Em entrevista coletiva à imprensa na sede da empresa, no Rio de Janeiro, em 14/3/2001, o vice-presidente de Marketing e Vendas da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel), Eduardo Levy, anunciou o início das operações na Argentina de sua controladora WorldCom. Esses serviços no vizinho país serão prestados por meio da Embratel, considerada a maior empresa de telecomunicações da América Latina.

"Contando com a sua larga experiência em prestação de serviços avançados de telecomunicações para empresas do mercado brasileiro, a Embratel, uma companhia WorldCom, é a primeira empresa de telecomunicações do Brasil a se instalar em outro país da América do Sul para oferecer, no mercado sul-americano, a mesma infra-estrutura e o apoio para que seus clientes cresçam e ampliem suas atividades", destacou a empresa, ao anunciar os novos serviços.

Meditech -  A Embratel participou como backbone oficial Internet da exposição Meditech, de 11 a 14/3/2001, no Pavilhão de Convenções do Anhembi, em São Paulo, onde apresentou as soluções tecnológicas utilizadas pelas empresas Conexão Médica e Card Guard. O evento se destinou aos profissionais de saúde e contou com o apoio oficial da Associação Médica Brasileira (AMB), cujo objetivo é expor e discutir novas tecnologias para a saúde, estimulando a realização de negócios e investimentos no setor.

A Conexão Médica é uma rede de instituições médicas com a participação dos mais importantes hospitais e profissionais da área. Ela torna disponível à classe médica o mais avançado programa de atualização continuada à distância, trazendo as últimas novidades no tratamento de doenças cardíacas, câncer e HIV, além de medicina fetal, entre outras especialidades, por meio de vídeo digital em banda larga numa rede IP independente via satélite.

A Card Guard, empresa já estabelecida na Europa, nos EUA e no Japão, traz para o Brasil a tecnologia de monitoração transtelefônica de pacientes nas áreas de cardiologia, pneumologia e obstetrícia, oferecendo aos provedores de serviços uma solução única e integrada de telemonitoração para gerenciamento de doenças, com equipamentos de avaliação e diagnóstico remoto para diversas especialidades médicas.

A Embratel, primeira empresa de telecomunicações do País a construir uma supervia digital de telecomunicações, de âmbito nacional e internacional e de tecnologia avançada, possui uma rede de fibra óptica própria com um milhão de quilômetros, além de 24 mil quilômetros de rede de microondas 100% digital e uma rede nacional de comunicação por satélite com mais de 80 estações terrenas, "o que lhe permite prestar serviços de telefonia, dados e Internet com qualidade, rapidez e confiabilidade", como divulga essa empresa.

Serviços fim-a-fim - Em 1/2001, a Embratel Participações S.A., a empresa que detém 98,8% da Embratel, anunciou que não estaria submetendo propostas para as licenças de Serviço Móvel Pessoal (SMP) que estavam sendo leiloadas no Brasil, pois seu objetivo era se concentrar no provimento de serviços fim-a-fim, alavancando assim sua liderança em serviços nos mercados empresarial, de dados e de Internet. 

Segundo divulgou, a estratégia dessa empresa é tirar proveito de suas vantagens competitivas existentes para desenvolver sua capacidade de prover serviços locais, além de continuar a agregar valor aos serviços já prestados a seus clientes. 

Desde 1998, a Embratel investiu mais de R$ 700 milhões em infra-estrutura local construindo a maior rede alternativa às redes das Teles locais: tem mais de 600 km de rotas de cabos ópticos, com mais de 50 mil km de fibras metropolitanas, incluindo anéis urbanos, além de mais de 14 mil prédios conectados via fibra e rádio digital. Até 2002, terão sido investidos R$ 2 a 3 bilhões. 

Grande parte do investimento que a Embratel fará neste ano será dedicada a acesso local. A rede metropolitana da Embratel será estendida a outras cidades como Campinas, Vitória e Florianópolis, assim como para cidades médias no estado de São Paulo e no resto do Brasil. A rede local usará várias tecnologias, como fibra óptica, radio digital (fixed-wireless) e ligações digitais para assegurar a alta qualidade, a instalação eficiente e a agilidade mercadológica. A Embratel também investirá para praticamente dobrar o número de pontos de presença e analisará oportunidades para oferecer serviços para prédios e condomínios, contando atingir, até o final deste ano, as metas de universalização de 2003. 

A empresa comunicou em janeiro estar confiante em que a Anatel tornará possível o compartilhamento das redes locais, permitindo então uma verdadeira competição nos serviços locais. Uma vez especificadas as regras, a empresa poderá avaliar os investimentos adequados.

Tendo o foco acima descrito em mente, a Embratel decidiu não submeter propostas para as licenças de SMP cujo processo de leilão então ocorria no Brasil. Nos seis meses anteriores, a empresa analisou essa oportunidade cuidadosamente tanto pelo aspecto econômico como pelas sinergias oferecidas e também pelo potencial de dividir riscos através de parcerias. A razão pela qual resolveu não fazer propostas levou em conta as seguintes considerações: 

(1) A Embratel decidiu empregar seu capital no negócio local nesse momento; 

(2) dado as condições atuais de financiamento, a situação ótima teria sido a de dividir o risco através de uma associação mas as oportunidades eram limitadas; 

(3) a baixa probabilidade de obtenção de uma licença nacional a um custo que gerasse retorno adequado aos acionistas.

"A Embratel - informou a empresa - acredita que a empresa se beneficiará por manter sua flexibilidade estratégica e financeira à medida que esse mercado dinâmico evolui. A empresa continuará a analisar oportunidades de investimento em telecomunicações móveis e outros segmentos. A Embratel está em ótima posição para servir a nova demanda dos vencedores das licenças de SMP que necessitarão de uma rede com cobertura nacional, infraestrutura e serviços de atendimento a clientes. Além disso, a Embratel está pronta para distribuir serviço móvel utilizando sua presença nacional."

"A Embratel continuará a oferecer no Brasil, em âmbito nacional e internacional, vários serviços de dados, Internet, voz avançada e básica, além disso dará continuidade a sua expansão na América do Sul, alavancando e complementando os ativos e as atividades da WorldCom", completou o comunicado do início de 2001.

Veja mais:
Worldcom cria unidade latino-americana