South-Net investe US$ 210 milhões
na A.Latina
Veja as novas tendências
e previsões para o e-business
Com a
promessa de movimentar a Internet nacional, desenvolvendo e acelerando
negócios - pretende investir US$ 210 milhões na América
Latina -, a incubadora de projetos South-Net
Holding já está no Brasil, analisando projetos na Internet
que estejam em fase embrionária, para o estabelecimento de parcerias.
Mantendo canal aberto com o mercado latino-americano de Internet, já
recebeu mais de 80 propostas, das quais pretende aprovar apenas seis no
primeiro ano para depois ir aumentando gradativamente este número,
de forma a manter o padrão de qualidade e garantir o sucesso dos
projetos aprovados.
Criada pelo Southern Cross Latin
America Private Equity Fund - um fundo que atua como gestor de ações
financeiras e operacionais -, em parceria com empresários brasileiros
(Alexandre Correa e Fábio de Paula) e argentinos (Ronaldo Strazzolini,
Sebastián Villa, Gustavo Loforte e Marcelo Grimoldi), a empresa
apresenta uma diferença principal em relação aos investidores
que há algum tempo surgiram no mercado para apoiar empreendimentos
apenas com recursos financeiros: a prestação de serviços.
"Acreditamos que a velocidade é
vital neste ramo e, por isso, procuramos acelerar o crescimento de projetos",
afirma Thomaz Yazima, sócio-diretor e porta-voz da South-Net no
Brasil. "Nossas vantagens competitivas estão apoiadas na direta
gestão dos empreendimentos, parcerias estratégicas para implementação
da plataforma tecnológica e acesso ao capital para investimentos",
completa.
Tendo iniciado seu funcionamento
em novembro de 1999 na Argentina, a South-Net tem como próximas
metas, depois do Brasil, também o Chile e o México. De acordo
com o porta-voz, um dos objetivos da holding é focar inicialmente
em comércio eletrônico, introduzindo o conceito de metamarket.
"Pretendemos ter não só uma plataforma de informações
em cada site, mas também uma plataforma transacional, onde serão
comercializados bens e produtos", diz ele.
Seu primeiro projeto foi o site DeAutos,
implantado na Argentina há menos de 60 dias e que já contabiliza
diariamente cerca de 50 mil page-views, além de milhares
de usuários registrados. Entre outros benefícios aos usuários,
o DeAutos mostra ofertas de veículos novos e usados, catálogo
de marcas e modelos, notícias e reportagens sobre automobilismo,
opiniões e até valores de consertos.
Seleção - A
empresa analisa as novas idéias de forma bastante criteriosa, explica
Thomaz Yazima. A seleção dos projetos leva em conta o conceito
do negócio, as oportunidades de mercado, a estratégia de
implementação, a capacidade gerencial da equipe e um plano
financeiro minucioso, onde devem constar não só o valor do
investimento necessário, mas também a alocação
dos recursos e as estimativas de retorno.
Outro
ponto importante é que a holding possui toda a estrutura
necessária para que profissionais das áreas de criação,
técnica e gerencial colaborem no desenvolvimento dos projetos. Além
disso, conta com parcerias estratégicas - com empresas como a IBM
e outros integradores de sistemas, webdesigners e provedores de
hardware e software - para a solução de problemas
específicos e para que proporcionem a qualidade exigida aos empreendimentos.
Tendência mundial é
aliar investimentos à prestação de serviços
Devido
ao crescente interesse despertado pela Internet e ao surpreendente aumento
no número de usuários, empreendedores do setor começaram
a buscar mais e mais investimentos para alavancar seus projetos. Em contrapartida,
grandes companhias passaram a fornecer milhões de dólares
em capital de risco. Isso é comprovado por números como os
da Pricewaterhouse-Coopers, que indicam que entre outubro e dezembro de
1999 novas rempresas da Internet receberam US$ 5,2 bilhões, quase
cinco vezes a mais do que no mesmo período de 1998.
Recentemente, no entanto, empreendedores
e investidores constataram que apenas capital não basta: para manutenção
dos projetos, faltam tecnologia de ponta, conhecimentos sobre a rede mundial
de computadores e profissionais experientes como executivos, programadores
e webdesigners. Assim, começaram a ser criadas as incubadoras de
Internet, empresas que se comprometem a fornecer, além dos recursos
financeiros, estes outros elementos indispensáveis às novas
empresas.
Em outras palavras, a principal função
das incubadoras da Internet é auxiliar, nos primeiros e difíceis
meses de existência, empresas que desejam iniciar um negócio
na rede mundial de computadores. E é neste contexto que a South-Net
se encaixa. Prestando um serviço completo aos empreendimentos em
estágio embrionário, a holding exige em troca uma
participação nestes e busca aprimorá-los ao máximo,
o que se torna uma vantagem aos criadores.
O fato é que as incubadoras
de Internet vêm se valorizando a cada instante e hoje existem algumas
que já são orçadas em mais de US$ 20 bilhões,
como a CMGI e a ICG. A primeira tem participação em sites
populares de busca como Lycos e AltaVista
e a segunda é dona de várias firmas de comércio eletrônico.
E-commerce deverá movimentar
mais de
US$ 1 trilhão até
2003
São
bastante otimistas as expectativas para os próximos três anos
na área do comércio eletrônico (e-commerce).
De acordo com o Instituto eMarketer, que realizou a pesquisa eBusiness
Report, o volume de transações eletrônicas em todo
o mundo passará dos US$ 100 bilhões movimentados no ano passado
para US$ 1,24 trilhão em 2003, incluindo comércio eletrônico
e relações business-to-business (negócios entre
empresas), consumers-to-consumers (de consumidor para consumidor)
e business-to-consumers (negócios entre empresas e consumidores).
Esta previsão é superada
pelo Boston Consulting Group, que fornece o mesmo número de US$
1 trilhão, só que relacionado apenas ao continente americano.
Isso, no entanto, não é uma surpresa, já que os Estados
Unidos detêm 75% do e-commerce e do e-business globais.
Ainda segundo os analistas do eMarketer,
o número de sites ativos duplicou no último ano. Hoje já
chega a 850 mil e tudo indica que atingirá a marca de 2,3 milhões
nos próximos quatro anos. A pesquisa aponta também que as
pequenas empresas apresentarão os maiores avanços em rendimentos
de varejo on-line. Seus volumes de negócios deverão
passar dos US$ 14,3 bilhões registrados em 1999 para US$ 11 bilhões
em 2003.
Os números vão mais
longe. Informações da consultoria norte-americana International
Data Corporation (IDC) estimam que cerca de 31 milhões de pessoas
adquiriram algum produto ou serviço através da rede mundial
de computadores em 1998 e apostam que este número crescerá
para 183 milhões até 2003.
Neste contexto, espera-se que o Brasil
- que já soma cerca de 8 milhões de pessoas com algum tipo
de acesso à rede (sendo 3,3 milhões de usuários regulares)
- responda até 12/2000 por 88% do comércio eletrônico
da América Latina. Para isso, no entanto, mais empresas precisam
investir no setor, pois somente 26% das compras on-line ocorrem
em sites nacionais. A grande maioria acontece em sites norte-americanos,
como Amazon Books e Yahoo.
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