NOTÍCIAS 2002
Apenas uma gota combate o vilão do apagão
A despeito da notícia do prejuízo estimado em milhões de Reais
que o País amargou, no dia 21/1/2002, com o apagão, um fato pitoresco chamou a atenção: o vilão que deflagrou os
problemas ter sido um parafuso.
De acordo com o documento divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o
apagão foi ocasionado inicialmente por um parafuso frouxo que servia para sustentar um dos cabos condutores da linha de transmissão
entre a Usina de Ilha Solteira e a subestação de Araraquara, que caiu sobre o leito do Rio Paraná. Com a ruptura do cabo, o sistema
de segurança falhou e também desligou indevidamente uma linha em boas condições paralela à defeituosa. As duas linhas que sobraram
teriam que suportar 7.400 MW. Porém, a carga excessiva gerou grande número de desligamentos automáticos em cascata.
Na verdade, problemas de paradas de máquinas ou mesmo de indústrias inteiras por causa de
parafusos soltos é mais comum do que se imagina, só não são tão divulgados quanto esse do sistema elétrico.
40 anos - Este problema é tão comum que existe uma empresa especializada em oferecer
tecnologias para evitar o afrouxamento de parafusos. É a Henkel (novo nome da Henkel Loctite Adesivos) que tem como um de seus
principais produtos, uma tecnologia chamada Trava Roscas Anaeróbico. Descoberta na década de 1960, quase que por acidente pelo prof.
Vernon Krieble, esta tecnologia é hoje o que há de mais moderno em qualquer máquina que não pode parar por causa de queda de
parafusos, desde automóveis até usinas hidrelétricas.
As técnicas de travamento mecânico baseiam-se no encaixe de roscas. Num encaixe deste tipo,
70% dos espaços ficam vazios, mesmo que a montagem esteja aparentemente bem apertada. Quando a montagem começa a ser submetida a
esforços e vibrações, os espaços livres permitem que ambas as peças se movimentem. Milhares de microscópicos movimentos entre a
porca e o parafuso vão fazendo com que a montagem se afrouxe, podendo provocar uma série de acidentes.
Com os trava roscas Henkel, os espaços vazios da montagem são totalmente preenchidos com uma
trava química que resiste a todos os tipos de esforços, pressões, vibrações e variações de temperatura. Quando o parafuso é inserido
na rosca, a trava anaeróbica se distribui por todos os espaços vazios, preenchendo-os e expulsando o ar. Sem a presença do ar, a
trava se solidifica, proporcionando o travamento mais perfeito que se pode obter em qualquer montagem.
Ou seja, basta uma pequena gota do produto no parafuso para que ele preencha todos os
microespaços existentes entre o parafuso e a rosca, evitando que os espaços vazios permitam movimentações e posterior afrouxamento.
Além disso protege a montagem da umidade prevenindo contra oxidação e corrosão.
Os trava roscas estão disponíveis numa ampla variedade de ajustes para todas as suas
aplicações: alta resistência, média resistência, baixa resistência para partes pré-montadas e trava roscas pré-aplicados.
Diversas empresas já começaram a se preocupar com este tipo de problema. Três dias após o
apagão, uma grande empresa do setor elétrico fez uma compra substancial de trava roscas Henkel.
Henkel e Loctite - Fundada em 1953, a Loctite
atua no segmento de adesivos. Com sede mundial em Connecticut (E.U.A.), a empresa faz parte do Grupo Henkel, que possui 340 empresas
nos quatro continentes e tem seus produtos comercializados em mais de 70 países. No Brasil, a Loctite emprega aproximadamente 450
pessoas e está localizada em Itapevi (SP).
O mercado e as manufaturas Loctite utilizam alta tecnologia em lacres, adesivos e películas
em quase todos os países do mundo. Computadores, automóveis, aviões, aspiradores de pó, alto-falantes, seringas, cosméticos e
reprodutores de CDs são alguns dos itens que utilizam os produtos Loctite. A companhia também desenvolve equipamentos complexos
usados em aplicações e montagens.
Recentemente a Loctite adquiriu a empresa Dexter, que atua no setor de polímeros especiais,
ampliando o mercado com as marcas Hysol e Frekote. O setor adquirido inclui as áreas de materiais eletrônicos (empacotamento de
semicondutores e componentes elétricos e eletrônicos), sistemas adesivos e polímeros – adesivos de alta performance da marca Hysol,
para a indústria em geral, aeroespacial e desmoldantes poliméricos de elevado desempenho da marca Frekote, com mercado nos
segmentos de materiais plásticos compostos, elastômeros, borracha e laminados estruturais aeronáuticos.
No início de 2001, a Loctite recebeu as certificações ISO 14001 (Sistema de Gestão
Ambiental) e OHSAS 18001 (Sistema de Gestão de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho). Ambas as certificações aliadas às
certificações ISO 9002 (desde 1995) e QS 9000 (desde 1997), referentes a sistemas da qualidade, elevam ainda mais a competência da
companhia. A Loctite atua nos segmentos automobilístico, automotivo, industrial e eletrônico.
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