Culto foi celebrado no laboratório da faculdade, pelo padre Arcídeo Favreto
Foto: Paulo Freitas, publicada com a matéria
MEDICINA
Missa do Cadáver completa 40 anos
Da Redação
Mantendo uma tradição de exatos 40 anos, a
Faculdade de Medicina do Unilus realizou ontem a Missa do Cadáver, celebrada em respeito aos corpos que são objetos de
estudos durante o curso.
No início da tarde, cerca de 120 universitários se reuniram em um laboratório para
ouvir as palavras do padre Arcídeo Favreto, da Igreja Santa Cruz, na Vila Mathias.
"Procuro passar a eles uma mensagem de respeito por essas
almas, que um dia já foram como nós", afirma o religioso, que há uma década celebra a missa na faculdade, entre dezenas
de órgãos e ossos humanos. "Para mim, é como se estivesse na igreja. Deus é sempre o mesmo".
A tradicional missa é realizada todos os anos com os primeiranistas de Medicina, antes
que eles comecem a estudar e manusear os cadáveres nas aulas de Anatomia.
Segundo Nelson Teixeira, reitor do Unilus, a celebração é um gesto de respeito aos
mortos, que a partir deste ano valerá também para alunos dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia.
"Nem todas as faculdades de Medicina fazem a missas. Mas,
para nós, é uma tradição que vem desde 1967, quando inauguramos o curso", conta.
Todos os corpos usados para estudos são obtidos legalmente - a maioria é de pessoas
que morreram como indigentes. Segundo o reitor do Unilus, a faculdade trabalha atualmente com apenas 12 cadáveres.
"O ideal seria pelo menos 30, mas está muito difícil
conseguir corpos por causa do aumento da demanda", diz Teixeira. |