Imagem: reprodução parcial da matéria original
Por que Santos é o centro sindical número um do Brasil
Dos 41.079 trabalhadores existentes nesta cidade, 16.050 são sindicalizados -
Conquanto os maiores índices de sindicalização não atinjam 10%, aqui ele é de 38,7% - Demonstração que justifica o "slogan"
Se existe cidade no Brasil onde o sindicalismo é de fato
uma expressão real, concreta e que não deixa margem a dúvidas, essa cidade é Santos.
Sempre que tivemos oportunidade, nunca deixamos de patentear esse fato, através do
slogan já muito conhecido e popularizado: "Santos é o centro sindical número um do Brasil".
Hoje, numa justificativa plausível, apresentamos aos nossos leitores um quadro real do
movimento sindical-trabalhista desta cidade, cuja leitura, por si só, basta para evidenciar a potência do sindicalismo santista.
Ei-lo:
Categorias profissionais
|
Compo-
nentes da
categoria
|
Sindica-
lizados
|
Trabalhadores em panificação,
confeitarias e similares |
310
|
257
|
Trabalhadores em trigo, milho e
mandioca |
1.800
|
320
|
Trabalhadores em construção civil |
6.314
|
465
|
Trabalhadores na extração de mármores,
calcáreos e pedreiras |
470
|
208
|
Trabalhadores nas indústrias gráficas |
300
|
270
|
Trabalhadores nas inds. mecânicas,
metalúrgicas e do material elétrico |
1.198
|
230
|
Empregados no comércio |
4.689
|
2.000
|
Ajudantes de despachantes aduaneiros |
146
|
106
|
Auxiliares da administração do
comércio armazenador |
1.014
|
928
|
Operários no comércio armazenador,
carregadores e ensacadores de café |
2.379
|
876
|
Empregados no comércio hoteleiro e
similares |
1.218
|
800
|
Empregados em casas de diversões |
480
|
158
|
Oficiais barb., cabeleireiros e
similares |
837
|
160
|
Motoristas e condutores da marinha
mercante |
216
|
150
|
Conferentes e consertadores de carga e
descarga |
400
|
358
|
Estivadores |
2.547
|
1.828
|
Operários nos serviços portuários |
6.768
|
3.150
|
Empregados na administração dos
serviços portuários |
--
|
523
|
Condutores de veículos rodoviários |
4.116
|
850
|
Trabalhadores em empresas de carris
urbanos |
1.000
|
770
|
Empregados em estabelecimentos
bancários |
665
|
495
|
Telegrafistas e radiotelegrafistas |
60
|
40
|
Trabalhadores em empresas telefônicas |
423
|
--
|
Trabalhadores ferroviários |
611
|
--
|
Contramestres marinheiros, moços e
remadores em transportes marítimos |
480
|
210
|
Jornalistas profissionais |
42
|
39
|
Taifeiros culinários e panificadores
marítimos |
187
|
46
|
Corretores de café |
350
|
343
|
Corretores de navios |
30
|
25
|
Despachantes aduaneiros |
--
|
139
|
Carregadores e transportadores de
bagagens no porto |
40
|
40
|
Trabalhadores nas ind. de bebidas e do
frio |
414
|
230
|
Odontologistas |
142
|
36
|
Enfermeiros |
283
|
100
|
Empregados em escritórios de empresas
de navegação |
350
|
--
|
Professores de ensino secundário e
primário |
400
|
50
|
TOTAL
|
41.079
|
16.050
|
Apesar de serem os dados acima oficiais, naturalmente, em certas categorias
profissionais serão encontradas algumas diferenças, as quais, entretanto, para a exposição que estamos fazendo, pouco ou nada influem.
Para acharmos a porcentagem de 38,7%, desprezamos as categorias onde, havendo número
de componentes, não houvesse um número correspondente na coluna de "Sindicalizados", e vice-versa.
Assim, de 41.079, deduzimos 423, mais 611 e mais 350, num total de 1.384, reduzindo-se
aquela coluna, para efeito de cálculo, a 39.695. De 16.050, deduzimos 523, mais 139, num total de 662, restando 15.338.
Com os números 39.695, referente a trabalhadores, e 15.338, referente a
sindicalizados, chegamos à conclusão de que em Santos a porcentagem de sindicalização é de 38,87%!
Ainda há pouco tempo, o índice da sindicalização, principalmente nos Estados onde
havia maior número de sindicatos, a principiar por São Paulo, não chegava a 10%!
Lógico que Santos, apresentando o significativo índice de 38,7%, está, inegavelmente,
na vanguarda do sindicalismo brasileiro.
Tal fato muito nos envaidece, pois o sindicalismo santista não é só representado por
números, eis que, no terreno das iniciativas e das realizações, sempre tem sido o vanguardeiro.
Temos razões de sobra para repetir: "Santos é o centro sindical número um do
Brasil". |
Massa trabalhista do Brasil
É das mais interessantes, sem dúvida, a distribuição da massa trabalhista do Brasil, tendo em vista dados do
Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
Ocupa o primeiro lugar, como é lógico, o trabalhador do campo, seguido pelo
industriário e pelo comerciário.
É o seguinte o quadro que apresenta, organizado em 1941:
Trabalhadores na agricultura, pecuária e indústrias rurais (estimativa) |
8.860.000
|
Industriários |
956.088
|
Comerciários |
500.000
|
Empregados em transportes e cargas |
210.000
|
Ferroviários |
172.524
|
Trabalhadores nos serviços públicos por concessão |
96.483
|
Marítimos e portuários |
55.867
|
Bancários |
25.626
|
Trabalhadores na estiva |
21.338
|
Outras atividades (estimativa) |
1.911.000
|
Total |
12.808.926
|
Constata-se, pela leitura dos números acima, que o nosso país, apesar do seu grande
desenvolvimento industrial e comercial, ainda continua a ter, como base da sua economia, a agricultura e a pecuária.
Mais da metade dos trabalhadores nacionais é composta de camponeses, os quais, até
agora, ainda não receberam o amparo da sindicalização e da previdência social. |