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Última modificação em (mês/dia/ano/horário): 03/20/01 14:55:22
MIR
Risco na desintegração é considerado nulo

Pelo menos dez vezes por ano, asteróides de tamanho mais significativo entram na atmosfera terrestre, e os flashes causados por suas explosões são acompanhados pelos cientistas encarregados de monitorar os satélites em órbita.  No ano 2000, um asteróide de 200 toneladas, portanto 50% maior que a estrutura da Mir, entrou na atmosfera com o barulho de um avião caça supersônico e se transformou numa brilhante bola de fogo sobre o território canadense do Yukon. Os cientistas recolheram depois fragmentos do asteróide perto do lago Tagish: os maiores tinham peso de apenas algumas centenas de gramas.
Página do centro russo de controle da missão prevê a queda da Mir no dia 28/3/2001
Para os cientistas, portanto, não há riscos importantes, já que a estação espacial russa é comparativamente bem pequena, e sua reentrada na atmosfera deve apenas oferecer um belo espetáculo. Porém, em casos assim não é tanto o peso que importa, pois ele é consideravelmente multiplicado pela velocidade alcançada. Assim, as pouco mais de 135 toneladas da Mir representam 50 Terajoules de energia cinética a ser dissipada no momento da reentrada na atmosfera.

Como a estrutura foi montada em órbita, não precisando seguir os padrões de aerodinâmica usados na aviação, sua reentrada na atmosfera deverá causar a divisão imediata da estação em pelo menos seis blocos de mais de 20 toneladas cada um, como explica Nicholas Johnson, cientista-chefe e gerente do programa de estudos sobre objetos em órbita no Centro Espacial Johnson, da agência aeroespacial norte-americana Nasa. Assim, serão vistos como se fossem pequenos cometas, acompanhados por pequenas bolas de fogo. "O risco para as pessoas na Terra é virtualmente zero", diz Nicholas, lembrando que sua queda controlada é A estação Mir em órbita, vista de outra nave espacial, tendo ao fundo a superfície terrestremuito mais segura que a entrada dos asteróides na atmosfera, que ocorre várias vezes ao ano.

Das 135 toneladas da Mir, apenas cerca de 20 toneladas chegarão à superfície da Terra (o resto será destruído pelo calor do atrito com a atmosfera), pulverizados em uma grande quantidade de partículas. Viajando à velocidade de 160 a 240 quilômetros por hora, a estação espacial poderá ser vista nas órbitas finais por quem esteja posicionado à direita de sua órbita, refletindo a luz do Sol como se fosse uma estrela de segunda grandeza.

Conforme o centro de controle da missão em Moscou, a nave - que orbitava a 375 km de altura (próxima à linha do Equador, entre 52° de latitude Norte e 52° de latitude Sul, cumprindo uma órbita completa a cada 90 minutos) - vem se aproximando da Terra, em sua órbita de queda, cerca de 1,5 km por dia (no dia 19/3, estava a 220 km de altura). Como o processo vai sendo acelerado pela atração gravitacional, a previsão é de que a reentrada final na atmosfera ocorra até o dia 28/3. Nesse processo, a estação está sendo guiada por uma nave Progress que foi acoplada à estrutura para essa finalidade, realizando as manobras necessárias à manutenção da órbita correta de reentrada. 

E, segundo ainda Nicholas Johnson, os russos são especialistas nesse trabalho: desde 1978 já promoveram a reentrada na atmosfera de 80 naves Progress e cinco estações espaciais Salyut naquela mesma área do Pacífico. Duas Progress já retornaram assim neste ano, e a que acompanha a Mir será a terceira. A última estação russa a retornar foi a Salyut 6, de 40 toneladas, em julho de 1982. A mesma técnica será empregada no retorno da Mir, agora.

Página em inglês do centro de controle da missão espacial Mir, de Moscou
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