E-GOV FORUM 2001
Fórum do governo eletrônico
começa em SP
Na abertura
do evento e-Gov Forum 2001, a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy,
afirmou que o governo eletrônico é uma das prioridades para
a sua administração. Marta sublinhou os usos da tecnologia
que permitem um maior controle dos processos governamentais por parte do
cidadão. Segundo ela, o governo eletrônico pode contribuir
para “viabilizar modelos de gestão mais participativos”. Com organização
e promoção assinadas pela Mantel.com, o e-Gov Forum 2001
acontece até o dia 3/7/2001 na sede da Câmera Americana de
Comércio, localizada na capital paulista.
Marta calculou em R$ 2,5 milhões
a verba dedicada pela prefeitura a projetos relacionados à tecnologia,
sem contudo especificar se o total da quantia seria voltado para o atendimento
ao cidadão ou se esse objetivo teria de dividir espaço no
orçamento com a necessidade de aumento da eficiência interna
do governo municipal.
No campo da universalização
do acesso, a prefeitura já instalou 40 pontos de acesso de uso gratuito
no município, chamados telecentros, declarou a prefeita.
Cada um dos telecentros, explicou ela, conta com computadores e professores
à disposição dos usuários. Em suas iniciativas
de implantação de governo eletrônico, a prefeita afirmou
sua disposição de buscar associações com o
setor privado. Marta declarou que a administração “estará
interessada” em firmar parcerias com empresas.
Pesquisa - A PricewaterhouseCoopers
divulgou no dia 2/7/2001, durante o evento e-Gov Forum 2001, os resultados
de pesquisa realizada em parceria com a Mantel.com sobre o tratamento dado
pelo governo às questões levantadas pela nova economia, em
especial os negócios eletrônicos. O estudo reuniu questionários
respondidos durante os eventos organizados pela Mantel.com, nas sessões
do Executive Mind Share, onde os congressistas se reúnem para debater
temas específicos relacionados à tecnologia.
Segundo o presidente da Mantel.com,
Robert Janssen, o objetivo do Executive Mind Share é “promover,
de maneira estruturada, a interação e troca de experiências”
entre os congressistas dos eventos de tecnologia, “compartilhando conhecimento
executivo e incentivando a formação de novas parcerias, novos
relacionamentos e novos negócios”.
Um dos diferenciais da iniciativa
é levar a troca de informações para a Web, ampliando
a discussão para além da data de realização
dos eventos. “Quebramos o paradigma de que o congresso só acontece
durante dois ou três dias”, disse Robert. “Os executivos continuam
debatendo na Internet, durante cerca de 25 dias, aqueles temas que já
haviam sido levantados durante o evento”, declarou. Na versão conectada
do Executive Mind Share, a Mantel.com utiliza a tecnologia Enterprise Solution
Provider da Expoline.
Prévia - Os dados divulgados
foram uma prévia do relatório final, que será publicado
daqui a duas semanas, segundo Álvaro Taiar, sócio da PricewaterhouseCoopers.
Álvaro adiantou que, na etapa posterior da divulgação,
o objetivo será mostrar o que as empresas irão fazer no cenário
atual de falta de legislação específica sobre o comércio
eletrônico. O estudo ouviu um total de 177 empresários de
tecnologia da informação, com ênfase nas áreas
de segurança e negócios eletrônicos.
Entre os resultados da pesquisa,
Álvaro destacou que 11,85% dos executivos entrevistados citaram
as assinaturas digitais garantidas por autoridades certificadoras como
uma das matérias que devem ser objeto de legislação
específica no futuro. Além disso, a validade dos contratos
eletrônicos foi citada por outros 11,56%. Segundo o sócio
da PricewaterhouseCoopers, isso mostra que os empresários sentem
a falta de uma ação mais positiva do governo para garantir
a credibilidade das transações eletrônicas. “Essas
duas questões, se consideradas em conjunto, foram citadas por quase
um quarto dos entrevistados”, disse Álvaro.
O estudo abordou ainda o possível
impacto dos negócios eletrônicos na livre concorrência,
devido à formação de grandes portais de negócios
entre empresas que representem porções significativas do
mercado. Do total de entrevistados, um quarto entende que não há
modificação concorrencial com o advento do comércio
eletrônico. Além disso, 40% afirmou que a constituição
de portais de negócios entre empresas não implica conseqüências
que possam afetar a ordem econômica.
De acordo com Álvaro, esses
resultados, apesar de minoritários no conjunto, são “relevantes
e preocupantes” em vista do fato de que as empresas não estão
adaptando suas estratégias à nova economia. Apenas 55% das
empresas que reconhecem o impacto dos portais negócios entre empresas
na concorrência analisaram estes aspectos do ponto de vista legal
antes da elaboração de seus portais, de acordo com a pesquisa.
Segundo o advogado Richard Blanchet, da Castro, Campos e Associados, “a
grande mensagem é que todos os grandes portais de negócios
entre empresas precisam ser analisados da mesma maneira que as operações
normais, fora da Internet”.
Tributos - O tema da tributação
do comércio eletrônico também foi tratado na pesquisa.
Álvaro destacou que 63,96% dos executivos entrevistados defende
a criação de regras específicas de tributação
do comércio eletrônico. No entanto, Álvaro e Richard
concordam que “esse não é o caminho”. Ambos apontaram a adaptação
das regras atuais às situações da nova economia como
a solução mais adequada para o problema.
Álvaro atribuiu esse resultado
do estudo à situação “atrapalhada” em que se encontram
hoje as empresas como resultado da política atual de tributação.
“O setor privado está tão atrapalhado com tantos impostos
que lhes parece mais agradável a idéia da criação
de novas regras para o negócios eletrônicos, por exemplo um
imposto único para transações em rede”, disse. A criação
do Bit Tax, imposto exclusivo para negócios concretizados
pela Internet, foi defendida por 16% dos entrevistados.
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