Como qualquer outro veículo, o bonde também está
sujeito a acidentes de trânsito, e é dos arquivos policiais santistas que o pesquisador Waldir Rueda extraiu estas imagens, oferecidas a Novo
Milênio/O Bonde. A primeira é de uma colisão ocorrida em 4 de abril de 1952, envolvendo um bonde da linha 10:
Outro bonde da mesma linha 10 se acidentou na Rua General Câmara, defronte ao número
249, em 1956:
Um terceiro bonde da mesma linha 10, o de prefixo 202, colidiu em 24 de janeiro de
1958 com o caminhão de placas 4797, na Avenida Conselheiro Nébias com a Rua Alexandre Herculano (à direita, note-se a antiga Casa Amarela da
Faculdade Católica de Direito):
Os antigos arquivos policiais santistas, hoje conservados pela polícia em Praia
Grande, registram fotograficamente também esta colisão de um bonde da linha 4, prefixo 244, com um caminhão, na esquina da Avenida Conselheiro
Nébias com a Rua João Pessoa, ocorrida em 16 de julho de 1956:
Num dia chuvoso da década de 1950, o bonde prefixo 264, na linha 1, abalroou o
caminhão de placas 49-20-03, na Rua Visconde do Embaré, defronte ao número 46. A foto também é dos arquivos policiais, cedida pelo pesquisador
Waldir Rueda:
Este bonde da linha 42 se encontrou com o veículo de placas 28-56-95, defronte à
antiga casa Oiram (Mário, ao contrário), na Rua Senador Feijó (próximo à esquina da Rua General Câmara):
Já o bonde prefixo 182, da linha 52, atingiu um caminhão de mercadorias, em mais um
acidente que, como de costume, atraiu grande número de curiosos, nas proximidades da confluência da Rua Conselheiro Nébias com a Avenida São
Francisco:
Waldir encontrou ainda esta foto da colisão de um antigo ônibus "Papa Fila" com um
bonde da linha 19 e prefixo 312, registrada pelo fotógrafo da polícia em 14 de agosto de 1958, na Praça dos Andradas, confluência com Rua XV de
Novembro (o prédio ao fundo foi substituído pelo Edifício Rubiácea, ao seu lado era vista a Pensão Mercúrio, seguindo-se o restaurante Valentim e
outros estabelecimentos comerciais. O prédio da esquina, por trás do bonde, foi derrubado e substituído por um
estacionamento de veículos):
No antigo jornal santista O Diário, edição de 22 de julho de 1941, página 7, Waldir
encontrou a notícia (ortografia atualizada na transcrição):
O pequeno caminhão de entrega de leite e
o bonde, na posição em que ficaram, logo após o desastre
Imagem: reprodução parcial da página 7 do
exemplar de O Diário de 22/7/1941
Chocaram-se violentamente o carro de leite e o bonde
Seriam 12,40 horas de ontem, mais ou menos, quando na esquina das ruas Lucas Fortunato e
Comendador Martins verificou-se uma violenta colisão de veículos, não se registrando, felizmente, ferimentos graves em qualquer pessoa.
Naquele local chocaram-se fragorosamente o pequeno auto-caminhão de chapa n. 172.212, de entrega
de leite da firma União, e o bonde n. 28, linha Especial, no qual trabalhava o motorneiro José Bargas, brasileiro, solteiro, de 21 anos de idade,
residente à Rua Projetada 183, casa n. 24, e que nada sofreu.
Em conseqüência da colisão, o carro de entrega de leite tombou junto à plataforma dianteira do
bonde, que o apanhou, do que resultou ficar levemente ferido o motorneiro do mesmo, Arnaldo de Campos, brasileiro, solteiro, de 28 anos de idade,
residente à Avenida Washington Luís n. 137.
O motorista acidentado foi removido para o Pronto-Socorro, onde recebeu
os curativos de que necessitava, depois do que regressou para sua residência, tendo sido, sobre o fato, instaurado o competente inquérito, que
correrá pelo cartório da 2ª Delegacia de Polícia, sob a presidência do dr. Marcondes de Camargo.
E, numa exposição sobre os bondes santistas, foi apresentada ainda esta
imagem de um bonde expresso (linha Y) que em meados do século XX atropelou um caminhão com sacas de café, a caminho da Praça Ruy Barbosa, na
Rua Tuyuty, ao lado do armazém 1 do porto:
Foram muitos os acidentes envolvendo bondes. Tantos,
que continuam na próxima página... |