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HISTÓRIAS E LENDAS DE SANTOS - Colônia lusa
A cidade dos portugueses (22)

Álbum mostra o perfil da colônia portuguesa em Santos e no Brasil, em 1929
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Organizado para representar a colônia luso-brasileira na Exposição Ibero-AmericanaClique na imagem para voltar ao início deste álbum realizada em Sevilha em 1929, este Álbum da Colônia Portuguesa no Brasil, com cerca de 600 páginas, foi encontrado incompleto no acervo da Sociedade Humanitária dos Empregados no Comércio de Santos (SHEC). Editado no próprio ano de 1929 por Teófilo Carinhas, e confeccionado nas oficinas gráficas da publicação Numero..., de Carinhas & Cia. Ltda., no Rio de Janeiro, é parcialmente reproduzido nestas páginas, com ortografia atualizada:
 


Imagem: reprodução da página 403 do álbum

Consulado de Portugal

Na cidade de Santos, terra onde floresceram tantas e tão nobres iniciativas e onde perduram as mais belas e antigas tradições portuguesas, a nossa repartição consular tem uma brilhante folha de serviços prestados por individualidades que se destacaram na vida citadina.

Santos, fundada pelo portuense Braz Cubas, apresenta o seu Paço Municipal edificado e custeado pelo português Neto, que propunha fazer de Santos a capital do Estado e que só a Constituição Brasileira, então, proibia fossem as novéis capitais estabelecidas em portos de mar.

No tempo do Império, na histórica vila, hoje cidade de Nossa Senhora de Itanhaém, existia um vice-consulado português, bem como um outro vice-consulado na antiqüíssima cidade de São Vicente, hoje considerada um dos subúrbios de Santos.

Por motivos que ignoramos, aqueles postos consulares extinguiram-se, ficando abandonados os seus preciosos arquivos. Consta-nos, porém, existir uma parte do arquivo e mobiliário da Chancelaria de Conceição de Itanhaém entregue à guarda duma benquista família brasileira.

Em Santos havia um vice-consulado que, já no regime republicano, foi elevado à categoria de Consulado de 1ª classe, em virtude da importância, sempre crescente, do seu porto de mar, por onde trafegam as mercadorias dos Estados de Mato Grosso, Goiás, Minas, S. Paulo e Paraná.

Dos titulares desse vice-consulado só se conhecem os seus nomes a começar de 1857, pois o arquivo anterior desapareceu com a mudança constante - e por vezes perniciosa ao bom serviço consular - dos respectivos gerentes.

Foram eles os seguintes, por ordem cronológica: Vitorino José Gomes Carmilo; José Joaquim de Sousa Airam Martins; dr. Lino Cassiano Jardim; comendador Luís de Matos, falecido em 1925 no Rio de Janeiro; dr. José da Cunha e Costa, falecido recentemente em Lisboa, onde se destacou notavelmente na advocacia; Zeferino Lourenço Martins (barão de Lourenço Martins), atualmente residindo em Portugal; dr. Manuel Homem de Betencourt; Vasco Martins Morgado; Luís Danin Lobo, oficial da armada e falecido em Santos, vítima da gripe pneumônica; senador José Augusto Ribeiro de Melo; dr. Julio Augusto Borges dos Santos, que é o atual e a quem prestamos a nossa homenagem por ser um dos funcionários consulares que mais útil tem sido à colônia e ao prestígio de Portugal, bem como às amistosas relações dos dois países.

Do Anuário Diplomático e Consular Português extraímos os seguintes dados biográficos do ilustre cônsul dr. Borges dos Santos:

Formado com o Curso Superior de Letras. Nomeado, precedendo concurso, cônsul de 3ª classe, e colocado em Cidade Rodrigo (N.E.: Ciudad Rodrigo, município da Espanha na província de Salamanca, na comunidade autónoma de Castela e Leão), por decreto de 21 de setembro de 1912. Tomou posse do seu lugar em 12 de novembro.

Por decreto de 10 de outubro de 1916 foi promovido a cônsul de 2ª classe. Em março do ano seguinte foi nomeado cônsul em Manaus. Em julho de 1921 foi transferido para Zanzibar (N.E.: arquipélago na costa da Tanzânia) e em 13 de julho de 1924 para Santos, onde tem dado as melhores provas, aumentando desde então consideravelmente o número de inscrições consulares.

Como vice-cônsules e gerentes do consulado, ali estiveram também os srs. A. Mirandeira, Mariano da Camara Leite e Vicente Ferreira. Atualmente exerce o cargo de vice-cônsul o sr. Artur Ferreira da Silva, que durante anos exerceu iguais funções no Amazonas, onde deixou as maiores simpatias pelas suas qualidades, pelo zelo, atividade e patriotismo.

Em 1908 existiam inscritos em Santos (na Chancelaria Consular) somente 234 portugueses. De 1912 em diante principiaram crescendo as inscrições, a ponto de em 1928 atingirem o número de 33.969!

É de grande importância este número, em uma colônia computada em aproximadamente 40.000 cidadãos portugueses, afora os dispersos pelo vasto litoral e sítios.

São bem eloqüentes estes números para definir a ação de um cônsul, a sua atividade, e o dr. Borges dos Santos pode se considerar um dos mais valiosos elementos do corpo consular português, devendo salientar-se a sua eficacíssima ação em prol da mais estreita união de portugueses e brasileiros, assim como do aproveitamento melhor das boas atividades em iniciativas as mais louváveis, quer sob o ponto de vista benemerente, quer social, quer patriótico.

Segundo as estatísticas oficiais,

o número de portugueses na cidade de Santos é de

45.720

Homens Mulheres
35.704 10.016

O total da população estrangeira é

59.539

Homens Mulheres
39.625 19.914


O cônsul dr. Júlio Augusto Borges dos Santos (E) e o vice-cônsul Arthur A. Ferreira da Silva (D)

Imagem: reprodução da página 401 do álbum

 


Gabinete do cônsul

Imagem: reprodução da página 401 do álbum

 


Imagem: reprodução da página 404 do álbum

 


Sala de recepções

Imagem: reprodução da página 404 do álbum

 


Expediente

Imagem: reprodução da página 404 do álbum

 


Chancelaria

Imagem: reprodução da página 404 do álbum

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