revisão do útero, seguida de grande hemorragia por coagulopatia de consumo (chamada afibrinogenemia) com choque irreversível.  O caso foi examinado pelos peritos médicos legais da Congregação para a Causas dos Santos e sucessivamente discutido pela Consulta Médica da mesma Congregação em 16/7/1988, obtendo-se consenso unânime quanto ao diagnóstico exposto, quanto ao prognóstico reservado quod vitam e quanto aos passos da cura.

Essa cura foi atribuída à intercessão de Madre Paulina porque, ao ser constatada a gravidade da doença e o prognóstico fatal, ela foi invocada com orações feitas publicamente pelos familiares e pelas Irmãs enfermeiras, Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que trabalhavam no Hospital e Maternidade S. Camilo da cidade de Imbituba/SC. O caso foi discutido no Congresso dos Teólogos da Congregação para as Causas dos Santos em 25/11/1988 e pela Congregação Ordinária dos Padres Cardeais e Bispos no dia 10/1/1989. Em 18/2/1989, o papa promulgou o Decreto sobre o Milagre apresentado pela Postulação para obter a solene beatificação.

O segundo milagre ocorreu em 1992, tendo como testemunha o padre Alécio Azevedo, atual reitor do Santuário de Madre Paulina. Chamado a batizar uma recém-nascida com hidrocefalia e já agonizante pelo acúmulo anormal de líquido no cérebro, disse aos familiares para rezarem com fé pedindo a intercessão de Madre Paulina. A criança, já prestes a morrer, se recuperou ao ponto de ser possível a cirurgia, crescendo normalmente, como relata em 21/3/2002 o semanário Latinoamerica Online, de Milão/Itália.

Cerimônia de beatificação de Madre Paulina, em 18/10/1991,  durante a visita do papa João Paulo II a Florianópolis

Em 18/10/1991, Madre Paulina foi beatificada pelo papa João Paulo II, em cerimônia ocorrida em Florianópolis. O reconhecimento oficial de dois milagres a ela atribuídos permitiu completar o processo de canonização, que finaliza com a cerimônia programada para 19/5/2002 no Vaticano.

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