NOTÍCIAS 2002 - 1ª
SANTA BRASILEIRA
(Música de fundo: irmãzinhas da CIIC)
No dia 19/5/2002, a Igreja Católica Apostólica Romana canoniza
mais santos, inclusive a primeira santa brasileira, Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus (os demais são Alonso de Orozco,
Ignazio da Santhià, Umile da Bisignano e Benedetta Cambiagio Frassinellois). A cerimônia, na Praça de São Pedro (Vaticano), será
transmitida via Internet pela Rádio Vaticana e diversas emissoras de televisão também
prometem acompanhar a cerimônia.
No Brasil, a cidade catarinense Nova Trento tem motivo especial para festejar: Madre Paulina
emigrou para Nova Trento em 25/9/1875 e ali fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição (CIIC). Hoje, por esse
motivo, Nova Trento é considerada o segundo maior pólo de turismo religioso do Brasil, superada apenas por Aparecida do Norte/SP,
onde fica a Basílica Nacional, em homenagem à Padroeira do Brasil.
Segundo um dos inúmeros sites na Internet que
apresentam sua história, Amabile Lucia Visintainer, que depois adotaria o nome religioso de Irmã Paulina do Coração Agonizante de
Jesus, nasceu em Vígolo-Vattaro, Trento (naquela época sob o domínio austríaco, agora integrando o território italiano), em
16/12/1865. Segunda de catorze filhos (9 homens e 5 mulheres) do casal Antonio Napoleone Visintainer e Anna Pianezer, foi batizada
no dia seguinte ao nascimento e crismada em 1874.
Aos 10 anos de idade, emigrou com seus pais e irmãos para o Brasil, num grupo de 109
imigrantes que partiu daquela localidade no Norte da Italiana em 25/9/1875. Esse grupo se instalou numa região de Santa Catarina
conhecida como Alferes, onde logo nasceram vilas que, tendo como centro Nova Trento, tomaram os nomes das terras deixadas pelos
imigrantes, como Vigolo, Bezenello e Valsugana, e onde a assistência religiosa, desde 1879, foi assegurada pelos Padres italianos da
Companhia de Jesus.
Recebida a Primeira Comunhão aos 12 anos, Amabile começou a participar da vida paroquial e
foi encarregada do Catecismo às crianças, da visita aos doentes e da limpeza da Capela de Vigolo, localizada onde moravam os
Visintainer.
Casa onde a futura santa
viveu em Vígolo-Vattaro (Trento), na Itália
Numa região desprovida de casas religiosas e diante da necessidade de cuidar dos doentes, Amabile, aos 25
anos, com a permissão de seu pai e a aprovação do padre Marcello Rocchi, deixou a casa paterna e junto com uma companheira, Virginia
Nicolodi, passou a morar num casebre, em Vígolo, para ali cuidar de uma mulher cancerosa desamparada. Era o dia 12 de julho de 1890.
Esta data é considerada como o dia da fundação da obra de Madre Paulina, que se torna a primeira congregação religiosa no Brasil.
Em 1895, o pequeno grupo, que se formara em torno de Amabile em Vígolo e se havia transferido a
Nova Trento, recebeu a aprovação do Bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, com o nome de Filhas da Imaculada Conceição. Em
12/1895, fizeram os votos religiosos e Amabile Lucia Visintainer recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
O Instituto começou na extrema pobreza, pelo que as primeiras Irmãs, além do cuidado dos
doentes e das órfãs e dos trabalhos da paróquia, para viver deviam trabalhar na roça (à meia) e na pequena indústria da seda, muito
conhecida, segundo a tradição e capacidade trentinas.
Depois da fundação das Casas de Nova Trento e Vígolo, em 1903 Madre Paulina se transferiu
para São Paulo, seguindo conselho e convite de pe. Luigi Maria Rossi, que já fora pároco de Nova Trento desde 1895 e naquele ano
nomeado Superior da Residência de São Paulo. Pouco tempo depois, na colina do Ipiranga, na capital paulista, junto a uma capela aí
existente, iniciou a obra da "Sagrada Família" para abrigar os filhos de ex-escravos, e velhos ex-escravos, depois da abolição legal
da escravidão em 1888.
Nas vésperas da transferência para São Paulo, o padre Rossi, que possuía todas as faculdades
para a direção das Filhas da Imaculada Conceição, cuidou da organização jurídica da Congregação com um Capítulo celebrado em 2/1903,
no qual Madre Paulina foi eleita Superiora Geral ad vitam. O governo de Madre Paulina durou seis anos, durante os quais, com
o afluir de vocações, pôde fundar outras três Casas no Estado de São Paulo.
Em 8/1909, a Fundadora sofreu terrível prova. Por causa de dificuldades criadas pela
intromissão de pessoas estranhas apoiadas por algumas religiosas e pela autoridade eclesiástica, Madre Paulina foi deposta num
manobrado Capítulo Geral, sendo-lhe reconhecido e conservado somente o titulo de "Veneranda Madre Fundadora".
De 1909 a 1918, viveu na casa por ela fundada em Bragança Paulista. Foram 9 anos de prova,
de humilhações materiais e da noite mística do espírito. Estes anos foram considerados pelo padre Rossi como clara permissão de Deus
para que Madre Paulina se tornasse "vítima de amor e de reparação" pela santificação de suas filhas.
Em 1918, Madre Paulina foi chamada à Casa Geral em São Paulo, com pleno reconhecimento de
suas virtudes, para servir de exemplo às jovens vocações da Congregação, desde 1909 assumira o nome de Irmãzinhas da Imaculada
Conceição. Em 1938, começaram seus sofrimentos por causa do diabete: progressivas amputações, do braço direito, até a cegueira
total. Faleceu em 9/7/1942.
Página da Prefeitura de Nova Trento
destaca a canonização de Madre Paulina
Sonho - Madre Paulina viveu no difícil período da emigração de grupos étnicos dos
países europeus para o mundo latino-americano. Tomou ela parte até se tornar protagonista pela missão na comunidade formada pelo
grupo sul-tirolês ou da região trentina, emigrado no século XIX no Sul do Brasil. Circunstâncias ambientais como o conhecimento de
seus compatriotas, a experiência adquirida desde criança na vida pobre e de trabalho, foram o terreno fértil para uma resposta
pronta de Amábile Visintainer (e sua amiga Virginia Nicolodi) ao Mandato do Padre Augusto Servanzi, pároco de Nova Trento, que lhe
confiava o catecismo, a capela e os doentes, origem da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição.
Outro pedido é de Nossa Senhora, feito no sonho de três noites consecutivas: "É meu ardente
desejo que comeces uma obra... Filha, que decidiste?" Amabile respondeu: "Servir-vos, minha Mãe". A Virgem Maria então acrescenta:
"Eis as filhas que te confio". Servir passou a ser a palavra-chave da obra de Madre Paulina, cuja congregação agora procura servir a
Igreja e os mais necessitados com Casas no Brasil, na Argentina, no Chile, na Colômbia, na Guatemala, na Nicarágua, no Chade, em
Camarões, em Moçambique e na Itália.
Veja mais:
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